Convenção republicana começa com segurança reforçada
15 de julho de 2024
Evento em Milwaukee tem início apenas dois dias após atentado a Trump. Além de confirmar candidatura do ex-presidente à Casa Branca, encontro também definirá vice da chapa republicana.
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O Partido Republicano inicia nesta segunda-feira (15/07) na cidade de Milwaukee, no estado de Wisconsin, no meio-oeste dos EUA, a convenção nacional que vai confirmar o ex-presidente Donald Trump como o candidato republicano para a eleição presidencial de novembro, apenas dois dias após um atentado à vida dele.
Trump chegou a Milwaukee no domingo à noite. No evento de quatro dias, Trump, de 78 anos, também deverá nomear seu candidato a vice-presidente para a eleição de 5 de novembro. Entre os cotados estão o senador de Ohio J.D. Vance, o senador da Flórida Marco Rubio e o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum. Todos discursarão no encontro.
Após a tentativa de assassinato, o presidente Joe Biden, que também é o oponente de Trump na campanha, instruiu o Serviço Secreto [responsável pela segurança de presidentes e candidatos], a revisar as medidas de segurança para a convenção republicana.
A diretora do Serviço Secreto, Kim Cheatle, disse que os planos de segurança para o evento são projetados para serem flexíveis e que serão adaptados conforme o necessário para garantir a segurança contínua dos participantes do evento em Milwaukee.
Já o prefeito de Milwaukee afirmou que o evento terá o nível mais elevado possível de segurança. "Tenho fé e confiança também no Serviço Secreto e nos departamentos de polícia e bombeiros e em outras agências que farão a segurança."
Temas polêmicos devem ser evitados, assim como "retórica perigosa"
A imprensa americana relatou que tópicos polêmicos que poderiam afastar alguns eleitores republicanos, como a posição do partido sobre o aborto ou a invasão do Capitólio pelos apoiadores de Trump em janeiro de 2021, deverão ser evitados na convenção.
Num memorando interno para a equipe de campanha no domingo, obtido pela agência de notícias Reuters, os chefes da campanha republicana, Chris LaCivita e Susie Wiles, disseram que a campanha adotaria medidas de segurança adicionais após a tentativa de assassinato. Eles também pediram à equipe que se abstivesse de usar "retórica perigosa".
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Atentado a Trump
A Convenção Nacional Republicana começa apenas dois dias após um atirador disparar contra o ex-presidente num comício da campanha de Trump em Butler, na Pensilvânia, lançando questões sobre a polarização política no país, uma retórica acirrada e o próprio rumo da corrida à Casa Branca.
Até a tentativa de assassinato, a disputa havia sido dominada por questões sobre a idade e as aptidões física e mental do presidente Joe Biden, de 81 anos, com muitos democratas pedindo que ele se afastasse para dar lugar a um candidato mais jovem.
No evento de campanha em Butler, Pensilvânia, no sábado, um atirador conseguiu subir num telhado com um rifle de assalto e disparar vários tiros contra Trump, causando pânico na plateia.
Trump foi atingido por uma bala na orelha e ficou sangrando, mas manteve a aura desafiadora ao erguer o punho enquanto era retirado do palco.
Um bombeiro que estava assistindo ao comício foi morto, e outras duas pessoas ficaram gravemente feridas.
Posteriormente, o FBI disse que o autor do crime, morto por agentes do Serviço Secreto, era Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, de Bethel Park, na Pensilvânia. Os motivos dele para o atentado ainda não estão claros, e a investigação do FBI ainda está em andamento.
as/ra (DPA, AP, Reuters)
Tiros contra Trump: imagens e reações
A tentativa de assassinato de Donald Trump em um comício na Pensilvânia chocou os EUA e o mundo. Veja como tudo aconteceu.
Foto: Brendan McDermid/REUTERS
Tiros
Uma série de tiros foi disparada durante o comício da campanha presidencial de Donald Trump em Butler, Pensilvânia. Os agentes do Serviço Secreto correram rapidamente para o palco e cercaram Trump.
Foto: Gene J. Puskar/AP Photos/picture alliance
Agentes correm para proteger Trump
No momento dos disparos, Trump pôde ser visto tocando sua orelha direita e se abaixando por detrás do púlpito onde discursava. Em seguida, agentes do Serviço Secreto correram para o palco e cobriram o ex-presidente com seus corpos. Eles se amontoaram sobre ele, enquanto outros agentes de segurança protegiam o local.
