"Synonymes" é melhor filme no Festival de Berlim 2019
16 de fevereiro de 2019
Premiado com Urso de Ouro na Berlinale, longa-metragem do diretor Nadav Lapid conta a história de jovem israelense que tenta recomeçar sua vida em Paris.
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Presidido pela atriz francesa Juliette Binoche, o júri do 69° Festival de Cinema de Berlim premiou neste sábado (16/02) o longa-metragem Synonymes, do diretor israelense Nadav Lapid, com o Urso de Ouro, o prêmio de melhor filme da Berlinale.
A produção franco-alemã-israelense conta a história de um jovem de Israel, que tenta se livrar de seu passado e de sua nacionalidade em Paris. O filme relata sobre as dificuldades de criar novas raízes.
O Urso de Prata/Prêmio Especial do Júri foi para Grâce à Dieu, onde o diretor francês François Ozon aborda o atual processo judicial contra o cardeal Philippe Barbarin, arcebispo de Lyon, acusado de encobrir por muitos anos abusos sexuais a menores.
Já o Urso de Prata/Prêmio Alfred Bauer para "filme que abre novas perspectivas" foi para Systemsprenger, da diretora Nora Fingscheidt. O filme alemão conta a história de uma menina de nove anos que sobrecarrega todos os sistemas educacionais.
O Urso de Prata de melhor direção também foi para a Alemanha: na produção servo-alemã Ich war zuhause, aber, a diretora Angela Schanelec aborda o desaparecimento de um estudante de 13 anos.
Os dois Ursos de Prata de melhor atriz e melhor ator foram, respectivamente, para Yong Mei e Wang Jingchun, por suas interpretações na película chinesa So Long, My Son.
Dieter Kosslick, que dirigiu o Festival Internacional de Cinema de Berlim por 18 temporadas, despede-se este ano da Berlinale, cujo lema em 2019 foi "O privado é político".
Nos últimos dez dias, foram exibidos cerca de 400 filmes de 74 países no Festival de Berlim. O Brasil não tinha nenhuma produção concorrendo na competição principal.
Apresentado na mostra paralela Generation, o longa-metragem Espero tua (re)volta, da diretora brasileira Eliza Capai, foi agraciado neste sábado com o Prêmio da Anistia Internacional e da Paz.
Os principais premiados:
Urso de Ouro de melhor filme: Synonymes, do diretor israelense Nadav Lapid
Urso de Prata/Prêmio Especial do Júri: Grâce à Dieu, do francês François Ozon
Urso de Prata/Prêmio Alfred Bauer para "filme que abre novas perspectivas": Systemsprenger, da cineasta alemã Nora Fingscheidt
Urso de Prata de melhor direção: Angela Schanelec por Ich war zuhause, aber (Alemanha)
Urso de Prata de melhor atriz: Yong Mei em So Long, My Son (China)
Urso de Prata de melhor ator: Wang Jingchun em So Long, My Son (China)
Urso de Prata de melhor roteiro: Maurizio Braucci, Claudio Giovannesi, Roberto Saviano por Piranhas (Itália)
Urso de Ouro de melhor curta-metragem: Umbra, de Florian Fischer e Johannes Krell (Alemanha)
CA/dpa/ots
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A Alemanha conquistou um lugar próprio no cenário do cinema ocidental pós-guerra. Dos filmes de autor dos anos 1960 até a produção contemporânea, alguns nomes merecem ser especialmente lembrados.
Foto: Vanessa-Maas/bombero international
Rainer Werner Fassbinder
Considerado um dos mais importantes diretores alemães de todos os tempos, Rainer Werner Fassbinder (1945-1982) viveu apenas 37 anos, nos últimos 16 dos quais realizou 44 filmes. Maior "cronista" em imagens do país e tido como gênio, ele se tornou o mais conhecido cineasta da Alemanha no exterior. Um sem número de teses acadêmicas, livros e documentários confirma hoje a importância de sua obra.
