Drama gay venezuelano ganha Leão de Ouro em Veneza
12 de setembro de 2015
Brilho sul-americano na 72ª edição do festival de cinema: "Desde allá", obra de estreia de Lorenzo Vigas, é escolhida entre 21 produções internacionais. Prêmio de melhor direção vai para argentino Pablo Trapero.
Prêmio máximo de Veneza para Lorenzo Vigas, da VenezuelaFoto: Reuters/S. Rellandini
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A vencedora do Leão de Ouro do Festival de Veneza é a película venezuelana Desde allá (literalmente: "De lá"). O drama sobre amor homossexual reprimido, primeiro longa-metragem de Lorenzo Vigas, foi escolhido pelo júri presidido por Alfonso Cuarón entre 21 produções internacionais. Nascido em 1967, o cineasta Vigas é formado em biologia molecular e estudou cinema na Universidade de Nova York.
O Leão de Prata de melhor diretor foi para outro sul-americano, o argentino Pablo Trapero, por El clan, um romance policial que conta a história real do próspero clã dos Puccio, que na década de 1980 perpetrou uma série de sequestros e assassinatos na Argentina.
A dupla americana Charlie Kaufman e Duke Johnson arrebatou o Grande Prêmio do Júri da 72ª edição do festival internacional por seu aclamado e altamente original filme de animação para adultos Anomalisa.
O prêmio de melhor atriz foi para a italina Valeria Golina por sua participação em Per amor vostro ("Pelo seu amor"), drama encenado em Nápoles pelo diretor Giuseppe Gaudino. O veterano francês Fabrice Luchini foi laureado melhor ator por L'Hermine (título internacional: Courted), de Christian Vincent.
Pablo Trapero recebe troféu de melhor diretorFoto: picture-alliance/AP/A. Medichini
O Prêmio Marcello Mastroianni, dedicado ao melhor ator ou atriz estreante, foi para o ganense Abraham Attah, por seu papel em Beasts of no nation ("Bestas sem pátria"), de Cary Fukunaga.
Entre os até então favoritos, cuja ausência na premiação surpreendou, esteve a produção britânica A garota dinamarquesa, em que o ganhador do Oscar Eddie Redmayne interpreta o transgênero Einar/Lili, baseado numa figura real.
Representando o Brasil, o filme Boi Neon, de Gabriel Mascaro, levou o prêmio especial da mostra "Horizontes".
AV/afp/rtr/dpa
72° Festival de Cinema de Veneza
Na edição de 2015 do evento na cidade italiana, Johnny Depp, Juliette Binoche e outras celebridades são aguardadas no tapete vermelho. O Leão de Ouro é disputado por 21 produções internacionais.
Foto: picture alliance/ZB
Leões a postos
Neste ano, 21 filmes competem pelo Leão de Ouro em Veneza. Mais uma vez, um dos maiores festivais de cinema do mundo pretende convencer o público com uma mistura de filmes de arte e produções mais comerciais.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Abertura gelada
O drama "Everest" abre a programação do festival à beira-mar. O filme sobre alpinismo se passa nas paisagens congelantes do Himalaia e é estrelado por Jake Gyllenhaal e Keira Knightley. A produção não está na disputa pelo Leão de Ouro.
Foto: Universal Pictures
Drama na neve
Dirigido por um islandês, "Everest" é repleto de estrelas de Hollywood, mas foi baseado em eventos trágicos e reais. O filme conta a história de oito alpinistas que morreram no Monte Everest em 1996.
Foto: Universal Pictures
Presidente mexicano
O diretor mexicano Alfonso Cuarón vai presidir o júri desta edição. Ao lado de seus colegas, ele irá avaliar 21 produções internacionais.
Foto: Reuters
Apoio alemão
Cuarón poderá contar com a ajuda da atriz Diane Kruger, que também integra o júri, para tomar suas decisões. Kruger, que nasceu na Alemanha, tem há anos uma carreira de sucesso em Hollywood e deve se sentir à vontade no tapete vermelho de Veneza.
Foto: picture-alliance/dpa
O leão acorda
Embora o mundo do cinema volte o olhar para a competição oficial nos próximos dias, o Festival de Veneza tem muito mais a oferecer. As mostras paralelas incluem estreias e exibições de filmes de todas as regiões do mundo.
Foto: picture alliance/ZB
Memórias do nazismo
Não há filmes de diretores alemães no festival, mas algumas coproduções internacionais exibidas em Veneza foram produzidas na Alemanha. É o caso do novo filme do canadense Atom Egoyan, "Remember", que aborda as consequências do nazismo.
Foto: Getty Images
Um russo no exílio
O diretor russo Aleksandr Sokurov teve que olhar diversas vezes nos últimos anos para o exterior. Financiar seus projetos na Rússia tornou-se difícil. Seu novo filme, "Frankofonia", produzido com dinheiro alemão, conta um episódio da Segunda Guerra Mundial: o resgate do patrimônio artístico no Museu do Louvre, em Paris.
Foto: imago/ITAR-TASS
À espera do sucesso
Provavelmente, ninguém está mais interessado no sucesso do evento do que Alberto Barbera, diretor do festival. O italiano, nascido em 1950, já foi crítico de cinema. Nos últimos anos, ele tem impulsionado Veneza com filmes de peso na programação.
Foto: picture-alliance/dpa
Homenagem a Mario Monicelli
O diretor italiano Mario Monicelli, que morreu em 2010 e completaria 100 anos em 2015, ganha uma retrospectiva em Veneza. Especialista em comédia, Monicelli sempre ficou à sombra de seus grandes compatriotas, como Visconti, Antonioni e Rossellini.
Foto: Getty Images/AFP/D. Meyer
Prêmio cobiçado
A 72ª edição do Festival de Veneza começa nesta quarta-feira (02/09) com a presença de várias estrelas. Dez dias e muitos filmes depois, terá terminado aquele que, para muitos visitantes, é o melhor festival de cinema do mundo. E alguém sairá dele muito feliz: o vencedor do Leão de Ouro.