Visitar locais de morte, tortura e horror: o chamado "turismo obscuro" se expande no mundo. E entre seus destinos óbvios estão símbolos do nazismo: uma luta entre voyeurismo e esclarecimento.
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Os visitantes de Berlim votam com os pés: de dez em dez minutos, guias turísticos e seus grupos param diante do local, na rua Wilhelmstrasse, em que Adolf Hitler se suicidou em 1945. Do antigo abrigo subterrâneo, nada se vê: em vez disso, um banal terreno cimentado ao lado do restaurante "Pato de Pequim". Essa é possivelmente a área de estacionamento mais fotografada da capital alemã.
São sobretudo os turistas americanos que querem ver o "bunker do Führer", conta a guia Sabine. Mas outras nacionalidades também concorrem. O local já tem notoriedade desde 1945, como atração turística indesejada no Setor Soviético de Berlim. Por fim, o governo comunista da Alemanha Oriental o eliminou praticamente todo, só deixando alguns trechos das paredes laterais e do chão, no subterrâneo.
Ruínas da Segunda Guerra – memoriais da paz
Em vários locais da Alemanha são mantidas partes de edificações destroçadas pela violência bélica. Elas recordam o poder devastador das armas e quanto a paz é preciosa.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Wolf
Testemunhas eloquentes
Difícil acreditar: em 1945, numerosas cidades alemãs estavam tão destruídas como, hoje, partes do Iraque ou da Síria. Destroçadas por bombardeios e nunca mais reconstruídas, ruínas em meio às metrópoles do país ainda prestam testemunho eloquente dos horrores da Segunda Guerra Mundial. Em sua maioria, trata-se de edificações sacras, como a Igreja Memorial do Imperador Guilherme, em Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Hiekel
Novo e antigo
Inaugurada em 1895, no estilo neo-romântico, a Igreja Memorial do Imperador Guilherme (Kaiser Wilhelm Gedächtniskirche) sucumbiu a um ataque aéreo dos Aliados em 23 de novembro de 1943. Apenas a ruína da torre principal, com 71 metros de altura, foi preservada como memorial. Os quatro prédios que a rodeiam ficaram prontos em 1961, e hoje todo o complexo arquitetônico é tombado.
Foto: picture alliance/akg-images
Do culto à cultura
A história da Igreja do Convento Franciscano no bairro berlinense de Mitte remonta ao ano 1250. Em consequência da Reforma Luterana, em 1539 o convento foi fechado. E, em 3 de abril de 1945, o fogo choveu do céu. As ruínas da igreja foram protegidas, como único prédio da época a sobreviver à Segunda Guerra. Restaurada, desde 2004 ela abriga exposições, apresentações teatrais e concertos.
Foto: gemeinfrei/imago/F. Berger
Memorial no Reno
Destruída e jamais recuperada, a Igreja de Santo Albano fica na parte histórica da cidade renana de Colônia. Na foto veem-se os restos do coro. A antiga nave, hoje descoberta, serve de memorial para os mortos da guerra. Em seu centro, uma escultura evocativa apela pela paz: "Pai e mãe de luto", de Ernst Barlach, com base num desenho de Käthe Kollwitz.
Foto: CC BY-SA 3.0/Raimond Spekking
Sobrevivente solitária
A pouca distância de Santo Albano está Santa Colomba, uma das mais antigas igrejas paroquiais de Colônia. Sua pedra fundamental foi lançada em 980. Após a destruição quase total em 1943, além de uns poucos resquícios dos muros externos, datando do fim da Idade Média, restou apenas uma figura de Nossa Senhora, em meio aos escombros.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Gambarini
Destaque no museu
Para abrigar essa estátua da Virgem construiu-se no mesmo local, já em 1947-50, uma capela octogonal. Desde então ela é, para os colonianos, a "Madona dos Escombros". Em 1956-57, a capela marista foi ampliada em capela sacramental quadrilateral. Em 2007, a Igreja de Santa Colomba foi totalmente integrada ao edifício do novo Museu Episcopal Diocesano.
