País escandinavo mantém fiscalização em pontos de travessia até 2 de junho, a fim de conter entrada de refugiados. Com outros quatro países, Dinamarca pede à Comissão Europeia prorrogação de mais seis meses do controle.
Fronteira da Dinamarca com a Alemanha possui cerca de 15 pontos de controle desde janeiroFoto: Imago/nordpool
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O governo da Dinamarca anunciou nesta segunda-feira (02/05) que irá estender os controles fronteiriços ao longo de sua fronteira com a Alemanha até o dia 2 de junho. A decisão de prorrogar em um mês os cerca de 15 pontos de travessia é uma tentativa de conter o fluxo de migrantes.
"Como os requerentes sem documentos de identificação apropriados não podem seguir viagem à Suécia, existe ainda um sério risco de que muitos fiquem aqui. Isso poderia ameaçar a ordem pública e a segurança interna", afirmou a ministra da Imigração e Integração, Inger Stojberg.
Em nota, Stojberg declarou que não há sinais de um acúmulo de imigrantes ilegais no país, mas ressaltou que o número de requerentes de asilo na Europa – que tem diminuído de forma significativa nos últimos meses após medidas tomadas pela União Europeia – é "historicamente alto".
A ministra acrescentou, em carta à Comissão Europeia, que ainda há "uma pressão considerável nas fronteiras externas da Europa", citando como fonte a missão europeia de fronteiras, Frontex. "Refugiados encontram rotas alternativas quando as fronteiras estão fechadas."
Desde a introdução dos controles fronteiriços em 4 de janeiro, mais de 3 mil migrantes pediram asilo à Dinamarca, segundo dados oficiais. Em 2015, foram mais de 21 mil pedidos – um salto de 44% quando comparado com 2014, mas um número muito abaixo do da vizinha Suécia, que registrou 163 mil pedidos.
O governo liberal dinamarquês tem endurecido sua política de asilo desde agosto do ano passado, ao implantar diversas reformas. Na semana passada, o país informou que planeja enviar 125 membros da Guarda Nacional para ajudar a controlar os pontos de travessia na fronteira.
Outros países do Espaço Schengen também demonstraram interesse em prolongar seus controles fronteiriços provisórios. Alemanha, Áustria, França e Suécia, junto à Dinamarca, enviaram uma carta à Comissão Europeia nesta segunda-feira pedindo uma prorrogação de seis meses na fiscalização.
EK/afp/dpa/efe
Viagem à Europa da perspectiva de refugiados
Exposição em Hamburgo mostra longa jornada do ponto de vista dos migrantes, resultado do projeto #RefugeeCameras. Risco, desamparo e raros momentos de alegria permeiam as imagens.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Partida sem volta?
Em dezembro de 2015, o alemão Kevin McElvaney entregou 15 câmeras descartáveis e envelopes pré-selados a migrantes em Izmir, Lesbos, Atenas e Idomeni. Sete retornaram ao jovem fotógrafo e fazem parte do projeto #RefugeeCameras. Zakaria recebeu sua câmera em Izmir. O sírio fugiu do "Estado Islâmico" e do regime Assad. Em seu diário de fuga, ele escreve que só Deus sabe se ele voltará à Síria.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Travessia de bote
Zakaria documentou sua viagem marítima da Turquia até a ilha grega de Chios. Ele ficou sentado na parte de trás do bote. Na exposição em Hamburgo, as imagens feitas por refugiados são complementadas por uma seleção de fotos tiradas por profissionais, que ajudaram a montar a representação das rotas de fuga. Todos eles doaram suas obras para apoiar o projeto.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Chegada perigosa
Hamza e Abdulmonem, ambos da Síria, fotografaram a perigosa chegada de seu barco a uma ilha grega. Não havia voluntários para recebê-los. Foi justamente isso que McElvaney tinha em mente quando lançou a #RefugeeCameras. Segundo o jovem fotógrafo, até agora a mídia proporcionou somente um "vazio visual" a esse respeito.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Sobrevivendo ao mar
Após o desembarque, vê-se um menino com roupas molhadas e colete salva-vidas numa praia. A imagem faz recordar Aylan Kurdi, o pequeno garoto sírio cujo corpo sem vida foi encontrado no litoral turco em setembro de 2015. A criança nesta foto conseguiu chegar viva à Europa. O seu destino é desconhecido.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Sete câmeras
Hamza e Abdulmonem também tiraram esta foto instantânea levemente desfocada de um grupo de refugiados fazendo uma pausa. Das 15 câmeras que McElvaney entregou, sete retornaram, uma foi perdida, duas foram confiscadas, e duas permaneceram em Izmir, onde seus donos ainda estão retidos. As três câmeras restantes estão desaparecidas – assim como seus proprietários.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Família em foco
Dyab, um professor de Matemática sírio, tentou registrar alguns dos melhores momentos de sua viagem até a Alemanha. Na foto, veem-se sua esposa e seu filho pequeno, Kerim, que nos mostra um pacote de biscoito que recebeu num campo de refugiados macedônio. A imagem revela a profunda afeição de Dyab por seu filho, diz McElvaney: "Ele quer cuidar dele, mesmo na árdua viagem que foi forçado a seguir."
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Do Irã à Alemanha
A história de Said, do Irã, é diferente. O jovem teve de deixar seu país, depois de ter se convertido ao cristianismo. Ele poderia ter sido preso ou morto. Para ser aceito como refugiado, ele fingiu ser afegão. Após a sua chegada à Alemanha, ele explicou sua situação, para a satisfação das autoridades. Ele vive agora – como iraniano – em Hanau, no estado de Hessen.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Não apenas selfies
Said tirou esta foto de um pai sírio e seu filho num ônibus de Atenas a Idomeni.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Momento de alegria
Em outro registro feito por Said, um voluntário que trabalha num campo de refugiados em algum lugar entre a Croácia e a Eslovênia brinca com um grupo de crianças, que tentam imitar seus truques.