Ebola já deixou mais de 3 mil mortos na África Ocidental, diz OMS
27 de setembro de 2014
Número de casos registrados passa de 6,5 mil. Na Libéria, o país mais afetado, 150 pessoas morreram em apenas dois dias. FMI anuncia ajuda de 130 milhões de dólares.
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O número vítimas fatais da atual epidemia do ebola no oeste da África ultrapassou os 3 mil. Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde nesta sexta-feira (26/09), ao menos 3.091 pessoas morreram em decorrência do vírus.
A Libéria registrou 1.830 mortes, cerca de três vezes mais do que em Guiné e em Serra Leoa, os dois outros países mais afetados. Em apenas dois dias, mais de 150 pessoas morreram na Libéria. A Nigéria e o Senegal, que também tiveram casos confirmados, não registraram novas mortes.
O total de casos de infecção confirmados nos cinco países subiu para 6.574. A OMS alerta, porém, que o número de casos real pode ser muito maior, já que muitos pacientes temem ir a hospitais ou são rejeitados por clínicas lotadas.
Diante da gravidade da epidemia, crescem os esforços internacionais para combatê-la. O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou nesta sexta-feira uma ajuda emergencial no valor de 130 milhões de dólares para assistência aos três países mais abalados pela epidemia. O órgão anunciou que disponibilizará imediatamente 41 milhões de dólares para Guiné, 49 milhões de dólares para a Libéria, e outros 40 milhões de dólares para Serra Leoa.
"O FMI está trabalhando duro com as autoridades dos países afetados para assegurar que a epidemia seja controlada rapidamente e para ajudar na reconstrução econômica que deve vir na sequência", disse Christine Lagarde, diretora do FMI.
Maior surto de ebola da história
A África enfrenta a pior epidemia de ebola. Não existem medicamentos ou vacina para conter a doença. Perante surto, a Organização Mundial da Saúde liberou o uso de substâncias experimentais em pacientes infectados.
Foto: Reuters
Conhecido desde 1976
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores da Bélgica. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Desde então, já houve 15 epidemias nos países africanos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Foto: Reuters
Chances mínimas
Há diversas variações do vírus, e apenas algumas causam a febre hemorrágica. Ainda não há vacina ou medicamentos aprovados para combater o ebola. A doença é fatal na maioria dos casos: a taxa de mortalidade é de 90%. O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais.
Foto: AFP/Getty Images
Sintomas
Os sintomas, que aparecem entre 2 e 21 dias após a infecção, são fraqueza, dores de cabeça e musculares, calafrios, falta de apetite, dor de estômago e de garganta, diarreia, vômitos e febre hemorrágica. As principais regiões do corpo afetadas são o aparelho digestivo, o baço e o pulmão.
Foto: picture alliance/AP Photo
Contágio
A transmissão do ebola ocorre apenas através de fluídos corporais, ou seja, deve haver contato direto entre as pessoas ou animais infectados, e também por meio do contato com ambientes contaminados. Ele se propaga, por exemplo, em hospitais, entre enfermeiros e médicos que tratam de pessoas infectadas. Além disso, pode ser transmitido ao se tocar no corpo de pessoas que morreram dessa doença.
Foto: Reuters/Unicef
De animais para humanos
Animais infectados também transmitem a doença. O ebola foi introduzido na população humana através de contato com sangue, secreções, órgãos e fluídos corporais de animais que carregavam o vírus. Morcegos, por exemplo, são hospedeiros do vírus, mas eles não adoecem e podem carregar o ebola consigo até o fim da vida.
Foto: picture-alliance/dpa
Informação é o melhor remédio
Campanhas de esclarecimentos sobre o ebola são fundamentais para conter o avanço da epidemia. A única maneira de evitar uma infecção são medidas preventivas, como melhores condições de higiene nos hospitais, uso de luvas e a quarentena.
Foto: Sia Kambou/AFP/Getty Images
Atual epidemia
Os primeiros casos do atual surto de ebola foram confirmados em março deste ano na Guiné. Desde então, a pior epidemia dessa doença da história já se alastrou por seis países africanos. Casos já foram registrados na Libéria, em Serra Leoa, na Guiné, na Nigéria, na República Democrática do Congo e no Senegal.
Foto: picture-alliance/dpa
Fronteiras fechadas
Os governos de Serra Leoa, Libéria e Nigéria decretaram estado de emergência devido à epidemia. O surto levou alguns países africanos a colocar em quarentena regiões fortemente atingidas pela doença. Além disso, para tentar evitar a propagação da epidemia, países como Guiné, Libéria e Costa do Marfim fecharam suas fronteiras.
Foto: Reuters
Mais de mil mortes
A OMS considerou o atual surto de ebola com o maior e pior da história. Desde março, mais de 3 mil casos da doença já foram confirmados e mais de 1.500 pessoas morrem de ebola. Entretanto, a agência teme que mais de 20 mil pessoas possam ser infectadas até que a epidemia seja controlada.
Foto: DPA
Vida em risco
No atual surto há uma elevada taxa de infecção entre profissionais de saúde que cuidam de pacientes com ebola. Mais de 240 médicos e enfermeiros já foram infectados e mais de 120 morreram. A falta de roupas de proteção e o cansaço após jornadas exaustivas de trabalho são as razões para essas infecções. Alguns deles estão recebendo o tratamento em países europeus e nos Estados Unidos.
Foto: Getty Images/Afp/Seyllou
Medicamentos experimentais
O médico americano Kent Brantly foi tratado nos Estados Unidos com o soro experimental ZMapp. Após três semanas de isolamento ele foi curado. Mas a eficácia desse medicamento é controversa. Um padre espanhol tratado com esse soro não sobreviveu. Perante a gravidade da crise, a OMS aprovou em meados de agosto a utilização de substâncias experimentais contra o ebola.
Foto: picture-alliance/dpa
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No início de setembro, a OMS pediu um auxílio internacional de 600 milhões de dólares para combater o surto. O Banco Mundial anunciou que mobilizaria 230 milhões de dólares para os três países mais afetados. Entretanto, nesta quinta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que 1 bilhão de dólares seriam necessários para a luta contra o ebola.
Enquanto isso, os primeiros voluntários da Alemanha para a luta contra o vírus devem chegar às regiões afetadas em meados de outubro, segundo um porta-voz das Forças Armadas alemãs. De acordo com o ministério da Defesa alemão, cerca de 4,5 mil soldados e civis, incluindo médicos e especialistas em logística, colocaram-se à disposição.
Cuba também deverá ajudar. Segundo a mídia local, o país pretende enviar mais de 400 médicos para os países afetados na África Ocidental.