Foto: CC BY-SA 3.0/Elke Wetzig
Esplendor barroco perdido
Datando do século 12, o Palácio Zerbst, na Saxônia-Anhalt, era residência dos príncipes de Anhalt-Zerbst. Reformas no século 17 lhe deram uma estrutura em três alas, e passou a constar entre as principais edificações barrocas da Alemanha central. Em criança, a princesa Sofia Augusta Frederica de Anhalt-Zerbst ia visitar lá os seus parentes. Ela seria coroada em 1762 Catarina 2ª, czarina da Rússia.
Foto: picture-alliance/AKG
Ainda há esperança
Em abril de 1945, o Palácio Zerbst foi atingido por bombas aliadas e totalmente consumido no incêndio subsequente. Sua preciosa decoração interna se perdeu. A reconstrução teria sido possível, mas foi rejeitada por motivos políticos. Somente a ruína da ala leste escapou à demolição, e uma associação de amigos cuida para que seja mantida. Sua meta é a restauração fiel da parte exterior da ala.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Wolf
De "bunker" a igreja
Apesar de não ser uma ruína, este "hochbunker" (abrigo de superfície) em Düsseldorf é mantido como memorial. Para fins de proteção, no início dos anos 1940 ele fora camuflado como igreja. A partir de 1949, foi então transformado de fato em casa de culto. O prédio tombado, que também funciona como local de exposições, é arquitetonicamente ímpar, sendo considerado a igreja mais segura do mundo.
Foto: CC BY-SA 3.0/Ilion
Usina memorial
Este antigo abrigo de superfície em Hamburgo-Wilhelmsburg é igualmente único no mundo. Enquanto, após o fim da guerra, grande parte dessas edificações sucumbiram ao tempo, ele foi amplamente saneado e transformado num "Energiebunker". Equipado com painéis fotovoltaicos e uma usina regeneradora dotada de armazenador de calor, o colosso de concreto fornece eletricidade e calefação à população.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Marks
Altura fatídica
As origens da Igreja de São Nicolau de Hamburgo remontam a 1195. Após um incêndio em 1842, foi consagrada no local, 32 anos mais tarde, uma casa de culto totalmente nova, em estilo neogótico. Por um tempo, sua torre de 147 metros foi a construção mais elevada do mundo. Porém, em 23 de julho de 1943, sua altura provou-se fatídica, ao servir de ponto de orientação para os bombardeiros dos Aliados.
Foto: gemeinfrei
Hamburgo-Gomorra
Somente a torre e os porões abobadados resistiram. Ao fim da Segunda Guerra, o Senado hamburguês decidiu não reerguer a Igreja de São Nicolau. Suas ruínas permanecem até hoje como ferida aberta, dedicadas "às vítimas da guerra e da ditadura entre 1933 e 1945". Nos porões criou-se um centro de documentação, com a mostra permanente "Gomorra 1943 – A destruição de Hamburgo na guerra aérea".
Foto: picture-alliance/dpa
Sobrevivência por um triz
Em 1945 jazia em destroços, em Dresden, a famosa Frauenkirche, a igreja protestante de Nossa Senhora. Após sobreviver aos devastadores ataques aéreos de 13 e 14 de fevereiro, no dia seguinte a cúpula de pedra dessa chamada "pérola do Barroco" desmoronou. A Alemanha Oriental não tinha verbas para reerguê-la, e por muitos anos as ruínas jazeram como memorial contra a guerra e a destruição.
Foto: Hulton Archive/AFP/Getty Images
Esperança contra a devastação
Com a Reunificação, iniciou-se em 1996 a reconstrução da Frauenkirche, concluída em 2005. O financiamento do projeto de 180 milhões de euros envolveu 16 associações de amigos no país e no exterior, assim como doações de todo o mundo. As pedras da edificação original foram integradas nos novos muros. A igreja reerguida tornou-se, assim, um símbolo de esperança e do entendimento entre os povos.
Foto: DW/Holm Weber
Recomeço a partir dos escombros
Já em 1947, a Igreja da Ressurreição de Pforzheim, sul da Alemanha, foi a primeira construída no país, no pós-Guerra. Como material de construção, 30 mil tijolos das casas circundantes foram desenterrados, coletados e meticulosamente limpos. Além de sinalizar um recomeço, ela serviu de modelo para 46 "igrejas de emergência" nas cidades alemãs destruídas na Segunda Guerra.