Foto: Imago/United Archives
Wim Wenders
Um dos diretores alemães mais conhecidos fora do país, Wim Wenders realizou dezenas de filmes. Além dos lendários "Paris, Texas" e "Asas do desejo". de ficção, ele dirigiu também diversos documentários sobre música, arquitetura, dança e moda. "Pina", sobre a célebre coreógrafa alemã, realizado em 2011 em 3D, marcou o uso dessa tecnologia em filmes de arte.
Foto: picture-alliance/AP Photo/E. Ferrari/ANSA
Werner Herzog
Ao lado de Fassbinder e Wenders, Werner Herzog é o terceiro nome mais conhecido da geração do Novo Cinema Alemão. Autodidata, começou ainda muito jovem a realizar seus filmes, tendo se tornado conhecido através de seus trabalhos com o excêntrico ator Klaus Kinski, com quem realizou cinco filmes. "Fitzcarraldo", de 1982, teve a Amazônia brasileira e peruana como cenário.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Carstensen
Margarethe von Trotta
A berlinense que nasceu em 1942 começou carreira como atriz, indo aos poucos se afirmando como diretora e roteirista de cinema. Personagens femininas são uma marca de sua obra. Margarethe von Trotta já levou às telas as trajetórias de Hildegard von Bingen, Rosa Luxemburg e Hannah Arendt, entre outras.
Foto: picture-alliance/dpa
Volker Schlöndorff
Volker Schlöndorff viveu na França, onde foi assistente de Jean-Pierre Melville, Alain Resnais e Louis Malle. Em 1966, garantiria seu posto no grupo dos grandes nomes do Novo Cinema Alemão ao levar às telas "O jovem Törless", de Robert Musil. A partir daí, consagrou-se por suas adaptações literárias, entre elas "O tambor", de Günter Grass, pelo qual recebeu um Oscar em 1980.
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Alexander Kluge
Nascido em 1932, Alexander Kluge foi aluno de Theodor W. Adorno na Universidade de Frankfurt, na mesma época que o filósofo Jürgen Habermas, e fez suas primeiras experiências com cinema como assistente de Fritz Lang. Kluge foi um dos mentores do "Manifesto de Oberhausen", tornado-se posteriormente um dos principais pensadores do Novo Cinema Alemão.
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Werner Schroeter
Devido à radicalidade de sua obra, Werner Schroeter (1945-2010) nunca conseguiu atingir a popularidade de outros de seus contemporâneos. O gênero lírico era presença constante na obra deste cineasta, que foi também diretor de teatro e ópera. Consta que Fassbinder teria certa vez dito que Schroeter era "o único gênio que a Alemanha mereceria, se não o tivesse desprezado".
Foto: picture-alliance/dpa
Harun Farocki
Cineasta, ensaísta, videoartista e teórico de mídia, Harun Farocki (1944-2014) realizadou de mais de 90 filmes e instalações de mídia e vídeo, em parceria com museus e galerias do mundo. Considerado um dos documentaristas mais importantes de sua geração, questionou em seus filmes-ensaios diversas vezes o próprio discurso da mídia e o uso da tecnologia.
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Doris Dörrie
A cineasta tornou-se internacionalmente conhecida em 1985 com a comédia de costumes "Homens". Ela assina a direção de mais de 30 filmes, encenações de ópera, romances e livros infantis. Alguns de seus filmes são adaptações para a tela de seus próprios romances. Uma das características da obra de Doris Dörrie é o humor constante.
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Fatih Akin
O turco-alemão Fatih Akin é considerado um dos grandes nomes do cinema da Alemanha. Depois de "Em julho" e "Solino", alcançou reconhecimento internacional com "Contra a parede", que em 2004 recebeu o Urso de Outro no Festival de Berlim. O cinema de Akin talvez seja o mais multicultural produzido na Alemanha, transitando entre fronteiras tanto geográficas quanto culturais.