Economia alemã recuou 5% em 2020 devido à pandemia
14 de janeiro de 2021
Paralisações forçadas pelo novo coronavírus provocaram uma queda do PIB alemão apenas pouco inferior à gerada pela crise econômica global de 2009. Segundo economistas, recuperação não deverá chegar antes do fim de 2021.
Devido ao lockdown, economistas preveem que recuperação da economia alemã só começará no terceiro ou quarto trimestreFoto: Christoph Hardt/Geisler-Fotopres/picture-alliance
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As restrições ditadas pela pandemia de covid-19 resultaram em profunda recessão na Alemanha. Segundo uma primeira avaliação do Departamento Federal de Estatísticas, a economia do país encolheu 5% em 2020.
Assim, os estatísticos confirmam que a Alemanha resvalou para uma profunda crise conjuntural, como já estava claro desde o segundo trimestre do ano. Em março e abril de 2020, partes da economia alemã ficaram paralisadas. O mesmo ocorreu em outras grandes economias: fronteiras foram fechadas e cadeias de abastecimento, interrompidas.
Apesar de uma recuperação se esboçar em meados do ano, no trimestre seguinte, diante do aumento do número de infecções com o novo coronavírus, impuseram-se novas restrições à vida econômica e social, apesar de as fronteiras permaneceram abertas.
A economia do país só sofreu mais durante a crise econômica e financeira global de 2009, quando o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 5,7%.
Perspectivas de recuperação em 2021
Pela primeira vez desde 2011, a Alemanha acusou déficit orçamentário. Segundo o Departamento de Estatísticas, a federação, estados, municípios e seguros sociais gastaram 158,2 bilhões de euros além do que arrecadaram.
Em relação ao desempenho econômico total, o déficit foi de 4,8%, o maior desde a Reunificação alemã, em 1990, apenas superado pelo recorde negativo de 1995, quando os cofres públicos assumiram as dívidas da holding estatal Treuhandanstalt, encarregada de administrar, liquidar e privatizar o patrimônio da extinta República Democrática Alemã (RDA), sob governo comunista.
Considerando o confinamento continuado e enrijecido na Alemanha e em outras nações europeias, economistas partem do princípio que a esperada recuperação da economia só começará no terceiro ou quarto trimestre deste ano.
Para esse prognóstico, eles apontam dois fatores: por um lado, nos próximos meses o congestionamento da demanda deverá ser liberado; por outro, haverá o apoio das muitas centenas de bilhões de euros de ajuda do governo federal e do Banco Central Europeu (BCE). Desse modo, 2021 deverá fechar com um forte crescimento, mesmo que os níveis pré-pandemia de atividade econômica só devam ser alcançados no fim do ano.
AV/rtr,dpa,ard
Os ricos que lucraram com a covid-19
Enquanto muitos negócios foram duramente atingidos pela pandemia do novo coronavírus, alguns conseguiram multiplicar fortunas com a crise. Entre eles estão conhecidos bilionários.
Foto: Dennis Van TIne/Star Max//AP Images/picture alliance
Como ficar mais rico
Jeff Bezos (na foto com a namorada Laura Sanchez no Taj Mahal), fundador da Amazon, já era a pessoa mais rica do mundo e com o coronavírus multiplicou seu patrimônio. A revista "Forbes" estima sua fortuna em 193 bilhões de dólares. Sua empresa de comércio eletrônico fez negócios em ritmo acelerado durante a pandemia. As ações da Amazon bateram novos recordes.
Foto: Pawan Sharma/AFP/Getty Images
Tecnologia em alta no mercado
A Tesla, empresa de Elon Musk, produz carros, mas na bolsa é tratada como uma empresa de alta tecnologia. Musk lucrou com o entusiasmo do mercado em torno de ações de tecnologia durante a pandemia. Há pouco tempo, o empresário sul-africano ultrapassou Bill Gates na lista dos mais ricos do mundo. Sua fortuna é avaliada em 132 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/M. Hitij
Uma ideia certa no momento ideal
O aumento do número de pessoas trabalhando em casa durante a pandemia foi a grande oportunidade de Eric Yuan. O fundador do Zoom se mudou da China para os EUA quando tinha 27 anos. Depois de alguns anos na rival WebEx, ele lançou sua própria plataforma de videoconferência, o Zoom, em 2019. Desde a crise, as ações da empresa explodiram. Estima-se que Yuan tenha uma fortuna de 19 bilhões de dólares.
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Sucesso com exercícios físicos
Regras de distanciamento e fechamento de academias foram ótimos para John Foley. Em 2013, ele ainda buscava apoio para seu equipamento de ginástica numa plataforma de financiamento coletivo. Hoje, as pessoas estão dispostas a gastar muito dinheiro com o Peloton. As ações da empresa triplicaram durante a pandemia, e inesperadamente Foley, de quase 50 anos, se tornou bilionário.
Foto: Mark Lennihan/AP Photo/picture alliance
Conquistador do mundo
Desenvolvido por Tobias Lütke, a Shopify permite que comerciantes criem suas próprias lojas online. Nascido em Koblenz, o alemão emigrou para o Canadá em 2002 e começou um negócio de garagem como tantos outros. Hoje, a Shopify é a empresa mais valiosa do Canadá, com os preços de suas ações dobrando desde março. A revista "Forbes" estima a fortuna de Lütke, de 39 anos, em 9 bilhões de dólares.
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Bilionário da noite para o dia
Já no início de janeiro, Ugur Sahin apostou no cavalo certo ao trabalhar numa vacina contra a covid-19. O imunizante desenvolvido por sua empresa alemã Biontech já foi aprovado no Reino Unido. A vacina empurrou Sahin para os holofotes e o tornou bilionário. O valor de ações que ele possui é estimado em 5 bilhões de dólares.
Foto: BIONTECH/AFP
Ingredientes de sucesso
A empresa de kits de refeição entregues em casa HelloFresh está em alta. Os lucros mais do que triplicaram durante a pandemia, segundo dados de novembro. Cofundador e acionista Dominik Richter aproveitou ao máximo o fechamentos de restaurantes. Ele ainda não está no nível dos bilionários que se beneficiaram com pandemia, mas tem os ingredientes certos para chegar lá.
Foto: Bernd Kammerer/picture-alliance
Amazon em dobro
Jeff Bezos não é o único que ficou mais rico com a Amazon durante a pandemia. Graças a ações que possui da empresa, a ex-esposa de Bezos, Mackenzie Scott, chegou ao primeiro lugar na lista de mulheres mais ricas do mundo. Sua fortuna é estima em 72 bilhões de dólares.
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