Foto: imago/epd
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Depois da redescoberta, em escavações na década de 1990 e em seguida a uma longa disputa entre historiadores, a municipalidade berlinense decidiu tornar invisíveis os resquícios. Fragmentário demais, não valendo a pena gastar nem um euro com um local que possivelmente só atrairia os adeptos da extrema direita – eram os argumentos.
Ainda assim, o antigo bunker se manteve como ponto de atração para turistas. "Aqui os guias turísticos contam histórias, em parte, de arrepiar os cabelos", comenta Holger Happel, da associação Berliner Unterwelten. A iniciativa pesquisa as construções no subsolo da capital, oferecendo visitas guiadas a algumas das instalações, como abrigos da época nazista e da Guerra Fria, túneis de metrô e adegas de cervejarias.
Para o "Führerbunker", não há visitas, pois a meta de sua associação é, especialmente, desmistificar. "Em 2006 nós finalmente conseguimos convencer os responsáveis que uma placa informativa era o mínimo que se devia instalar num local assim, para dar fim aos contos fantasmagóricos", explica Happel.
Ascensão do dark tourism
Lugares sinistros atraem turistas em todo o mundo, mas esclarecimento e informação não são prioridade por toda parte. Desde a virada do século nota-se a tendência de operadores e municipalidades de ampliar o programa turístico das cidades com elementos de horror.
O Institute for Dark Tourism Research (iDTR), fundado em 2012 na Universidade de Lancashire, Inglaterra, define como "turismo obscuro" as excursões a locais associados a assassinato, morte, violência, dor, sofrimento e o macabro.
Hoje, empresas levam seus clientes até a zona central de Chernobyl – medição de radioatividade e almoço incluídos. Para visitar os antigos túneis de guerra de Sarajevo, é preciso rastejar um bom trecho. As peregrinações dark não deixam de fora palcos de genocidas, como os porões de tortura de Idi Amin Dada em Uganda: de placas informativas, nem sombra.
Segundo o historiador Rüdiger Hachtmann, da Universidade Técnica de Berlim, em geral o dark tourism se concentra em eventos ocorridos há relativamente pouco tempo. As emoções dos visitantes vão da compaixão até a avidez de observar algo sensacional e tenebroso, passando pelo voyeurismo e o terror.
"Aparentada ao 'turismo obscuro' e ao mesmo tempo seu oposto, é a viagem de educação política", classifica Hachtmann. Esse outro tipo de turista, então, se confronta com as épocas especialmente macabras da história, não de forma emocional, mas sim basicamente intelectual.
"É possível que dark tourism e 'turismo educativo de cunho cultural' por vezes se misturem no mesmo turista, nas locações do nacional-socialismo – por exemplo, numa visita ao campo de extermínio de Auschwitz. Entre a grande maioria desses turistas, porém, o desejo de esclarecimento provavelmente não é que domina."
Monumentalidade em Nurembergue
Em Nurembergue, no estado da Baviera, a ênfase é nos turistas com ambições educativas. Lá se encontra o maior legado arquitetônico da época nazista na Alemanha: a cada ano, cerca de 200 mil pessoas de todo o mundo visitam o centro de documentação no antigo "Reichsparteitagsgelände", a praça dos desfiles do Partido Nacional-Socialista.
Nessa área de 11 quilômetros quadrados, projetada pelo arquiteto de Hitler, Albert Speer, o líder nazista celebrou até 1938 os comícios do NSDAP como eventos de massa, com o fim de cegar a população e cultivar seu entusiasmo pelo regime.
Parte das monumentais edificações ainda está preservada, como a estrutura de alvenaria do salão de congressos, onde, desde 2001, o centro de documentação esclarece sobre a história do nazismo e dos comícios de Nurembergue.
Também permaneceu a Grosse Strasse, onde, em gigantescos desfiles, a "comunidade do povo" selava sua lealdade ao regime. Assim como o campo Zeppelinfeld, em que multidões de turistas desembarcam regularmente dos ônibus.
A antiga praça dos desfiles, que comportava 200 mil pessoas, é hoje uma área cimentada com áreas de estacionamento e parques esportivos. Na extremidade está situada a tribuna com o púlpito onde Hitler fazia seus discursos, à qual hoje os turistas têm livre acesso.
