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Fechando lacunas

DW (dds/av)2 de fevereiro de 2009

Os editores da Alemanha aproveitam os 200 anos do nascimento de Felix Mendelssohn para preencher lacunas no conhecimento sobre o compositor judeu alemão. Em texto e imagem, da biografia de 800 páginas ao calendário.

Monumento ao compositor em LeipzigFoto: picture-alliance/ dpa
Montagem em Berlim do 'Sonho' de Shakespeare, com música original de MendelssohnFoto: picture-alliance/ ZB

Quem não conhece o sinfonista romântico Felix Mendelssohn-Bartholdy, sua música incidental para o Sonho de uma noite de verão, seu Concerto para violino, suas Canções sem palavras? Só que geralmente também acaba aí a informação sobre a obra mendelssohniana, para não falar de sua personalidade ou biografia.

Embora nas últimas três décadas a pesquisa sobre o compositor natural de Hamburgo haja feito grandes progressos, não são poucos os detalhes não esclarecidos em sua biografia. Amplas áreas de sua música também aguardam ser redescobertas, e sua influência sobre outros compositores tampouco foi devidamente pesquisada.

Hans-Günter Klein, especialista na vida e obra de Mendelssohn, aponta uma lacuna gritante, que deverá ser agora fechada: a ausência de uma edição da correspondência do compositor. "É uma situação que torna a pesquisa muito, muito desagradável, pois tem-se que consultar diversas publicações separadas." Além disso, isso aumenta o perigo de acabar esquecendo uma determinada carta. Sobre a planejada edição, Klein espera "que seja publicada, e também que seja levada até o fim".

Novo marco para estudos mendelssohnianos

Mendelssohn contribuiu para redescoberta de J.S. BachFoto: AP/Bach-Archiv Leipzig

Neste meio tempo, a editora Reclam lança a tradução em alemão da biografia de Mendelssohn pelo musicólogo norte-americano Larry Todd. Lançada há seis anos, ela fornece uma nova base para a pesquisa sobre o músico: até então ninguém estudara as fontes com tanta minúcia – inclusive as 5 mil cartas deixadas por ele, em grande parte, inéditas.

Em suas 800 páginas, o livro de Todd também lembra quão rica é a música do compositor de origem judaica. O autor lista as obras cronologicamente, examina as influências estilísticas e analisa seus temas, situando-as na época.

Com base em manuscritos, cartas, diários e desenhos, o biógrafo traça um retrato detalhado de Mendelssohn e sua época. Começando com a história da família e os anos de aprendizado do menino-prodígio, ele apresenta a vida do pianista legendário e regente de fama internacional e "redescobridor" de Johann Sebastian Bach – mas também pedagogo estimado, desenhista e filólogo.

Além de paladino da música nova de seu tempo, Mendelssohn se revela homem de ideias políticas relativamente progressistas e um liberal do ponto de vista religioso, equilibrado entre profunda a fé luterana e o respeito às raízes familiares israelitas. A biografia de Todd é, decididamente, uma nova obra-padrão sobre o compositor.

As imagens do músico

'Dampfnudel' era um dos pratos preferidos do compositorFoto: picture-alliance/dpa

Porém os que não dispõem de tempo e interesse para explorar o volumoso estudo estarão bem servidos com a monografia de Martin Geck editada pela Rowohlt. Em concisas 160 páginas, o respeitado musicólogo expõe um fascinante "panorama Mendelssohn" em texto e imagem, abrangente e acessível também para o leitor leigo.

Quem tiver curiosidade de conhecer as artes gráficas do músico tem uma excelente opção no fac-símile de seu "caderno de esboços suíço", lançado pela editora Ludwig Reichert. A publicação reúne os desenhos realizados em Lausanne, às margens do Lago de Genebra, constituindo uma espécie de diário de viagem pictórico.

Também o exuberante Almanaque Mendelssohn da Henschel se ocupa tanto do desenhista e pintor como de sua correspondência e vida particular. Através de uma das cartas reproduzidas ficamos sabendo, por exemplo, da predileção por dampfnudel – bolos cozidos de massa de pão, à moda do sul alemão – e strudel de creme.

Lançado por iniciativa da Fundação Felix Mendelssohn-Bartholdy, o almanaque tem a forma de um calendário: para cada dia um desenho, fragmento de carta ou depoimento ilustre sobre o músico, "de modo que – como num mosaico – uma espécie de imagem total acaba por se formar", explica Hans-Günter Klein, que também integra a fundação.

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