Pandemia leva maior economia da Europa a recuo de 10,1% no segundo trimestre do ano, queda mais forte desde que começaram os registros. Governo espera mais grave recessão desde a Segunda Guerra.
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A economia alemã registrou no segundo trimestre deste ano uma baixa histórica devido à crise provocada pela pandemia de covid-19. O Produto Interno Bruto (PIB) de abril a junho caiu 10,1% em relação ao trimestre anterior, como anunciou nesta quinta-feira (30/07) o Destatis, a agência de estatística do governo federal. É a queda trimestral mais acentuada desde 1970, quando os registros começaram. Se comparado ao mesmo período do ano passado, o recuo foi de 11,7%.
O governo alemão prevê a pior recessão desde o final da Segunda Guerra Mundial. "Agora é oficial - a recessão do século", disse o economista do DekaBank Andreas Scheuerle, à agência de notícias Reuters. "Uma pequena criatura de 160 nanômetros chamada coronavírus conseguiu o que até agora quedas no mercado de ações ou choques no preço do petróleo não haviam conseguido", completou.
A economia alemã já havia encolhido 2,2% no primeiro trimestre de 2020, antes do impacto das medidas de bloqueio. Mas as restrições impostas em meados de março para conter a disseminação do novo coronavírus, como fechamento do comércio e serviços e interrupções forçadas na produção, foram quase catastróficos para vários setores-chave na Alemanha.
As exportações e importações de bens e serviços caíram significativamente no segundo trimestre, assim como os gastos do consumidor privado e os investimentos das empresas em equipamentos como máquinas. O Estado, no entanto, aumentou seus gastos de consumo durante a crise.
Economistas acreditam que a economia se recuperará na segunda metade do ano, desde que o número de infecções não volte a aumentar significativamente. O Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW) prevê um aumento de 3%. No entanto, provavelmente levará dois anos até que a queda histórica seja de fato compensada, disse o diretor de negócios do DIW, Claus Michelsen.
Segundo o Bundesbank, o banco central alemão, o ponto mais baixo da atividade econômica foi alcançado em abril. De acordo com suas previsões, o terceiro e o quarto trimestres deste ano devem subir significativamente. "O pacote de estímulo econômico mais recente também contribuirá para isso", escreveram os especialistas no último relatório mensal.
Apesar da expectativa de recuperação para o ano como um todo, o governo alemão está prevendo a pior recessão desde o final da Segunda Guerra Mundial. O declínio atual é o maior desde a crise financeira global, em 2009. Na época, o PIB alemão diminuiu 5,7% - de abril a junho a queda foi de 7,9%.
Depois de semanas de estabilidade, nos últimos dias o número de casos do novo coronavírus voltou a subir na Alemanha, preocupando as autoridades, que temem uma segunda onda da doença. Caso medidas restritivas precisem ser reimpostas, a economia pode voltar a sofrer.
Mais de 90% de todas as companhias na Alemanha são de propriedade familiar e geram mais da metade da receita da economia alemã. Algumas delas estão em atividade desde o século 16.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Reichel
Coatinc Company
Só no início de 2019 ficou-se sabendo que a Coatinc Company é a empresa familiar mais antiga da Alemanha. Historiadores da economia examinaram documentos da companhia e confirmaram 1502 como o ano de sua fundação. No princípio ela era apenas uma fundição em Siegen. O grupo se internacionalizou, mas até hoje a sede manteve-se fiel ao aprimoramento de superfícies metálicas.
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William Prym
Até então a Prym, fundada em 1530, era considerada a empresa familiar mais antiga da Alemanha – agora ela tem que se contentar com o 2° lugar. Em seus primórdios, priorizou-se a produção de laminados e arames, a partir de 1903 prevaleceu a fabricação de utensílios de costura e botões de pressão. A companhia emprega 3.300 funcionários. Em 2018, sua receita girou em torno de 382 milhões de euros.
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Wiegand Glas
A vidraçaria Wiegand foi criada em 1570 a partir de uma modesta oficina na região de Rhön. Embora a fabricação de vidro sempre tenha sido seu foco, em 1997, ela decidiu expandir a produção para embalagens PET. Hoje, a Wiegand Glas, com seus 1.800 funcionários e um faturamento anual de 486 milhões de euros em 2018, é uma das três principais fabricantes de recipientes de vidro na Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Reichel
Berenberg
Desde o século 16, empresas atuam no setor bancário na Alemanha. O Berenberg Bank, fundado em Hamburgo em 1590, é o segundo banco mais antigo do mundo, depois do italiano Monte dei Paschi di Siena. Em 2018, seus 1.640 funcionários geraram um volume de negócios de 4,7 bilhões de euros nas áreas de gestão de ativos, investimento e banco corporativo.
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Friedr. Schwarze
Já em 1664 a Schwarze era mencionada oficialmente como uma destilaria. Vendendo seus produtos sob o nome Schwarze und Schlichte, ela possui em seu sortimento uma gama diversificada de destilados, afirmando-se com sucesso no setor. A Schwarze und Schlichte emprega 100 pessoas e realizou, em 2018, cerca de 47 milhões de euros em vendas.
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Merck
Fundada em 1668 como uma farmácia em Darmstadt, a Merck é a mais antiga empresa químico-farmacêutica do mundo. Ás vezes é confundida com a americana Merck & Co., que fazia parte da empresa alemã até 1917. Embora a firma dos EUA seja maior, a companhia alemã faturou em 2018 quase 15 bilhões de euros, e mantém 51.700 funcionários em todo o mundo.
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Lukas Meindl
A empresa Meindl foi fundada em 1683, quando Peter Meindl abriu uma das primeiras fábricas de sapatos em Kirchanschöring (Alta Baviera). Desde então, as gerações seguintes continuaram com sucesso o negócio. Com 200 funcionários e uma unidade de produção na cidade natal, a empresa familiar vende botas e roupas de couro em toda a Alemanha.
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Harry Brot
Uma simples padaria perto de Hamburgo foi a origem da panificadora atacadista Harry em 1688, cuja gama de produtos pode ser encontrada no leste, oeste e norte da Alemanha. Durante anos, investiu-se diligentemente na modernização da panificadora. Hoje, ela produz em nove unidades, emprega 4.375 pessoas e, em 2018, alcançou um faturamento de cerca de 1 bilhão de euros.
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Villeroy & Boch
A fábrica de cerâmica Villeroy & Boch foi fundada em 1748 pelo fundidor François Boch, num vilarejo da Lorena. De uma empresa que inicialmente produzia apenas porcelana, ela tornou-se ao longo de 270 anos em líder nos setores de louças sanitárias e utensílios de mesa. Hoje, emprega 7.500 funcionários em todo o mundo e alcançou em 2018 um faturamento de 835 milhões de euros.
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Siedle
A empresa familiar Siedle, hoje conhecida por sua tecnologia de comunicação predial, ainda era uma fundição ao ser fundada em 1750. Em 1887, voltou-se para a telefonia, de onde partiu para especializar-se em sistemas de comunicação em edifícios, a partir do início do século 20. Com 550 funcionários, a antiga fundição gerou um volume de negócios de 88 milhões de euros em 2018.