Tribuna da discórdia
A pedra da tribuna de honra de Hitler está se esfacelando, e há meses trava-se uma briga encarniçada em torno desse caso de saneamento. Iniciativas cidadãs como a BauLust, de Nurembergue, alertam contra uma "disneyficação" da tribuna – e assim, em última instância, contra um possível foco de dark tourism.
Nurembergue rebate que está sendo desenvolvido um plano-mestre para todo o complexo. O que permanecerá quanto todas as testemunhas da época estiverem mortas? Só os locais autênticos, argumenta a prefeitura. Ela se decidiu pela manutenção: conservar o status quo, sem reconstrução ou mesmo complementação dos edifícios.
Desse modo, a municipalidade segue a opinião dos históricos que defendem a utilização ostensiva dos monumentos da arquitetura nazista para projetos de exposição sobre a história do regime.
Os custos das obras de saneamento circulam na casa das dezenas de milhões de euros: até meados de 2016 a administração da cidade pretende divulgar a soma exata. Ainda que uma parte da verba venha a ser reposta com o afluxo turístico, o conflito ainda não está encerrado.
Colosso de concreto encomendado por Hitler
Um milhão de euros foi quanto custou o saneamento de uma construção nazista bem menos conhecida, em Berlim, nas proximidades da estação ferroviária Südkreuz: trata-se de um enorme cilindro de cimento, com 21 metros de diâmetro e pesando 12 mil toneladas, penetrando 18 metros no solo e erguendo-se 14 metros nos céus da cidade.
Essa amostra de arquitetura nazista – aparentemente desprovida de função e construída em plena Segunda Guerra Mundial, à custa de mão de obra forçada francesa – foi um projeto importante encomendado pessoalmente por Hitler. Com o "Bauwerk T", seu arquiteto, Albert Speer, deveria testar se naquele sítio o solo berlinense sustentaria um arco do triunfo com mais de 100 metros de altura, parte da planejada "Germania, capital do Reich".
Hoje, esse "Schwerbelastungskörper", ou estrutura para avaliação de estresse estático, é um local de parca informação, sem aquela espetacularidade esperada pelos turistas, quando se trata de Hitler, Speer e o mito da "Germania".
Centro berlinense soterrado sob avenida dos desfiles
Ao lado do colosso de cimento, um ponto de atração estabelecido é a torre de 14 metros de altura, construída para fins turísticos em 2009. Chegando-se a seu topo, contudo, logo se desfaz o prazer com a quilométrica vista até a praça Potsdamer.
O observador se encontra exatamente à altura planejada para a Parade Strasse, com que Hitler e Speer pretendiam ligar o bairro do governo, localizado a quatro quilômetros, e o Südbahnhof, a um quilômetro, atravessando o centro da metrópole. Tudo à volta deveria desaparecer numa monstruosa colina.
Logo fica óbvio quantas casas teriam de ser soterradas, tudo o que teria desaparecido sob a avenida dos desfiles, com 120 metros de largura e um total de sete quilômetros de extensão. Para Michael Richter, da Berliner Unterwelten, esse é um testemunho da megalomania do urbanismo monumental do nacional-socialismo.
"Eu digo: esse lugar é o Reichsparteitagsgelände de Berlim. Aqui é a única possibilidade, na cidade, de vivenciar tridimensionalmente a dimensão do projeto urbanístico planejado. Tudo o mais permaneceu, mais ou menos, papel e modelos."
Em prol do turismo esclarecido
Por muito tempo, Berlim tentou livrar-se de seu "Schwerbelastungskörper". Os projetos de implodi-lo, alugá-lo ou vendê-lo fracassaram. Por fim, a associação Berliner Unterwelten conseguiu convencer a prefeitura a conviver com o valor histórico da edificação tombada desde 1995.
Em 2015, 7 mil pessoas a visitaram. Isso não é muito, em comparação com o "bunker do Führer": falta ao local o componente de dark tourism. Ainda assim, um dos pontos fortes dos centros de documentação alemães sobre a era nazista é fortalecer, para a confrontação intelectual, pontos de informação como em Berlim e Nurembergue, solidificando o "turismo educativo de cunho cultural". E com isso, assegurar o futuro turístico desse locais, ainda para os próximos 50 ou 100 anos.