Foto: Evan Vucci/AP Photos/picture alliance
Rosto ensanguentado, punho em riste
Depois de cercar Trump, agentes do Serviço Secreto ajudaram o ex-presidente a se levantar. Manchas de sangue eram vistas em seu rosto. Trump ergueu o punho em direção à multidão, dizendo "fight, fight, fight" (luta, luta, luta). Muitos na multidão gritavam: "USA, USA" (EUA, EUA).
Foto: REUTERS
Trump em pode desafiadora
Após os agentes ajudarem Trump a se levantar, ele ergueu o punho em gesto de desafio. Com o rosto manchado de sangue, ele dizia à multidão para "lutar, lutar". As imagens do momento, capturadas aqui pelo fotógrafo da AP Evan Vucci, circularam rapidamente nas mídias sociais, já que muitos republicanos o viram como um momento decisivo da eleição de Trump.
Foto: Evan Vucci/AP Photo/picture alliance
A cena do crime: comício na Pensilvânia
Trump, tinha acabado de começar seu discurso quando os tiros foram disparados. Ele falava sobre migrantes. Uma testemunha disse à agência de notícias Reuters que, a princípio, pareciam fogos de artifício, mas depois as pessoas começaram a gritar. "Todo mundo começou a entrar em pânico. Foi um caos", afirmou.
Foto: Evan Vucci/AP Photo/picture alliance
Choque e medo entre participantes do comício
Uma pessoa da plateia foi morta e duas ficaram gravemente feridas, segundo autoridades de segurança. Um médico que estava no meio da multidão correu para ajudar um dos feridos. Depois de falar com os repórteres, o médico disse que a pessoa havia sido baleada na cabeça. A morte foi confirmada mais tarde.
Foto: Brendan McDermid/REUTERS
Choque nos EUA e no mundo
A notícia sobre o que o FBI está chamando de "tentativa de assassinato" ganhou as manchetes em todo o mundo. O presidente americano, Joe Biden, se disse aliviado por Trump "estar bem". Ele condenou o ataque, dizendo que "não há lugar nos Estados Unidos para esse tipo de violência". O vice-presidente Kamals Harris, que também estava fazendo campanha na Pensilvânia, condenou o "ato abominável".
Foto: Brian Snyder/REUTERS
Joe Biden: ataque "doentio"
O presidente dos EUA, Joe Biden, também falou com Donald Trump depois que ele recebeu alta do hospital. Biden disse estar grato ao Serviço Secreto por ter colocado Trump em segurança. Referindo-se ao ataque, ele afirmou: "É doentio. É doentio. É uma das razões pelas quais temos que unir este país".
Foto: Tom Brenner/REUTERS
Policiais fazem segurança de Biden
Policiais de Rehoboth Beach, em Delaware, vigiam o prédio onde o presidente dos EUA, Joe Biden, fez um discurso condenando o ataque contra seu provável rival nas próximas eleições presidenciais.
Foto: Tom Brenner/REUTERS
FBI: Não há outra "ameaça existente por aí"
Várias horas após o incidente, o FBI assumiu a liderança da investigação e afirmou ter ocorrido uma "tentativa de assassinato" de Trump, dizendo que havia identificado o atirador. O agente especial Kevin Rojek disse que as autoridades estavam "trabalhando febrilmente" no caso. O FBI informou que não ter "nenhuma razão" para acreditar que houvesse qualquer outra ameaça.
Foto: Brendan McDermid/REUTERS
Segurança reforçada
A polícia de Nova York montou guarda em frente à Trump Tower em Nova York. Depois de deixar o hospital, Donald Trump deveria passar a noite em sua residência em Nova York, segundo o jornal "The New York Times".
Foto: David Dee Delgado/REUTERS
A tentativa de assassinato mais grave desde 1981
Membros do Serviço Secreto patrulharam o local na Pensilvânia onde Donald Trump havia realizado um comício anteriormente. O ataque foi a tentativa mais séria de assassinar um presidente ou candidato à presidência desde 1981, quando Ronald Reagan foi baleado.