Principal indicador de Wall Street atinge 20 mil pontos pela primeira vez na história, na esteira das medidas assinadas nos primeiros dias do novo governo americano. Presidente comemora.
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O Dow Jones Industrial, o principal indicador de Wall Street, superou nesta quarta-feira (25/01) a barreira de 20 mil pontos pela primeira vez na história, em meio ao entusiasmo crescente de investidores em relação ao recém-empossado presidente americano, Donald Trump.
A assinatura de uma série de ordens executivas por Trump desde que assumiu a presidência, na última sexta-feira, impulsionou o pregão nova-iorquino. As medidas anunciadas pelo presidente incluem a retirada dos EUA da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que prometia ser o maior acordo comercial da história, e a retomada de dois controversos projetos de oleodutos.
Trump comemorou a marca histórica no Twitter: "Ótimo" #Dow20K."
Às 11h04 da manhã (hora local), o Dow ganhou 162 pontos, ou 0,8%, chegando a 20.075 pontos, fechando mais tarde em 20.068,51 pontos. O índice S&P 500 também registrou alta de 0,8% nesta quarta-feira, para 2.298,37 pontos, e o Nasdaq subiu 1%, para 5.656,34 pontos.
O Dow Jones Industrial – que começou a funcionar com esse nome em 1896 – superou pela primeira vez os 19 mil pontos em novembro passado. A marca inédita de 10 mil pontos foi alcançada pela primeira vez em 1999.
Investidores afirmaram que superar os 20 mil pontos se trata apenas de um número, e a maioria se mostra cética quanto aos efeitos da nova marca. Analistas costumam focar mais no índice S&P 500, por considerar que este representa melhor o mercado como um todo. O Dow Jones é baseado nas ações de 30 das maiores e mais importantes empresas dos EUA, escolhidas pelos editores do jornal Wall Street Journal.
LPF/efe/rtr/ap
Qual o poder do presidente dos EUA?
Chefe de governo e de Estado da maior potência econômica e militar do planeta é frequentemente considerado a pessoa mais poderosa do mundo, mas nem por isso seu poder é ilimitado.
Foto: Klaus Aßmann
Assim diz a Constituição
O presidente é eleito por quatro anos e pode ser reeleito apenas uma vez. Ele é chefe de Estado e de governo. É tarefa dele fazer com que as leis aprovadas pelo Congresso sejam executadas. Cerca de 4 milhões de pessoas trabalham para o Poder Executivo. O presidente pode, como principal diplomata, receber embaixadores e, assim, reconhecer Estados.
Foto: Klaus Aßmann
Balanço entre os poderes
Cada um dos três poderes pode intervir no outro, o que limita de poder de todos. O presidente pode indultar pessoas e nomear juízes federais, mas apenas com a concordância do Senado. O presidente nomeia também, entre outros, seus ministros e embaixadores – se os senadores derem o aval. Esse é um dos meios que o Legislativo tem para controlar o Executivo.
Foto: Klaus Aßmann
Discurso sobre o Estado da União
O presidente tem que informar o Congresso sobre o destino do país, e ele faz isso em seu "discurso sobre o Estado da União". Apesar de não ter o poder de apresentar propostas de leis ao Congresso, ele pode expor suas prioridades no seu discurso. Assim, pode fazer pressão sobre o Congresso. Mas não mais do que isso.
Foto: Klaus Aßmann
Ele pode simplesmente dizer "não"
Se o presidente enviar de volta ao Congresso um projeto de lei sem sua assinatura, significa que ele usou seu poder de veto. E esse veto somente poderá ser revogado por uma maioria de dois terços nas duas câmaras. De acordo com o Senado, dos cerca de 1.500 vetos na história dos EUA, somente 111 foram derrubados.
Foto: Klaus Aßmann
Zona nebulosa na definição de poder
A Constituição e decisões da Suprema Corte não deixam bem claro quanto poder o presidente tem de fato. Uma brecha permite um segundo tipo de veto, o chamado "pocket veto". Sob certas circunstâncias, o presidente pode colocar uma proposta legislativa "no seu bolso", ou seja, ela não vale. O Congresso não pode derrubar esse veto. Essa manobra foi usada mais de mil vezes.
Foto: Klaus Aßmann
Decretos que são válidos como leis
O presidente pode determinar como os funcionários do governo cumprirão seus deveres. Esses decretos presidenciais têm força de lei e não necessitam de aprovação parlamentar. Ainda assim, o presidente não pode fazer o que bem entender. A Justiça pode declarar um decreto inválido, ou o Congresso pode aprovar uma lei contrária. E, ainda, o próximo presidente pode simplesmente revogar um decreto.
Foto: Klaus Aßmann
Contornar o Congresso
O presidente pode negociar acordos com outros governos, mas o Senado deve aprová-los com uma maioria de dois terços. Para contornar isso, em vez de tratados, os presidentes podem fazer uso de "acordos executivos", que não precisam ser aprovados pelo Congresso. Eles são válidos enquanto o Congresso não vetá-los ou aprovar legislação que torne o acordo inválido.
Foto: Klaus Aßmann
Comandante em chefe
O presidente é o comandante em chefe das tropas, mas é o Congresso que tem o poder de declarar guerra. Não está claro, porém, se um presidente pode enviar tropas para uma região em conflito. Na Guerra do Vietnã, o Congresso entendeu que um limite havia sido ultrapassado e interveio por lei. Ou seja, o presidente só pode assumir competências enquanto o Congresso não agir.
Foto: Klaus Aßmann
Impeachment
Se um presidente abusar do poder do cargo ou cometer um crime, a Câmara dos Representantes pode iniciar um processo de impeachment. Mas há um instrumento muito mais poderoso para parar qualquer iniciativa presidencial: o Congresso tem a competência de aprovar o orçamento e pode simplesmente fechar a torneira de dinheiro do presidente.