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Dois opositores são assassinados na Ucrânia

16 de abril de 2015

Oleh Kalashnikov, ex-parlamentar do governo deposto em 2014, e Oles Buzyna, jornalista de opiniões favoráveis a Moscou, são mortos a tiros no intervalo de um dia.

Oles Buzyna foi executado na rua, em plena luz do dia, em KievFoto: picture alliance/ZUMA Press

Dois opositores do governo ucraniano foram assassinados nestas quarta e quinta-feira (16/04) em Kiev, levantando a questão de quem estaria por trás das mortes.

O ex-parlamentar Oleh Kalashnikov, membro do governo deposto no ano passado na Ucrânia, foi encontrado morto a tiros em sua residência nesta quarta-feira, informaram autoridades em Kiev. O político de 52 anos foi parlamentar pelo antigo partido do ex-presidente Viktor Yanukovytch, que renunciou em fevereiro de 2014.

As autoridades afirmam que Kalashnikov poderia ter ligações com o movimento de oposição conhecido como anti-Maidan, em referência à Praça da Independência de Kiev, epicentro das manifestações do ano passado.

"Não há dúvidas que ele sabia muito sobre quem financiava o anti-Maidan e de que forma isso era feito", declarou Anton Herashchenko, alto funcionário do Ministério do Interior da Ucrânia.

Kalashnikov foi encontrado morto na sua residênciaFoto: imago/Zuma Press

Nesta quinta-feira, um jornalista conhecido por suas opiniões pró-Moscou foi executado em plena luz do dia em Kiev. Oles Buzyna, de 45 anos, foi morto a tiros por dois homens encapuzados num carro em movimento, afirmou o Ministério do Interior em nota.

Buzyna, que concorreu ao Parlamento em 2012 pelo chamado Bloco da Rússia, era conhecido mais como ativista do que como jornalista e era famoso por suas opiniões favoráveis a Moscou.

Durante três meses, ele foi editor-chefe do jornal Segodnya, de propriedade do mais rico apoiador da Rússia no país, mas renunciou ao cargo em março, alegando pressões por censura dentro da publicação.

Herashchenko disse que Buzyna, assim como Kalashnikov, era uma testemunha central num processo relacionado a ativistas pró-Rússia que atacaram manifestantes pró-Ocidente na Maidan, no início de 2014, antes da queda do governo de Yanukovytch.

Investigadores examinam corpo de BuzynaFoto: Reuters/V. Ogirenko

O alto funcionário do ministério disse que os assassinatos poderiam ter sido "orquestrados" pela Rússia com o objetivo de tentar desestabilizar internamente a situação na Ucrânia.

Por outro lado, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira que a morte de Buzyna é um assassinato político.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, ordenou investigações "rápidas e transparentes" sobre as mortes dos dois dissidentes. "A natureza e a importância política [dos assassinatos] está clara. Essa foi uma ação deliberada que serve aos interesses de nossos inimigos", declarou o presidente.

RC/ap/dpa/rtr

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