Diminuem as mortes de dependentes de drogas
O número de mortes relacionadas ao uso de heroína caiu 7,8% nos 11 primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2000. Foram registrados 1552 casos em toda a Alemanha em 2001, 132 a menos do que no ano passado.
A encarregada do governo federal alemão para a questão das drogas, Marion Caspers-Merk, creditou a estabilização das mortes às salas de acompanhamento dos dependentes de heroína. Nestes locais os viciados recebem seringas descartáveis e consomem a droga sob observação médica.
Casper-Merck afirmou que os números positivos não são motivo para afrouxar as medidas de combate ao consumo de drogas. Ela adiantou que um programa nacional chamado Vício e Drogas será posto em prática no ano que vem. Em fevereiro, uma iniciativa modelo de acompanhamento dos dependentes de heroína deve começar em sete cidades da Alemanha.
A responsável pelo combate às drogas está confiante no sucesso do projeto, que vai dar doses controladas de heroína aos viciados em maior grau de dependência, ao mesmo tempo, proporcionar cuidados sociais e psicológicos. O objetivo é reintegrar esses indivíduos à sociedade.
Na Alemanha, existem 120 mil dependentes de heroína e apenas a metade deles é alcançado pelo governo. Somente entre dez e 15 mil usuários foram submetidos a um longo período de terapia para se recuperar.
Drogas legalizadas
– Um dos pontos fortes do programa do ano que vem será o combate às drogas lícitas, como o álcool e o tabaco. Cerca de um quinto de todos os pacientes em hospitais da Alemanha abusaram de bebidas alcoólicas.Estimativas do governo mostram que 40 mil pessoas morrem por ano devido ao consumo excessivo de álcool. Mas o maior vilão ainda é o cigarro, responsável pela morte de cem mil pessoas anualmente.
Marion Casper-Merck também reivindicou mais verbas para o seu setor. Segundo ela, a lei determina que empresas de plano de saúde destinem cinco marcos anuais de cada assegurado para o trabalho de prevenção as drogas, o que não está acontecendo.
Ela também descartou a possibilidade de aumentar ainda mais os impostos sobre bebidas alcoólicas e cigarros, por causa do risco de se criar um mercado contrabandista. Isto só seria viável através de um acordo com todos os países da União Européia.