Drama japonês "Shoplifters" vence Palma de Ouro em Cannes
19 de maio de 2018
Filme do cineasta Hirokazu Kore-eda sobre uma família pobre no Japão é o grande vencedor do festival de cinema na França. "BlacKkKlansman", do diretor americano Spike Lee, leva o segundo prêmio mais importante.
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O drama humanista Shoplifters, do cineasta japonês Hirokazu Kore-eda, levou a Palma de Ouro neste sábado (19/05), tornando-se o grande vencedor da 71ª edição do Festival de Cannes.
O filme conta a história de uma família pobre em Tóquio que ensina seus filhos a roubarem produtos de supermercado – o que explica o título em inglês. O drama chegou a ser descrito como "Oliver Twist dos tempos modernos", em referência ao romance de Charles Dickens do século 19.
Em cerimônia neste sábado, que marcou o encerramento do renomado festival de cinema na cidade francesa, Kore-eda recebeu o prêmio com um discurso em japonês, dedicando-o a toda a equipe de produção envolvida no filme.
Esta é a segunda conquista de Kore-eda em Cannes. Em 2013, ele venceu o Prêmio do júri com o drama Pais e filhos, sobre um homem que, ao descobrir que seu filho foi trocado após o nascimento, precisa se decidir entre o filho biológico e o menino criado por ele e sua mulher até então.
A atriz Cate Blanchett, presidente do júri responsável por selecionar os vencedores do festival, afirmou que a escolha para a Palma de Ouro foi "dolorosa" dada a força da competição.
Além de Shoplifters, entre os favoritos ao prêmio principal estavam Cold war, do polonês Pawel Pawlikowski, Ash is purest white, do chinês Jia Zhangke, Leto, do russo Kirill Serebrennikov, e Three faces, do iraniano Jafar Panahi.
Apesar de não levar a Palma de Ouro neste ano, Pawlikowski conquistou o prêmio de melhor diretor com Cold war. O polonês ficou conhecido após o filme em preto e branco Ida, que venceu o Oscar de melhor filme em língua estrangeira em 2015.
A segunda honraria mais importante de Cannes, o chamado Grande Prêmio, foi para o cineasta americano Spike Lee com o filme BlacKkKlansman, baseado na história real de um policial negro infiltrado na organização Ku Klux Klan.
Já o longa Capharnaüm, da diretora libanesa Nadine Labaki, levou o Prêmio do Júri, considerado a medalha de bronze do festival. O drama realista expõe a negligência na infância nas favelas de Beirute.
Nesta sexta-feira, a brasileira Carolina Markowicz venceu a Queer Palm para curta-metragens com o filme O órfão, sobre um adolescente adotado que é devolvido ao orfanato por ter gestos afeminados. O prêmio é dedicado a filme com temática LGBTI.
Confira os ganhadores desta edição:
Palma de Ouro
Shoplifters, de Hirokazu Kore-eda (Japão)
Grande Prêmio
BlacKkKlansman, de Spike Lee (Estados Unidos)
Prêmio do Júri
Capharnaüm, de Nadine Labaki (Líbano)
Palma de Ouro especial
Le livre d’image, de Jean-Luc Godard (França/Suíça)
Melhor diretor
Pawel Pawlikowski, por Cold war (Polônia)
Melhor atriz
Samal Yeslyamova, por Ayka (Cazaquistão)
Melhor ator
Marcello Fonte, por Dogman (Itália)
Palma de Ouro para curta-metragem
All these creatures, de Charles Williams (Austrália)
Câmara de Ouro
Girl, de Lukas Dhont (Bélgica)
EK/afp/ap/dpa/efe/rtr/ots
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Divas do cinema europeu do pós-guerra
Uma das mais festejadas atrizes do cinema italiano completa 90 anos: Gina Lollobrigida. Ela abriu caminho para muitas outras artistas. Veja aqui uma lista de ícones da Sétima Arte na Europa, que inclui uma brasileira.
Amada tanto pelo público quanto pela imprensa, a atriz italiana nasceu nos arredores de Roma em 1927 e se tornou um dos maiores nomes do cinema europeu nas décadas de 1950 e 1960. Conhecida como "Lollo", ela também conseguiu fazer sucesso em Hollywood. No início dos anos 1970, ela se retirou da vida artística, após 25 anos de carreira.
