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Editora terá que excluir declarações polêmicas de livro sobre Helmut Kohl

13 de novembro de 2014

Tribunal alemão decide que novas edições devem vir sem citações, mas 200 mil exemplares publicados sem consentimento do ex-chanceler federal não precisam sair de circulação. Editora recorreu da sentença.

Helmut Kohl chefiou governo alemão de 1982 a 1998Foto: Reuters/R. Orlowski

O ex-chanceler federal alemão Helmut Kohl obteve vitória na Justiça contra o jornalista Heribert Schwan. O Tribunal Regional de Colônia sentenciou nesta quinta-feira (13/11) o antigo ghost-writer e atual desafeto do democrata-cristão a retirar 115 citações de seu livro Vermächtnis: Die Kohl-Protokolle (Legado: As atas Kohl).

Cerca de 200 mil exemplares já foram distribuídos desde o lançamento, há cinco semanas. De acordo com a sentença, a editora Heyne, que publicou a obra, não precisará retirá-los de circulação, bastando que as novas tiragens venham sem as citações do ex-chefe de governo.

De acordo com o tribunal, Schwan não poderia ter publicado as polêmicas declarações sem o consentimento do politíco, uma vez que, enquanto autor-fantasma, o jornalista se submetera a um acordo de sigilo, portanto a palavra final sobre a publicação das declarações cabe ao político de 84 anos.

O pedido de medida liminar de Kohl dirigiu-se contra Schwan, seu coautor Tilman Jens e o grupo Random House, à qual pertence a editora Heyne. Esta recorreu da decisão em instância superior.

Declarações polêmicas

Helmut Kohl é alvo de polêmica na Feira de Frankfurt

01:57

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Segundo o ex-biógrafo, Kohl declarou que a atual chanceler federal Angela Merkel "não sabia nem comer de garfo e faca" e que "não tem noção de nada". O também democrata-cristão Christian Wulff, ex-presidente da Alemanha que renunciou após um escândalo, teria sido citado por Kohl de forma ácida, como "nulidade" e "grande traidor".

Schwan visitou o ex-premiê 105 vezes entre março de 2001 e outubro de 2002. Gravadas em 135 fitas, as 630 horas de conversas serviriam de base para a biografia de Kohl. Schwan chegou a redigir três dos quatro volumes planejados, mas o ex-chanceler encerrou a cooperação com o jornalista em 2009, antes da conclusão do tomo referente aos últimos quatro anos de Kohl à frente do governo alemão.

Seguiu-se então uma disputa judicial sobre as fitas contendo as conversas, que desde agosto de 2013 estão novamente em posse do biografado. Ele agora exige todas as cópias das fitas e das transcrições das entrevistas.

O advogado de Helmut Kohl, Thomas Hermes, também entrou com uma ação por danos morais contra o autor do livro. O jurista afirma que houve uma gritante quebra de contrato e grave violação dos direitos da personalidade de seu cliente.

MSB/ap/epd/dpa

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