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Documentário conta a história de Malala

Julian Tompkin (fc)2 de outubro de 2015

Em 2012, o Talibã tentou matar Malala Yousafzai por seu ativismo pela educação de mulheres. História rende documentário, que estreia com críticas variadas na mídia de língua inglesa.

Foto: picture-alliance/Geisler/D. Van Tine

Davis Guggenheim sabe contar uma história. Como diretor e produtor de documentários de grande sucesso, como Uma verdade inconveniente e Esperando pelo Super-Homem, ele transformou seu olho crítico em incontáveis prêmios, sucessos de bilheteria e elogios.

Sobre seu último documentário, porém, pode-se dizer que ele não precisava ir atrás de dramatismo. A história da vida real de Malala Yousafzai consegue ser, ao mesmo tempo, tão cativante como angustiante.

He named me Malala (Ele me chamou Malala, em tradução livre) estreou nos cinemas dos Estados Unidos nesta sexta-feira (02/10) e rendeu críticas variadas. Enquanto o Hollywood Reporter qualificou o filme de uma "história emocionante" e "contada de forma eloquente", o New York Times afirmou que o documentário é "interessado principalmente em espalhar a mensagem dela" e "não examina, particularmente, o preço do estrelato ocidental".

De forma similar, o The Guardian lamenta que o realizador do documentário, Guggenheim, "não se esforçou muito", acrescentando que o filme tem seus melhroes momentos quando o diretor consegue contornar a compostura impenetrável de Malala para revelar a garota por trás da eloquente ativista.

Malala com o diretor Davis GuggenheimFoto: picture-alliance/AP Photo/Twentieth Century Fox/C.Furneaux

A crítica do The Guardian, Catherine Shoard, cita o momento em que Guggenheim pergunta de forma direta a Malala se ela convidaria um garoto para um encontro, obtendo como resposta um risinho nervoso e tímido. O documentário então mostra Malala navegando na internet e vendo imagens de Brad Pitt, do jogador paquistanês de críquete Shahid Afridi e da estrela do tênis Roger Federer.

Malala Yousafzai nasceu no Vale do Swat, no Paquistão, em 1997. Em 2008, quando a influência do Talibã aumentou na região, ela já era conhecida por lutar pelos direitos das crianças à educação. Em 2009, ela começou a escrever um blog para a BBC sobre suas experiências sob a sombra do Talibã – que na época havia proibido as meninas de ir à escola e começado a destruir escolas.

Em 9 de outubro de 2012, um membro do Talibã embarcou num ônibus escolar e perguntou "Quem de vocês é Malala?". Ela se identificou e levou um tiro na cabeça. Milagrosamente, Malala sobreviveu, e sua família emigrou para a Inglaterra, onde ela recebeu tratamento no Hospital Rainha Elizabeth, na cidade de Birmingham.

Em grande parte, o filme documenta essa difícil mudança para um novo país e uma nova cultura, e a paixão de Malala pelo Paquistão. O documentário também explora a relação entre Malala e seu pai, Ziauddin, um ativista pela educação que deu à filha um nome em homenagem a Malalai de Maiwand, uma poeta e guerreira pashtu que lutou e morreu na batalha contra os imperialistas britânicos, na década de 1880.

Após sua recuperação, Malala foi convidada para discursar na ONU – onde ela proclamou que todas as crianças têm direito à educação – e, mais tarde, foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz de 2014. Aos 17 anos, ela é a pessoa mais jovem a receber o prêmio.

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