Dois dias em Heidelberg
4 de julho de 2009Heidelberg é uma cidade que vale a pena ser vista. Basta um final de semana para conhecê-la em todos os aspectos que lhe são atribuídos: pequena, medieval, preservada, histórica, universitária.
A chegada é de trem, e para não tomar a direção errada há logo um posto de informação para turistas na saída da estação. O mapa com os pontos mais marcantes da cidade é gratuito – mas tem que ser solicitado à atendente.
Se bater o espírito aventureiro, há um hostel bem perto da estação central, cinco minutos a pé. O Sttefis é novo, oferece tanto quartos mistos como só para meninas, é limpo e o café da manhã é reforçado. O prédio não é muito atraente por fora – fazia parte de um antigo depósito. O hostel fica no segundo andar, meio escondido – mas o preço é o melhor da cidade.
Coisas para ver
O charme de Heidelberg está no centro antigo. Ele fica espremido entre montanhas, às margens do rio Neckar. Da estação até lá são 15 minutos a pé, ou uma viagem curta de ônibus a 1,10 euro o trecho.
O ponto de entrada para o centro histórico é a praça Bismarckplatz (para quem chega de ônibus ou a pé pela Bergheimer Strasse). Se o ritmo estava acelerado, é hora de relaxar. A partir desse ponto valem algumas regras: máquina fotográfica a postos e disposição para explorar cada ruazinha.
Uma leve subida pela Hauptstrasse leva o turista em direção às montanhas e ao castelo. Estranho citá-lo só agora? É porque, para visitá-lo, é recomendável reservar pelo menos metade do dia. Detalhes virão a seguir.
Presentes modernos e prédios históricos
A Hauptstrasse anima o turista a sair gastando. Há lojas que se encontram em outras cidades do mundo, mas algumas só tem aqui: como uma de presentes descolados e moderninhos. Entre as compras, vale admirar as construções históricas pelo caminho.
Outra recomendação importante: não se intimide a entrar nos prédios que mantêm as portas fechadas. Não significa, necessariamente, que a presença de visitantes não seja bem-vinda. A Igreja dos Jesuítas, o prédio antigo da Universidade, a Biblioteca, a Igreja de São Paulo, por exemplo, escondem ambientes internos imperdíveis – mas que podem passar despercebidos se o turista não girar o trinco da porta.
Na Marktplatz há restaurantes e mesas ao ar livre. Ali estão o prédio histórico da prefeitura e a Igreja do Espírito Santo. A construção imponente ao lado da igreja é de 1592 e foi moradia de um comerciante rico da época.
Subir até a torre da igreja vale a pena
A visita ao interior da Espírito Santo é agradável, mas o surpreendente está no topo. O caminho até a torre é estreito, o teto é baixo, as escadas em espiral chegam a dar tontura – mas o percurso é válido pela visão da cidade que se tem de lá. O castelo, a ponte antiga, a Hauptstrasse superlotada – ângulos imperdíveis para câmeras fotográficas.
De volta ao térreo, a ponte antiga é a próxima parada. A fila de turistas que se forma logo na entrada é para tirar foto com o macaco de metal que dá as boas-vindas aos transeuntes. Os arcos da ponte sobre o rio Neckar já foram imortalizados por escritores de diferentes gerações.
Do outro lado do rio, o Caminho dos Filósofos é um local privilegiado para se observar a cidade antiga, o castelo escorado na montanha e as torres das igrejas. O caminho é de pedras, um pouco íngreme e tem vários pontos de observação.
E assim se vai o primeiro dia em Heidelberg.
Pelo castelo
No segundo dia, a instrução é perder-se pelos arredores do castelo. Subir a pé e fazer o caminho de volta com o funicular é o recomendável. Mas, se sobrar energia, a caminhada de ida e volta é mais encantadora. Não precisa ter medo de se perder, todos os caminhos levam à entrada oficial do castelo. Com calma, vale a pena percorrer os jardins e as ruínas e imaginar como teria sido a vida ali.
O ingresso para o castelo tem valor simbólico, três euros – e estudantes até 29 anos pagam meia. A arquitetura do lugar é uma mistura de gostos dos diversos residentes, de restaurações que se seguiram após destruições desde 1400.
Depois de percorrer os aposentos abertos para visitação, o terraço do castelo é perfeito para o descanso. Uma marca de sola no chão de pedra intriga os visitantes – e os guias aproveitam para contar lendas que correm na região acerca do episódio.
Dizem que aquele foi o registro deixado pelo amante de uma princesa que, na fuga, teria pulado de uma das janelas do Friedrichsbau, um dos prédios do castelo. Até hoje se procura o fujão – e não há quem resista em tentar encaixar o pé na marca.
Autora: Nádia Pontes
Revisão: Roselaine Wandscheer