Disputa entre Dilma e Marina se acirra, mostram pesquisas
4 de setembro de 2014
Ibope diminui liderança de Dilma de 5 para 4 pontos percentuais. Datafolha mantém empate técnico entre candidatas. Se as duas fossem ao segundo turno, ambas as sondagens apontam Marina como vencedora.
Anúncio
Uma nova pesquisa de intenção de voto divulgada nesta quarta-feira (03/09) pelo instituto Datafolha aponta a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) com 35% na preferência do eleitorado, seguida de Marina Silva (PSB), com 34%. O Ibope também divulgou novos números nesta terça-feira, indicando uma pequena diferença entre as duas candidatas: Dilma, com 37%, e Marina, com 33%.
Já o terceiro principal candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB), aparece com 14% das intenções de voto na pesquisa do Datafolha e 15% na do Ibope.
Segundo os números do Datafolha, Dilma e Marina estariam, portanto, tecnicamente empatadas. O levantamento anterior do instituto, divulgado no dia 29 de agosto, também havia indicado empate. Tanto Dilma quanto Marina apareciam com 34%, e Aécio, com 15%.
Já na pesquisa do Ibope, as duas principais candidatas apareceram mais próximas do que na última sondagem do instituto, divulgada no dia 26 de agosto, em que Dilma tinha 34%, Marina, 29%, e Aécio, 19%.
Os números do Datafolha mostram ainda os candidatos Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro (PSOL), Pastor Everaldo (PSC) e José Maria (PSTU) com 1% cada. Brancos e nulos somam 6%, e 7% não sabem em quem votar. O Ibope aponta Pastor Everaldo com 1%, e os outros sete postulantes, somados, acumulam 2%.
Segundo turno
Num eventual segundo turno simulado pelo Datafolha, na disputa entre Dilma e Marina, a candidata do PSB venceria a do PT por 48% a 41%. O resultado aponta uma diminuição da diferença entre as candidatas, pois, na pesquisa anterior, Marina venceria por 50% a 40%.
No embate contra Aécio Neves, Dilma venceria por 49% a 38% (na semana anterior, era 48% a 40%). O instituto também fez simulação de um embate entre Marina e Aécio, cenário em que a candidata do PSB venceria por 56% a 28%.
Já na simulação do Ibope, na eventualidade de um segundo turno entre Dilma e Marina, a candidata do PSB aparece com 46% das intenções de voto e a presidenta, com 39%. Se o segundo turno fosse com Aécio Neves, Dilma teria 47% e o tucano, 34%.
Os números do Ibope também mostram que melhorou a avaliação do governo atual. No levantamento anterior, o índice dos que consideram o governo bom ou ótimo era 34% e, agora, é 36%. Os que o consideram regular são 37%, contra 36% na pesquisa anterior. O percentual dos que consideram o governo ruim ou péssimo caiu de 27% na pesquisa de agosto para 26%.
O Ibope ouviu 2.506 eleitores entre 31 de agosto e 2 de setembro. Já o Datafolha questionou 10.054 eleitores entre 1º e 3 de setembro. Ambas as pesquisas têm margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Debate na TV: o que disseram os candidatos?
Sete presidenciáveis participaram do dois primeiros debates antes da eleição de outubro. Conheça alguns dos temas discutidos e propostas apresentadas por cada um deles.
Foto: Miguel Schincariol/AFP/Getty Images
Sete presidenciáveis
O segundo debate entre os candidatos à Presidência, promovido por SBT, "Folha de S. Paulo", UOL e Jovem Pan nesta segunda-feira (01/09), foi transmitido simultaneamente pela TV, internet e rádio. Sete candidatos participaram: Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PSB), Aécio Neves (PSDB), Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB).
Foto: Nelson AlmeidaA/AFP/Getty Images
Band abriu debates
Os mesmos sete candidatos estiveram no primeiro debate, organizado pela Bandeirantes. O primeiro confronto aconteceu ainda sob o impacto da trágica morte de Eduardo Campos. Marina Silva já participou como sua sucessora. Ela já despontava nas pesquisas, mas ainda sem a força de agora.
Foto: Reuters
Dilma Rousseff (PT)
O empate entre Dilma e Marina, segundo a última pesquisa de intenção de voto, foi destaque no segundo debate. Dilma disse que "a queda é momentânea" e negou a situação de recessão atribuída à economia brasileira. Ao falar da situação nos presídios, a petista defendeu uma mudança constitucional para instituir uma responsabilidade compartilhada entre governos federal, estadual e municipal.
Foto: Reuters
Marina Silva (PSB)
Quando perguntada sobre as propostas do PSB para a economia – como 10% do PIB para a Educação, 10% da receita bruta da União para a Saúde e passe livre para estudantes de escola pública –, Marina disse que o dinheiro virá de uma gestão mais eficiente das contas públicas. Quanto ao polêmico tema do aborto, a candidata disse ser contra a sua prática, mas a favor da realização de um plebiscito.
Foto: Reuters
Aécio Neves (PSDB)
Sobre o tema corrupção, Aécio falou das propostas de "um novo ciclo de governança" que pretende instalar no país, afirmando que "todas as denúncias devem ser investigadas". O tucano também abordou o tema recessão, atacando o governo atual. "Um país que não cresce, não gera empregos. Infelizmente essa é a herança perversa desse governo. O Brasil precisa de um novo ciclo de governo."
Foto: Reuters
Pastor Everaldo (PSC)
O candidato do PSC disse ser contra o aborto e defendeu a família tradicional "como está na Constituição". Pastor Everaldo prometeu ainda criar o Ministério de Segurança Pública, integrar as forças de segurança do país e atacar "a delinquência nas ruas". "Vamos fazer uma força-tarefa para que esse delinquente que rouba, que mata, que estupra seja severamente punido."
Foto: Miguel Schincariol/AFP/Getty Images
Luciana Genro (PSOL)
No tema economia, Luciana Genro voltou a usar a estratégia já adotada no primeiro debate de criticar as propostas dos três candidatos mais fortes. "Eles querem seu voto para governar com os mesmos de sempre", disse. "Os juros consomem todo nosso dinheiro, fazendo com que os bancos lucrem cada vez mais", afirmou ao propor uma alíquota de imposto sobre as fortunas no país.
Foto: Miguel Schincariol/AFP/Getty Images
Eduardo Jorge (PV)
Eduardo Jorge defende a descriminalização do aborto e a legalização das drogas. Ao ser questionado sobre tal posição em contraste com a defendida em 2010, o candidato do PV disse que, naquele momento de coligação com Marina, não seria possível defender tais ideias. "Como médico defendo isso há mais de 20 anos."
Foto: Miguel Schincariol/AFP/Getty Images
Levy Fidelix (PRTB)
Sobre o tema segurança pública, o candidato do PRTB defendeu a privatização das penitenciárias e a redução da maioridade penal. "Aqueles que praticam a morte com apenas 16 anos têm que ser punidos com maioridade penal reduzida imediatamente."