Cronologia da Segunda Guerra Mundial
Em 1° de setembro de 1939, as Forças Armadas alemãs atacaram a Polônia, sob ordens de Hitler. A guerra que então começava duraria até 8 de maio de 1945, deixando um saldo até hoje sem paralelo de morte e destruição.
Foto: U.S. Army Air Forces/AP/picture alliance
1939
No dia 1° de setembro de 1939, as Forças Armadas alemãs atacaram a Polônia sob ordens de Adolf Hitler – supostamente em represália a atentados poloneses, embora isso tenha sido uma mentira de guerra. No dia 3 de setembro, França e Reino Unido, que eram aliadas da Polônia, declararam guerra à Alemanha, mas não intervieram logo no conflito.
1939
A Polônia mal pôde oferecer resistência às bem equipadas tropas alemãs – em cinco semanas, os soldados poloneses foram derrotados. No dia 17 de setembro, o Exército Vermelho ocupou o leste da Polônia – em conformidade com um acordo secreto fechado entre o Império Alemão e a União Soviética apenas uma semana antes da invasão.
Foto: AP
1940
Em abril de 1940, a Alemanha invadiu a Dinamarca e usou o país como base até a Noruega. De lá vinham as matérias-primas vitais para a indústria bélica alemã. No intuito de interromper o fornecimento desses produtos, o Reino Unido enviou soldados ao território norueguês. Porém, em junho, os aliados capitularam na Noruega. Nesse meio tempo, a Campanha Ocidental já havia começado.
1940
Durante oito meses, soldados alemães e franceses se enfrentaram no oeste, protegidos por trincheiras. Até que, em 10 de maio, a Alemanha atacou Holanda, Luxemburgo e Bélgica, que estavam neutros. Esses territórios foram ocupados em poucos dias e, assim, os alemães contornaram a defesa francesa.
Foto: picture alliance/akg-images
1940
Os alemães pegaram as tropas francesas de surpresa e avançaram rapidamente até Paris, que foi ocupada em meados de junho. No dia 22, a França se rendeu e foi dividida: uma parte ocupada pela Alemanha de Hitler e a outra, a "França de Vichy", administrada por um governo fantoche de influência nazista e sob a liderança do general Pétain.
Foto: ullstein bild/SZ Photo
1940
Hitler decide voltar suas ambições para o Reino Unido. Seus bombardeios transformaram cidades como Coventry em cinzas e ruínas. Ao mesmo tempo, aviões de caça travavam uma batalha aérea sobre o Canal da Mancha, entre o norte da França e o sul da Inglaterra. Os britânicos venceram e, na primavera europeia de 1941, a ofensiva alemã estava consideravelmente enfraquecida.
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1941
Após a derrota na "Batalha aérea pela Inglaterra", Hitler se voltou para o sul e posteriormente para o leste. Ele mandou invadir o norte da África, os Bálcãs e a União Soviética. Enquanto isso, outros Estados entravam na liga das Potências do Eixo, formada por Alemanha, Itália e Japão.
1941
Na primavera europeia, depois de ter abandonado novamente o Pacto Tripartite, Hitler mandou invadir a Iugoslávia. Nem a Grécia, onde unidades inglesas estavam estacionadas, foi poupada pelas Forças Armadas alemãs. Até então, uma das maiores operações aeroterrestres tinha sido o ataque de paraquedistas alemães a Creta em maio de 1941.
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1941
O ataque dos alemães à União Soviética no dia 22 de junho de 1941 ficou conhecido como Operação Barbarossa. Nas palavras da propaganda alemã, o objetivo da campanha de invasão da União Soviética era uma "ampliação do espaço vital no Oriente". Na verdade, tratava-se de uma campanha de extermínio, na qual os soldados alemães cometeram uma série de crimes de guerra.
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1942
No começo, o Exército Vermelho apresentou pouca resistência. Aos poucos, no entanto, o avanço das tropas alemãs chegou a um impasse na Rússia. Fortes perdas e rotas inseguras de abastecimento enfraqueceram o ataque alemão. Hitler dominava quase toda a Europa, parte do norte da África e da União Soviética. Mas no ano de 1942 houve uma virada.
