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Duplo atentado deixa dezenas de mortos na Nigéria

21 de maio de 2014

Dois carros-bomba explodiram num mercado lotado na cidade de Jos, deixando mais de uma centena de mortos e dezenas de feridos. Autoridades desconfiam do Boko Haram.

Fumaça pode ser vista no local da segunda explosão em JosFoto: picture alliance / AP Photo

Um duplo atentado em Jos, cidade no centro da Nigéria, deixou ao menos 118 mortos nesta terça-feira (20/05). O boletim atualizado com o número de mortos foi divulgado nesta quarta pela Agência Nacional de Gestão de Crises (Nema).

De acordo com coordenador da agência, Mohammed Absulsalam, ao menos 56 pessoas ficaram feridas. Ele disse que o número de vítimas deve aumentar devido à possibilidade de haver corpos entre os escombros provocados pelas duas explosões.

No boletim divulgado anteriormente pelo delegado de polícia de Plateau (estado do qual Jos é a capital), Chris Olakpe, o número de vítimas chegava a 46, e 45 pessoas estavam gravemente feridas.

A primeira bomba, que estaria num caminhão, foi detonada por volta das 15h (horário local) no principal mercado da cidade, o New Abuja. Cerca de vinte minutos depois, enquanto as equipes de socorro chegavam ao local e começavam a atender as primeiras vítimas, a segunda bomba teria explodido dentro de um microônibus, num ponto perto do mercado.

As explosões danificaram um hospital, lojas, bancos e um estacionamento, além de liberarem uma espessa fumaça que tomou conta da cidade. Muitas pessoas deixaram a área atingida com manchas de sangue pelo corpo, contam moradores que estavam no local. De acordo com Pam Ayuba, porta-voz do governo, muitas vítimas são mulheres.

Série de atentados

A autoria do atentado ainda não foi identificada, mas autoridades suspeitam que o Boko Haram esteja por trás dos ataques. O grupo islamita já teve Jos como alvo de seus ataques no passado – a cidade está na região chamada Cinturão Médio, que divide o país entre o norte predominantemente muçulmano e o sul cristão.

Em comunicado, o presidente Goodluck Jonathan afirmou que seu governo continua comprometido na luta contra o terror e que não será intimidado por atrocidades cometidas por "inimigos do progresso humano e da civilização".

O presidente também anunciou que vai reforçar as medidas para combater os insurgentes, incluindo o envio de uma força internacional formada por tropas de Níger, Camarões, Chade e da própria Nigéria para patrulhar a região do lago Chade, uma das bases dos terroristas.

O atentado desta terça-feira deve somar-se ao ataque suicida que vitimou quatro no norte da cidade de Kano, no domingo, e levantar discussões a respeito do controle do governo sobre a segurança do país.

Em meio aos frequentes bombardeios na Nigéria, Jonathan é alvo de críticas por não garantir a segurança dos nigerianos e também por sua inércia na atuação no caso do sequestro de mais de 200 estudantes por militantes do Boko Haram.

De acordo com a Nema, mais de 2 mil pessoas – a maioria civis – foram mortas só neste ano no país em ataques terroristas ou em ações de resposta dos militares.

BWS/afp/dpa/lusa/ap

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