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Divergência entre EUA e China ofusca cúpula da Apec

18 de novembro de 2018

Disputa comercial entre Washington e Pequim faz com que reunião da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) termine sem declaração final em Papua Nova Guiné.

Fotos de líderes de países da Apec
Apec reúne 21 países e quase metade da população mundialFoto: Getty Images/AFP/S. Khan

A disputa comercial entre China e EUA ofuscou a reunião de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que terminou neste domingo (18/11) na Papua Nova Guiné, sem a tradicional declaração conjunta devido a divergências entre Washington e Pequim.

O bloco econômico da Apec reúne 21 países localizados na região Ásia-Pacífico. Ali vive por volta da metade da população mundial.

O primeiro-ministro da Papua Nova Guiné, Peter O'Neill, disse que há preocupações na região pelas diferenças entre os Estados Unidos e a China, cuja disputa comercial pela influência na região prejudicou o encontro.

"Temos dois gigantes no quarto. O que é que querem que eu mais diga?", afirmou O'Neil. O porta-voz da delegação chinesa Xialong Wang admitiu que a discordância levou os líderes das 21 delegações a rejeitar a declaração final e concordar que Papua Nova Guiné, enquanto presidente, faça "uma declaração em nome de todos os membros que reúna os consensos".

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que o desencontro se centra em assuntos relacionados com o comércio, mas evitou dar pormenores.

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e a luta pela hegemonia na região marcaram a edição deste ano da Apec.

Nas suas intervenções no sábado, o presidente chinês, Xi Jinping, alertou para os riscos de uma guerra comercial "sem vencedores".

"A história mostrou que um confronto – seja sob a forma de guerra fria, guerra quente ou guerra comercial – não produz vencedores", disse Xi, enquanto o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, ameaçou o rival com mais taxas alfandegárias se este não parar as práticas comerciais abusivas.

"Tributamos os produtos chineses com 250 bilhões de dólares de taxas e essa cifra pode mais que dobrar", disse Pence na reunião da Apec.

Vários líderes também criticaram a Nova Rota da Seda, projeto que promove o investimento em infraestruturas e créditos suaves a países em desenvolvimento e com o qual a China supostamente tenta ganhar influência na região.

Mike Pence acusou Pequim de ter uma "diplomacia opaca de talão de cheques". Segundo Pence, os projetos que a China promove nos países em desenvolvimento são de "baixa qualidade" e "geralmente mantêm fortes laços e conduzem a uma dívida avassaladora".

"Não aceitem dívida externa que comprometa a vossa soberania. Protejam os vossos interesses e preservem a vossa independência. Como os Estados Unidos, ponham o vosso país em primeiro lugar", instou Pence.

Perante a agenda chinesa de expansão da cooperação com países, como os do Pacífico, através de investimento em infraestruturas e créditos suaves, os Estados Unidos, o Japão e a Austrália anunciaram o lançamento de uma iniciativa similar. 

Os três países emitiram um comunicado no qual apontam que este novo plano de investimentos em infraestruturas no Pacífico cumprirá com os padrões internacionais de "transparência e sustentabilidade orçamentária".

Um exemplo disso é a promessa dos Estados Unidos, Japão, Austrália e Nova Zelândia de apoiar Papua Nova Guiné na construção de uma rede elétrica nacional até o ano de 2030. Anteriormente, Pence já havia anunciado a instalação, junto à Austrália, de uma nova base militar no país insular.

CA/lusa/rtr/dpa

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