Para barrar entrada de migrantes, companhia ferroviária dinamarquesa cancela por tempo indeterminado trens em direção a e provenientes da Alemanha. Polícia também fecha rodovia que liga os dois países.
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Para evitar a entrada de migrantes, a Dinamarca suspendeu nesta quarta-feira (09/09) o trânsito de trens na fronteira com a Alemanha. A companhia ferroviária dinamarquesa DSB afirmou que as viagens entre Flensburgo, na Alemanha, e Padborg, na Dinamarca, foram suspensas por tempo indeterminado, em ambas as direções. Os passageiros foram pegos de surpresa.
Segundo uma fonte ouvida pela DW Brasil, que viajava no trem que saiu às 14h24 (horário local) de Aahrus em direção a Hamburgo, os passageiros foram obrigados a descer na estação do município dinamarquês de Tinglev e avisados de que a fronteira estava fechada por causa do fluxo migratório. A companhia os informou que iria providenciar ônibus para levá-los até Flensburgo. Uma hora depois o anúncio, eles continuavam aguardando na estação.
A suspensão atingiu também as balsas que transportam trens entre Puttgarden, na Alemanha, e Rodby, na Dinamarca. Nesta quarta-feira, centenas de refugiados foram barrados no porto da cidade. Desde a noite de terça-feira, mais de 330 refugiados chegaram a Rodby.
A proibição afetou mais de 15 linhas de trem. Entre Hamburgo e Copenhagen, cinco trens percorrem o trecho diariamente, em ambas as direções. Já entre Flensburgo e Padborg, são pelo menos nove por dia.
Rodovia fechada
Antes da suspensão dos trens, a polícia dinamarquesa havia fechado uma rodovia que liga a Alemanha à Dinamarca, após cerca de 300 refugiados, incluindo crianças, insistirem em seguir viagem a pé em direção ao norte. A polícia afirmou que lhes havia sido oferecido abrigo na Alemanha.
"Nós sabemos que muitos querem ir para a Suécia, mas, naturalmente, não podemos deixar isso acontecer", afirmou o porta-voz da polícia dinamarquesa Carsten Andersen. A Dinamarca já havia declarado que migrantes que recusarem a pedir asilo no país seriam enviados de volta à Alemanha.
Na terça-feira, as autoridades dinamarquesas enviaram de volta à Alemanha um grupo de refugiados que atravessou a fronteira. No mesmo dia, a polícia do estado de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha, permitiu que 170 refugiados seguissem viagem em direção à Dinamarca e Suécia.
CN/dpa/rtr
Estações da fuga em imagens
Cerca de 3,7 mil quilômetros separam a Alemanha da Síria. Para os refugiados da guerra civil, essa viagem dura semanas até meses. E ela é perigosa, também na rota dos Bálcãs.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Últimas forças
Duma é uma cidade síria a nordeste de Damasco. Mesmo ferido, um homem procura por sobreviventes nos escombros. Pouco antes, a região foi atacada por bombardeios das forças armadas sírias. Desde o início da guerra civil, em 2011, mais de 250 mil pessoas morreram no país, segundo as Nações Unidas.
Foto: picture-alliance/A.A./M. Rashed
Terror ao alcance dos olhos
No campo de refugiados em Suruc, na Turquia, cerca de 40 mil sírios procuraram refúgio da guerra civil. A poucos quilômetros dali, em Kobane, o conflito continua. O campo é organizado como uma pequena cidade, com mesquita, escola e ruas. Ninguém quer permanecer aqui por muito tempo.
Foto: Getty Images/C. Court
Marcas da guerra
Abdurrahman Yaser al-Saad conseguiu chegar à cidade portuária turca de Izmir. O sírio de 16 anos mostra aos outros refugiados uma cicatriz enorme na barriga. Ele estava na escola quando as forças armadas sírias bombardearam o local e ele ficou gravemente ferido.
Foto: picture-alliance/AA/E. Menguarslan
Esperança de uma vida melhor
Na viagem em direção à Europa, muitos refugiados acabam em Izmir. Daqui eles desejam ir para a Grécia. Coletes salva-vidas são fundamentais, pois muitos não sabem nadas, e os barcos dos atravessadores ficam superlotados. Enquanto aguardam a partida, muitos dormem ao ar livre, porque não podem pagar um hotel.
Foto: picture-alliance/AA/E. Atalay
Jogado de volta
Com suas últimas forças, esse refugiado conseguiu nadar de volta até a praia de Bodrum, na Turquia. Pouco antes ele havia tentado alcançar um barco de atravessadores, que, por muito dinheiro, levam as pessoas ilegalmente até a Grécia. As embarcações estão sempre superlotadas.
Foto: Getty Images/AFP/B. Kilic
Desamparo
Na praia de Kos, uma ilha grega, turistas observam como refugiados tentam chegar à costa com um barco inflável. A viagem ilegal de Bodrum até aqui custa cerca de mil euros por pessoa. São apenas quatro quilômetros de distância, mas muitos não sabem nadar e acabam morrendo afogados.
Foto: picture-alliance/dpa/Y. Kolesidis
Realidade incômoda
No caminho para o hotel ou para a praia, turistas passam por muitos refugiados. Devem olhar? Devem ajudar?
Foto: picture-alliance/AA/G. Balci
Com braços e pernas
Da Grécia, muitos refugiados tentam chegar à Europa ocidental pelos Bálcãs. Uma estação importante é a cidade de Gevgelija, na Macedônia. Depois de dias de espera, todos desejam conseguir um lugar em um trem para a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Licovski
Passo a passo
Já nas primeiras horas do dia, centenas de refugiados caminham ao longo da linha do trem, da Sérvia para a Hungria. De lá, muitos desejam ir para a Áustria ou Alemanha. A caminhada de quilômetros exige de muitos suas últimas forças.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
Desespero
Com medo de ser levado para um campo de refugiados na Hungria, o pai sírio se joga, com sua mulher e filho, nos trilhos da estação de Bicske. Eles achavam que o trem os levaria de Budapeste até Viena. Em vez disso, eles devem ser registrados pelas autoridades húngaras.
Foto: Reuters/L. Balogh
Quase lá
Centenas de refugiados do Iraque, da Síria e do Afeganistão decidiram ir a pé até a Áustria, caminhando pela rodovia. Eles esperaram durante dias por um trem na estação de Budapeste. A polícia, porém, bloqueia o trecho com frequência.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Roessler
Finalmente a chegada
Estação central de Munique: a esperança de muitos refugiados está na chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel. Diferente de outros países europeus, eles se sentem bem-vindos na Alemanha.