Polícia é acionada depois de briga causada pelo uso do véu integral islâmico num shopping na cidade de Horsholm. Mulher de 28 anos recebe multa de cerca de 590 reais.
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Dois dias depois da proibição do uso de véus integrais islâmicos entrar em vigor na Dinamarca, a polícia dinamarquesa aplicou nesta sexta-feira (03/08) a primeira multa pelo uso de niqab em locais públicos. Uma mulher de 28 anos foi a primeira a violar a nova lei.
A polícia foi chamada a um shopping em Horsholm, ao norte de Copenhague, devido a uma briga entre duas mulheres. A briga teria começado depois de uma delas tentar tirar o niqab da outra.
"Durante a briga, o niqab caiu, mas quando chegamos no local, ela havia recolocado a peça", afirmou o policial David Borchersen à agência de notícias Ritzau.
A mulher recebeu uma multa de mil coroas dinamarquesas (cerca de 590 reais) e foi, então, informada que deveria remover o véu ou deixar o espaço público. "Ela escolheu a segunda opção", acrescentou Borchersen.
A proibição do uso de véus integrais islâmicos entrou em vigor nesta quarta-feira, em meio a protestos. A lei proíbe o uso de burca e niqab em espaços públicos, à semelhança do que já aconteceu em outros países europeus, como Áustria, França e Bélgica.
Quem utilizar peças de roupa ou acessórios que impossibilitem o reconhecimento – incluindo balaclavas, capacetes ou barbas falsas – fica sujeito a uma multa mínima de mil coroas dinamarquesas (cerca de 590 reais). Em caso de reincidência, a multa pode chegar às 10 mil coroas (cerca de 5.900 reais).
A lei foi proposta pela coalizão de centro-direita que governa o país e que tem endurecido regras para migração e refúgio. Em 2016, a Dinamarca adotou uma lei que exige de requerentes de refúgio recém-chegados que entreguem objetos de valor para ajudar a pagar pela sua estada no país.
Defensores da lei argumentaram que ela contribui para a integração de migrantes muçulmanos, o que é contestado por organizações como a Anistia Internacional (AI).
Não só a burca na França, mas também as calças jeans na Alemanha Oriental e o tradicional kilt na Escócia já foram proibidos. E em alguns lugares da Inglaterra não se pode usar moletom com capuz.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Knosowski
Moletom com capuz na Inglaterra e nos EUA
Em locais como o shopping Bluewater, em Kent, na Inglaterra, há dez anos é proibido usar moletom com capuz, apesar de eles estarem à venda nas lojas. Em Sefton, a peça também foi proibida em algumas áreas como medida de combate ao crime. Nos Estados Unidos, muitas escolas baniram a vestimenta em sala de aula. Em Oklahoma, um senador republicano quer proibir a peça por completo.
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O kilt na Escócia
Hoje ele é um dos símbolos da Escócia, mas, no século 18, foi proibido pela Inglaterra, pois os escoceses usavam a tradicional saia como sinal de resistência e de patriotismo. A proibição é de 1747 e durou 37 anos.
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O fez ou tarbush na Turquia
Até os anos 1920, o fez, também conhecido como tarbush, era muito usado para cobrir a cabeça no Império Otomano. Depois da fundação da Turquia, Mustafa Kemal Atatürk, primeiro presidente do país, não queria mais que ele fosse usado em público por ser um símbolo de tempos passados. A proibição ainda está em vigor, mas não é controlada.
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Jeans eram tabu na Alemanha Oriental
O regime tentou banir os jeans nos primórdios da Alemanha Oriental. "Proibida a entrada em calças com rebites", diziam placas em casas noturnas. Escolares tinham que voltar para casa quando usavam "calças do inimigo de classe". Mas o regime acabou cedendo, e o jeans ficou tão popular que o próprio Erich Honecker, chefe de Estado, teria encomendado 1 milhão de calças Levi's para atender à demanda.
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Lingerie de renda na Rússia
Na Rússia são proibidas roupas íntimas que tenham menos de 6% de algodão, ou seja, lingerie de renda, seda ou veludo. A lei é de 2014. A razão alegada oficialmente é que a alta percentagem de material sintético faz mal à saúde. O mais provável, no entanto, é que se trate de uma represália contra produtos estrangeiros.
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Biquíni no Brasil
Em 1961, o então presidente Jânio Quadros proibiu o uso do biquíni em todas as praias e piscinas do território nacional, com justificativa de que se tratava de uma peça de roupa indecente. Maiôs cavados também não podiam ser usados por candidatas a miss.