Foto: picture-alliance/United Archives/IFTN
Sophia Loren: rival e arqui-inimiga
Gina Lollobrigida teve de competir com uma forte concorrente: a carreira de Sophia Loren se iniciou na mesma época. Seis anos mais nova, Loren se divertia com a disputa, enquanto afirmava seu status de símbolo sexual, alimentando ainda mais a contenda entre as duas divas. Sophia Loren continuou a trabalhar como atriz ainda por muitos anos e parece ainda apreciar os holofotes.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Schmitt
Claudia Cardinale: para além das fazendas
Outra atriz que logo se aliou ao rol das destemidas italianas no cinema europeu foi Claudia Cardinale. Ela atuou numa série de grandes papéis, tendo sido dirigida por alguns dos maiores diretores da Europa, como Luchino Visconti ou Federico Fellini. A talentosa morena conseguiu enaltecer ainda mais seus encantos e também a sua ousadia em clássicos do faroeste, como "Era uma vez no Oeste".
Foto: Getty Images
Brigitte Bardot: a mãe de todos os beicinhos
Na França, outro símbolo sexual estava avançando para novos patamares do cinema. Brigitte Bardot apresentou o melhor da "grande nação", estrelando filmes inesquecíveis, como "E Deus criou a mulher" e "Amar é minha profissão". Ela também se retirou da vida artística no início dos anos 1970, para se dedicar à proteção dos animais.
Foto: picture alliance/dpa
Catherine Deneuve: fascínio enigmático
Na década de 1960, Catherine Deneuve, compatriota de Bardot, começou a atrair um bom número de fãs. Seus papéis, no entanto, eram mais moderados do que aqueles de atrizes que lhe antecederam, não alimentando exclusivamente fantasias masculinas, mas levando o cinema a uma era de papéis complexos. Seu talento de interpretação lhe permitiu continuar a assumir um lugar proeminente no cinema até hoje.
Foto: Imago/United Archives
Romy Schneider: beleza trágica
Os anos 1960/70 foram a era de ouro de Romy Schneider. Nascida em Viena, a atriz ganhou fama no papel de Sissi, a imperatriz da Áustria. Mais tarde, ela se mudou para a França, onde se tornou uma das artistas mais carismáticas e proeminentes do cinema europeu. Mas a sua vida privada foi tudo menos feliz. Em 1982, Romy Schneider morreu em circunstâncias trágicas.
Foto: Imago/United Archives
Pénelope Cruz: emoções na tela
Uma das maiores estrelas femininas do continente europeu vem da Espanha: nascida em 1974, Pénelope Cruz ganhou fama em seu país de origem antes de conquistar a Europa e Hollywood. Ela desempenhou uma série de performances brilhantes – especialmente trabalhando com um de seus diretores favoritos, Pedro Almodóvar, como aqui em "Volver".
Foto: imago/EntertainmentPictures
Irene Papas: um ícone grego
Atrizes de outros países europeus também souberam conquistar o coração do público em todo o continente nas décadas do pós-guerra. Entre elas, estava Irene Papas. A atriz, que também é festejada como grande cantora em seu país de origem, a Grécia, alcançando seu maior sucesso internacional em 1964 com "Zorba, o Grego". Ela atuou em diversos filmes europeus, como também em Hollywood.
Foto: Imago/United Archives
Tatiana Samoilova: beleza russa
Embora o público na Europa Ocidental estivesse focado em filmes italianos, franceses, alemães e britânicos, também existiram ícones da Sétima Arte em países da Europa Oriental. A maior estrela do cinema russo do pós-guerra foi Tatiana Samoilova, que festejou sucesso mundial com a película "Os guindastes estão voando", de 1957.
Foto: Imago/United Archives
Krystyna Janda: uma estrela intelectual
A Polônia é o país de origem de excelentes atrizes de sucesso internacional. Na década de 1970, Krystyna Janda ganhou fama por suas participações em filmes dirigidos pelo compatriota Andrzej Wajda, seguidos de coproduções internacionais ao lado de estrelas como Lino Ventura. Em seu país, ela também é conhecida como cantora e autora.
Foto: Imago/United Archives
Florinda Bolkan: uma pantera brasileira
Natural do Ceará, Florinda Bolkan foi uma das maiores estrelas do cinema europeu nos anos 1970. Assim como Sophia Loren e Claudia Cardinale, recebeu três vezes o David di Donatello, Oscar do cinema italiano. Foi comissária da Varig até ser descoberta por Luchino Visconti. Na foto, vê-se Bolkan em "Investigação sobre um cidadão acima de qualquer suspeita". Hoje, ela vive entre a Itália e o Brasil.