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Dylan quebra silêncio sobre Nobel

29 de outubro de 2016

Cantor se diz honrado com a homenagem, mas ainda não confirma presença na cerimônia de entrega em Estocolmo. Academia afirma que, para prêmio ser considerado aceito, ele terá que pelo menos enviar um vídeo.

USA Bob Dylan 1980
Bob Dylan em show em 1980: cantor raramente fala com a imprensa Foto: picture alliance/Effigie/Leemage

O cantor e compositor americano Bob Dylan, agraciado com o Nobel de Literatura no início do mês, quebrou o silêncio nesta sexta-feira (28/10) sobre o prêmio, dizendo-se honrado com a homenagem, porém ainda não confirmando sua presença na cerimônia de entrega.

Conhecido por evitar a imprensa, Dylan não havia feito até agora qualquer comentário sobre o prêmio, apesar de repetidas tentativas de contato feitas pela Academia Sueca desde que foi anunciado como vencedor, em 13 de outubro.

Em comunicado, a Fundação Nobel anunciou que Dylan disse nesta semana a Sara Danius, secretária permanente da Academia Sueca, que aceita o prêmio. E, ao jornal inglês Telegraph, afirmou que, se possível, estará na cerimônia de entrega do prêmio.

"É difícil de acreditar. Quem é que não sonha com algo assim?", disse o cantor ao jornal, usando a palavra "incrível" para descrever a honraria. Depois, indagado seria iria ao jantar oferecido pelo rei Carl Gustaf da Suécia, afirmou: "Certamente, se é que for possível."

Cerimônia

Segundo a Academia Sueca, Dylan não é obrigado a ir à cerimônia em Estocolmo, marcada para o próximo dia 10 de dezembro. Mas, para o prêmio ser considerado aceito, ele terá que deixar algum tipo de mensagem, ainda que por vídeo.

"Eu espero que ele faça o que queira, estamos fazendo tudo o que podemos para adaptar as festividades a ele", afirmou Danius, sugerindo que Dylan pode cantar uma música, fazer um discurso ou ler um poema, por exemplo.

Há décadas se especulava sobre um Nobel de Literatura para o cantor, mas muitos argumentavam que a Academia não iria reconhecer um astro da música pop. Além disso, dar o prêmio para um músico poderia também ser interpretado como uma crítica indireta à literatura contemporânea, o equivalente a dizer que não há nenhum escritor digno do prêmio.

O Nobel é a mais recente das várias distinções atribuídas ao cantor, que já recebeu 11 Grammys, um Oscar de Melhor Canção Original, um Pulitzer por "suas composições líricas e de extraordinário poder poético, que causaram profundo impacto na música popular e na cultura americana", entre outros prêmios. Em 2012, ele angariou ainda a Medalha Presidencial da Liberdade, concedida pelo presidente Barack Obama, a honraria civil mais alta dos Estados Unidos.

RPR/ots

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