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Diretor da CIA renuncia devido a caso extraconjugal

10 de novembro de 2012

Considerado forte candidato a assumir o Ministério da Defesa, David Petraeus entrega o cargo poucos dias após reeleição de Obama. Sua gestão era criticada por erros de avaliação no ataque ao consulado dos EUA na Líbia.

CIA Director David Petraeus, testifies before the US Senate Intelligence Committee during a full committee hearing on 'World Wide Threats.' on January 31, 2012 on Capitol Hill in Washington, DC. Witnesses include: Director of National Intelligence, James Clapper, FBI Director Robert Mueller(L); Defense Intelligence Agency Director Lt. Gen. Ronald Burgess; National Counter terrorism Center Director Matthew Olsen; Assistant Secretary of State for Intelligence and Research Philip Goldberg; and Homeland Security Undersecretary for Intelligence and Analysis Caryn Wagner. AFP PHOTO/Karen BLEIER (Photo credit should read KAREN BLEIER/AFP/Getty Images)
CIA Direktor General David PetraeusFoto: Karen Bleier/AFP/Getty Images

Poucos dias após a reeleição do presidente dos EUA, Barack Obama, e apenas 14 meses depois de assumir o posto, o chefe da CIA, David Petraeus, apresentou sua demissão de forma inesperada. Como motivo, citou um caso extraconjugal. "Tal comportamento é inaceitável, como marido e como líder de uma organização como a nossa", admitiu, em mensagem enviada a seus colegas na agência de inteligência. Segundo informações da imprensa norte-americana, a amante seria Paula Broadwell, 20 anos mais jovem do que ele e autora de uma biografia sobre Petraeus.

Elogios de Obama

O presidente Barack Obama aceitou a demissão do ex-militar de 60 anos. Ele elogiou Petraeus e o papel que desempenhou nos últimos acontecimentos da guerra do Iraque como um dos "generais mais importantes de sua geração". Obama lembrou as "contribuições extraordinárias" de Petraeus, afirmando que elas fizeram os EUA se tornarem um país mais seguro e mais forte.

O presidente destacou ainda que Petraeus ajudou a colocar as guerras do Iraque e do Afeganistão no caminho de "um final responsável". Petraeus assumiu a direção da CIA em setembro de 2011, depois ter sido comandante das tropas internacionais no Afeganistão.

Paula Broadwell, autora da biografia de PetraeusFoto: AP

O general tornou-se conhecido pelo importante papel desempenhado no Iraque entre 2007 e 2008. Ele foi responsável pela implementação de uma nova estratégia na região, pela qual as tropas dos EUA deixaram suas bases fortemente protegidas e se espalharam por todo o país em unidades de pequeno porte.

Acesso à conta de e-mail

Segundo a mídia dos EUA, o FBI havia encontrado meses atrás indícios de que alguém havia tido acesso não autorizado à conta de e-mails de Petraeus. Com isso, os investigadores encontraram provas de um caso extraconjugal do ex-militar com Paula Broadwell e de "outros problemas de segurança", segundo o jornal The New York Times. Segundo investigadores, Broadwell − também uma oficial da reserva − teria possivelmente acesso à conta de e-mails de Petraeus.

Petraeus era tido em Washington como possível sucessor do atual ministro da Defesa, Leon Panetta. No entanto, a CIA liderada por Petraeus enfrentava severas críticas nos últimos tempos. O órgão era acusado de ter uma política de informação equivocada, como no caso do assassinato do embaixador dos EUA na Líbia.

Depoimento no Congresso

Estava previsto para a próxima semana que Petraeus iria prestar depoimento diante de uma comissão do Congresso sobre os acontecimentos em Bengasi. O ataque, em que o embaixador dos EUA e três outros americanos foram mortos, se tornou mais tarde um tema das eleições à presidência. O candidato republicano, Mitt Romney, acusou Obama de erros de avaliação no incidente.

Obama e Petraeus: ex-militar era cotado para assumir ministérioFoto: picture-alliance/dpa

Petraeus ressaltou que sua renúncia está vinculada somente a questões pessoais e que não tem relação com a investigação em torno do ataque ao consulado dos EUA na Líbia.

Na época, a CIA havia comunicado Obama que o incidente ocorrera como fruto de uma ação de protesto espontânea. No entanto, mais tarde foi descoberto que fora um ataque terrorista planejado por extremistas islâmicos no aniversário dos atentados de 11 de setembro. Círculos da CIA justificaram dizendo que as declarações na época correspondiam ao que se sabia até então.

MD/dpa/rtr/dapd
Revisão: Mariana Santos

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