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Revelação

22 de maio de 2009

Novas informações indicam que policial que matou o estudante Benno Ohnesorg numa manifestação em Berlim no ano de 1967 era espião da polícia política da então Alemanha Oriental.

Benno Ohnesorg, morto por policial em manifestação em BerlimFoto: picture-alliance / aka-images / Henschel

A morte do estudante Benno Ohnesorg, no dia 2 de junho de 1967 durante uma passeata em Berlim, entrou para a história alemã como o fato que levou a uma radicalização dos protestos estudantis – até então pacíficos – no país naquele ano que antecedeu ao lendário 1968. Ohnesorg foi morto a tiros pelo policial Karl-Heinz Kurras, em circunstâncias até hoje não esclarecidas, durante protestos contra a visita do então xá da Pérsia a Berlim Ocidental.

Kurras, segundo informações divulgadas pela emissora de televisão ZDF e pelo diário Frankfurter Allgemeine Zeitung, na última quinta-feira (21/05), trabalhava como espião para a então Alemanha Oriental, de regime comunista. De acordo com o jornal, essas informações foram fornecidas pelo Departamento Birthler, responsável pela administração dos arquivos da Stasi, a polícia política da ex-República Democrática Alemã (RDA).

A emissora ZDF divulgou que Kurras, um policial então em atividade em Berlim Ocidental, havia assinado, antes do assassinato de Ohnesorg, documentos se comprometendo a espionar os bastidores da polícia do lado ocidental, a serviço da polícia política da RDA.

Relatório será divulgado em breve

Helmut Müller-Enbergs, especialista em espionagem do Departamento Birthler, afirmou à rede de televisão que não há, porém, nos documentos encontrados, qualquer indício de que Kurras tenha, em suas atividades de espião, recebido a incumbência de assassinar Benno Ohnesorg. O policial Kurras atirou no estudante a curta distância, causando ferimentos graves que levaram à sua morte.

Estudantes em protesto no centro de Munique, carregando cartaz: 'Benno Ohnesorg: assassinato político'Foto: AP

O relatório completo a respeito dos 17 volumes que descrevem a colaboração de Kurras com a Stasi deverá ser publicado, de acordo com o jornal e a TV alemães, na próxima edição da revista Deutschlandarchiv (Arquivo da Alemanha), a ser publicada no próximo dia 28 de maio.

Exigências de reabertura do processo

Carl-Wolfgang Holzapfel, presidente da Associação 17 de Junho e vice-presidente da Associação das Vítimas do Stalinismo, entrou com uma queixa contra Kurras, hoje um aposentado de 81 anos. De acordo com o jornal berlinense Der Tagesspiegel, o ex-policial nega terminantemente ter algum dia cooperado com a Stasi.

"Crimes de assassinato não prescrevem", lembra Holzapfel, que defende uma reabertura imediata das investigações no caso Kurras. O policial foi considerado inocente em dois processos, nos anos de 1967 e 1970, cujas acusações eram de homicídio culposo. Sua colaboração com a polícia política da então Alemanha Oriental só veio a público agora.

SV/dpa/afp

Revisão: Roselaine Wandscheer

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