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Doria anuncia sua desfiliação do PSDB

19 de outubro de 2022

Ex-governador paulista deixa a legenda após rápida trajetória como prefeito, governador e pré-candidato a presidente. Partido teve desempenho eleitoral ruim nas urnas neste ano e ficou perto de virar nanico.

Doria de terno falando em microfones
Doria disse em junho que voltaria à iniciativa privadaFoto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ex-governador de São Paulo João Doria comunicou nesta quarta-feira (19/10) a sua desfiliação do PSDB, legenda que integrou por 22 anos.

Em nota publicada em redes sociais, ele afirmou ter cumprido a sua "missão política partidária" e disse desejar que o PSDB tenha "um olhar atento ao seu grandioso passado em busca de inspiração para o futuro".

Doria não mencionou o motivo pelo qual decidiu deixar o PSDB e nem se irá se filiar a outro partido.

Doria chegou a ser pré-candidato do PSDB a presidente da República neste ano, mas desistiu em maio diante da falta de apoio interno e da sua baixa pontuação em pesquisas eleitorais.

O PSDB teve um mau desempenho no primeiro turno das eleições, e elegeu apenas 13 deputados para a Câmara, ficando perto de virar um partido nanico. Engolidos pelo bolsonarismo, os tucanos também não elegeram nenhum senador e verão sua bancada na Casa cair de seis para quatro membros.

Além disso, o PSDB ficou de fora do segundo turno na disputa pelo governo de São Paulo, após 28 anos de vitórias no estado que é o berço da legenda.

Atuação política

Doria foi eleito para o seu primeiro cargo público em 2016, quando venceu a eleição para prefeito de São Paulo em primeiro turno, com o apoio de Geraldo Alckmin, que era então governador paulista e filiado ao PSDB.

Em 2018, Doria renunciou ao cargo de prefeito para disputar o governo de São Paulo, e venceu a eleição no segundo turno. Nesse pleito, ele fez campanha para Jair Bolsonaro a presidente no segundo turno, com o slogan BolsoDoria.

Paralelamente, o grupo de Doria foi conquistando o controle do diretório tucano em São Paulo, escanteando o ex-aliado Alckmin e outras figuras históricas do PSDB no estado.

Apesar de ter apoiado Bolsonaro na campanha, Doria rivalizou com o presidente durante a pandemia de covid-19. Como governador paulista, teve atuação decisiva para firmar a parceria entre o Instituto Butantan e o fabricante chinês de vacina Sinovac, e fez da Coronavac a primeira vacina contra a doença a ser aplicada no Brasil – enquanto Bolsonaro minimizava a pandemia e atrasava as negociações para comprar vacinas de outras farmacêuticas.

Decidido a se lançar candidato a presidente em 2022, Doria disputou e venceu as prévias tucanas para o cargo, mas diante da falta de condições políticas para avançar foi forçado a desistir da candidatura. O PSDB acabou apoiando Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno e agora integra a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Alckmin, por sua vez, está hoje no PSB e é candidato a vice na chapa de Lula.

Atuação privada

Antes de ser eleito prefeito, Doria comandava o Grupo de Líderes Empresariais (Lide), uma organização fundada por ele em 2003 que promove eventos com executivos e faz lobby por algumas causas.

Em junho, um mês depois de ter renunciado à candidatura a presidente, Doria disse que retornaria às suas atividades privadas. Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, Doria foi contratado para ser consultor da multinacional chinesa de celulose Paper Excellence no Brasil.

bl/ek (ots)

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