Economia alemã tem tudo para crescer em 2006
29 de dezembro de 2005O desenvolvimento positivo da conjuntura deixa transparecer boas perspectivas para a economia alemã em 2006. Tudo indica que a aceleração das atividades econômicas, vivida pelo país nas últimas semanas, deverá prosseguir – e inclusive se intensificar – nos próximos tempos.
O veleiro da economia do país beneficia-se no momento com os bons ventos da conjuntura mundial. Automóveis, máquinas, artigos do segmento químico e eletrônico, medicamentos, produtos dos setores de informação e telecomunicações e mesmo gêneros alimentícios fabricados na Alemanha continuam com ótima aceitação no mercado internacional.
Apesar de seus preços serem mais altos do que os da concorrência, geralmente pontuam pela qualidade, pela assistência técnica e pelo design, que não raras vezes marcam o surgimento de novas tendências. Além disso, os produtos alemães sempre estão na vanguarda porque seu processo de fabricação envolve a preocupação com a economia de energia e a preservação do meio ambiente.
Made in Germany em alta conjuntura
O selo de qualidade made in Germany continua sendo uma referência importante no mercado internacional. Os empresários alemães estão colhendo os frutos de seu trabalho dos últimos anos de crise, quando renovaram a produção, modernizaram a linha de produtos e enxugaram o quadro de funcionários. Custos mais baixos com pessoal e uma leve desvalorização do euro tornaram os preços dos artigos alemães mais competitivos.O crescimento das exportações, que já dura algum tempo, provocou um novo impulso nos investimentos. Isto é favorecido pelos juros baixos e altos lucros. Além disso, no próximo ano entram em vigor novos benefícios fiscais. Quando então as empresas alemãs irão investir, se não em 2006?
Nem tudo são rosas Mesmo assim, ainda há empecilhos que freiam o crescimento da economia alemã. Um deles é a taxa de desemprego, que continua alta. A previsão é que, se o atual inverno for rigoroso, o número de desempregados no país poderá superar o limite mágico dos cinco milhões nos primeiros meses de 2006.
Os problemas do mercado de trabalho e a insegurança em relação ao sistema de previdência levaram os alemães a poupar. A conseqüência é a paralisação do consumo privado, responsável por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha.
Por mais que as exportações quebrem recordes e mais recordes e os investimentos das empresas estejam aumentando, o crescimento econômico continuará baixo, enquanto o consumo se mantiver retraído.
Taxa de crescimento vai diminuir em 2007
O crescimento de 1,6% previsto para a economia alemã no ano que vem é alto, se comparado aos últimos 15 anos. Mas se tomarmos o passado como referência ou mesmo outros países industrializados, ele não passa de um índice modesto.
Além disso, há o risco de que a tendência positiva não prossiga em 2007.
Parte deste crescimento vai dever-se ao aumento do imposto sobre o valor agregado, de 16% para 19%, a partir de janeiro de 2007. O consumidor esperto não deixará para comprar em 2007 o que precisa, sabendo que os preços necessariamente serão mais altos. Com esta expectativa, a indústria automobilística alemã calcula que no próximo ano deverá vender de 50 a 80 mil veículos a mais.