1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Edição comentada de "Minha luta" terá sexta tiragem

3 de janeiro de 2017

Um ano depois do lançamento, editora afirma que 85 mil cópias já foram vendidas e manda mais uma tiragem para as livrarias. Medo de difusão da ideologia nazista se mostrou infundado, afirma responsável.

Mein Kampf
Em Munique, uma vendedora mostra a edição comentada do livro de HitlerFoto: picture alliance/dpa/M. Balk

A edição comentada de Minha luta, de Adolf Hitler, tornou-se um best-seller na Alemanha e vai ter uma sexta tiragem, afirmou nesta terça-feira (03/01) a editora responsável. A obra de 1.948 páginas integrou durante quase todo o ano passado a lista dos livros de não ficção mais vendidos da revista semanal Der Spiegel.

O Instituto de História Contemporânea de Munique (IfZ) disse que cerca de 85 mil cópias da versão comentada do manifesto nazista foram vendidas desde o seu lançamento, em janeiro de 2016. A tiragem inicial era de 4 mil exemplares, mas a procura intensa explica porque uma sexta tiragem chegará às livrarias no final de janeiro.   

O instituto assinalou que, longe de promover a ideologia de extrema direita, a publicação enriqueceu um debate sobre a renovada ascensão de ideias políticas autoritárias na sociedade ocidental contemporânea. "Descobriu-se ser totalmente infundado o medo de que a publicação pudesse promover a ideologia de Hitler ou torná-la aceitável e desse aos neonazis uma nova plataforma de propaganda", disse o diretor do IfZ, Andreas Wirsching. "Ao contrário, o debate sobre a visão de mundo de Hitler e a sua abordagem da propaganda permitiu observar as causas e consequências das ideologias totalitárias, numa altura em que opiniões políticas autoritárias e slogans de direita estão ganhando terreno", adiantou.  

O instituto também organizou uma série de apresentações e debates relacionados com Minha luta em várias cidades da Alemanha e em outras cidades europeias.

Minha luta entrou em domínio público no início de 2016, passados 70 anos da morte do autor. Até então, os direitos autorais pertenciam ao estado alemão da Baviera, que, ao nunca autorizar a publicação da obra, impediu que ela voltasse a ser publicada na Alemanha. Ao contrário do que diz o senso comum, o livro nunca foi proibido no país, e edições antigas podiam ser adquiridas em lojas online ou de livros usados.

AS/lusa/afp/dpa/ap

Pular a seção Mais sobre este assunto