Capturadas pelo maior telescópio do mundo, imagens revelam estruturas semelhantes a células do tamanho do estado do Texas. Cientistas querem usar dados para mapear campos magnéticos da estrela.
Anúncio
Pesquisadores da Universidade do Havaí divulgaram nesta quarta-feira (29/01) imagens inéditas da superfície do Sol. As imagens de alta resolução foram captadas pelo maior telescópio solar do mundo, localizado no Havaí.
Um vídeo das imagens mostra a superfície dourado-laranja do Sol coberta por estruturas semelhantes a células "do tamanho do Texas" assim como "pequenas pegadas de magnetismo" que se estende no espaço, afirmou a universidade num comunicado.
Cientistas esperam usar os dados coletados pelo telescópio para mapear os campos magnéticos na coroa solar, a área mais externa do Sol, onde ocorrem erupções que podem interferir em voos, na navegação por GPS e causar até apagões na Terra.
"É literalmente o maior salto na capacidade da humanidade para estudar o Sol da Terra desde o tempo de Galileu", disse Jeff Kuhn, do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí.
Localizado no topo de um vulcão na ilha de Maui, o telescópio receberá novos instrumentos nos próximos meses que o tornarão mais poderoso e ajudarão a mapear os campos magnéticos do Sol em "detalhes extremos".
"Com essas novas ferramentas, esperamos aprender como o Sol interage com a Terra", acrescentou Kuhn.
Em 20 de agosto de 1977, a sonda espacial Voyager 2 partiu para explorar outros planetas, seguida 16 dias mais tarde pela Voyager 1. Ambas já romperam os limites do sistema solar e vagam pela Via Láctea.
Foto: picture-alliance/dpa
Duas sondas irmãs em longa viagem
Em 20 de agosto de 1977, a sonda da Nasa Voyager 2 partiu para um voo recorde, ainda não concluído. Pouco mais tarde, em 5 de setembro, seguia-se a Voyager 1, de construção idêntica. Sua finalidade inicial era coletar dados sobre os planetas Júpiter e Saturno, então basicamente inexplorados. Mas graças à longa durabilidade das baterias de plutônio, a missão foi sendo estendida.
Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech
Maiores sucessos da Nasa
Pesando 825 quilos cada uma, as duas sondas Voyager contam entre os maiores sucessos da agência espacial americana. Até hoje, ambas enviam regularmente dados do espaço sideral. Embora se afastem cada vez mais do centro do sistema solar, o contato por rádio ainda funcionará por um bom tempo. A Nasa calcula que a missão vá até o ano 2030.
Foto: public domain
Rompendo fronteiras do sistema solar
Em 25 de agosto de 2012, a Voyager 1 atravessou uma das fronteiras do sistema solar: a heliopausa, onde o vento solar esbarra em outros ventos estelares. A sonda foi o primeiro objeto de fabricação humana a penetrar o espaço interestelar da nossa galáxia, a Via Láctea. Além disso é o artefato mais afastado da Terra, encontrando-se atualmente a uma distância 139 vezes maior do que a do Sol.
Foto: picture-alliance/dpa
Como uma cebola
O sistema solar tem diferentes fronteiras. A primeira é o "termination shock", onde os ventos solares ficam subitamente muito mais lentos. Depois, a heliopausa marca o fim da heliosfera, a "bolha" espacial em que os ventos solares protegem nosso sistema solar da radiação interestelar. Depois que a Voyager 1 ultrapassou a heliopausa, a Nasa registrou uma densidade plásmica 40 vezes maior.
Fotografando a vizinhança
Mesmo antes disso, as sondas irmãs tiveram muito a descobrir entre os fascinantes planetas do sistema solar. A Voyager 1 enviou à Terra em 1º de janeiro de 1979 esta imagem de Júpiter, uma das 17.477 que tirou do planeta gigante e suas luas. Esta foto comprovou pela primeira vez a existência de um delgado sistema de anéis circundando Júpiter.
Foto: picture-alliance/dpa/NASA
Imagens detalhadas
A Voyager 1 documentou também as correntes atmosféricas em Júpiter, visualizadas nesta foto. Depois de a sonda passar pelo planeta, a gravidade deste lhe conferiu uma velocidade de 16 quilômetros por segundo.
Foto: picture-alliance/dpa/NASA
Saturno a cores
A Voyager 2 alcançou Saturno em 1981, transmitindo esta imagem em cores reais do sexto planeta do sistema solar. A foto foi tirada a 21 milhões de quilômetros de distância – um verdadeiro close-up em termos cósmicos.
Foto: HO/AFP/Getty Images
Tudo sob controle
Numa foto de 1980, a central de controle da missão Voyager, no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena. A partir daqui, as distantes sondas são observadas e, dentro do possível, teleguiadas. Hoje em dia a técnica é obviamente muito mais avançada, mas Nasa continua tendo que recorrer aos conhecimentos dos engenheiros que desenvolveram as sondas – embora há muito eles estejam aposentados.
Foto: NASA/Hulton Archive/Getty Images
Long-play para alienígenas
As Voyager levam a bordo estes discos dourados, para o caso de encontrarem extraterrestres em sua viagem infinita. No suporte digital encontram-se imagens e sons de humanos, animais e da natureza na Terra. Para o caso de os alienígenas não possuírem toca-discos, foram também fornecidos agulhas de reprodução e um guia de instruções.
Foto: NASA/Hulton Archive/Getty Images
Arte sideral
As missões Voyager não apenas fascinam há décadas os aficionados da tecnologia, mas têm também inspirado artistas. Assim um pintor americano anônimo imaginou em 1977, pouco antes do lançamento, a passagem da Voyager 1 por Saturno.