1942
A Itália havia entrado na guerra em junho de 1940, como aliada da Alemanha, e atacado tropas britânicas no norte da África. Na primavera de 1941, Hitler enviou o Afrikakorps como reforço. Por muito tempo, os britânicos recuaram – até a segunda Batalha de El Alamein, no outono de 1942. Ali a situação mudou, e os alemães bateram em retirada. O Afrikakorps se rendeu no dia 13 de maio de 1943.
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1942
Atrás do fronte leste, o regime de Hitler construiu campos de extermínio, como Auschwitz-Birkenau. Mais de seis milhões de pessoas foram vítimas do fanatismo racial dos nazistas. Elas foram fuziladas, mortas com gás, morreram de fome ou de doenças. Milhares de soldados alemães e da SS estiveram envolvidos nestes crimes contra a humanidade.
Foto: Yad Vashem Photo Archives
1943
Já em seu quarto ano, a guerra sofreu uma virada. No leste, o Exército Vermelho partiu para o contra-ataque. Vindos do sul, os aliados desembarcaram na Itália. A Alemanha e seus parceiros do Eixo começaram a perder terreno.
1943
Stalingrado virou o símbolo da virada. Desde julho de 1942, o Sexto Exército alemão tentava capturar a cidade russa. Em fevereiro, quando os comandantes desistiram da luta inútil, cerca de 700 mil pessoas já haviam morrido nesta única batalha – na maioria soldados do Exército Vermelho. Essa derrota abalou a moral de muitos alemães.
Foto: picture-alliance/dpa
1943
Após a rendição das tropas alemãs e italianas na África, o caminho ficou livre para que os Aliados lutassem contra as potências do Eixo no continente europeu. No dia 10 de julho, aconteceu o desembarque na Sicília. No grupo dos Aliados estavam também os Estados Unidos, a quem Hitler havia declarado guerra em 1941.
Foto: picture alliance/akg
1943
Em setembro, os Aliados desembarcaram na Península Itálica. O governo em Roma acertou um armistício com os Aliados, o que levou Hitler a ocupar a Itália. Enquanto os Aliados travavam uma lenta batalha no sul, as tropas de Hitler espalhavam medo pelo resto do país.
No leste, o Exército Vermelho expulsou os invasores cada vez mais para longe da Alemanha. Iugoslávia, Romênia, Bulgária, Polônia... uma nação após a outra caía nas mãos dos soviéticos. Os Aliados ocidentais intensificaram a ofensiva e desembarcaram na França, primeiramente no norte e logo em seguida no sul.
1944
Nas primeiras horas da manhã do dia 6 de junho, as tropas de Estados Unidos,Reino Unido, Canadá e outros países desembarcaram nas praias da Normandia, no norte da França. A liderança militar alemã tinha previsto que haveria um desembarque – mas um pouco mais a leste. Os Aliados ocidentais puderam expandir a penetração nas fileiras inimigas e forçar a rendição de Hitler a partir do oeste.
Foto: Getty Images
1944
No dia 15 de agosto, os Aliados deram início a mais um contra-ataque no sul da França e desembarcaram na Provença. As tropas no norte e no sul avançaram rapidamente e, no dia 25 de agosto, Paris foi libertada da ocupação alemã. No final de outubro, Aachen se tornou a primeira grande cidade alemã a ser ocupada pelos Aliados.
Foto: Getty Images
1944
No inverno europeu de 1944/45, as Forças Armadas alemãs reuniram suas tropas no oeste e passaram para a contra-ofensiva em Ardenne. Mas, após contratempos no oeste, os Aliados puderam vencer a resistência e avançar inexoravelmente até o "Grande Império Alemão" – a partir do leste e do oeste.
Foto: imago/United Archives
1945
No dia 8 de maio de 1945, os nazistas se renderam incondicionalmente. Para escapar da captura, Hitler se suicidou com um tiro no dia 30 de abril. Após seis anos de guerra, grande parte da Europa estava sob entulhos. Quase 50 milhões de pessoas morreram no continente durante a Segunda Guerra Mundial. Em maio de 1945, o marechal de campo Wilhelm Keitel assinava a ratificação da rendição em Berlim.