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Eduardo Cunha é preso pela Lava Jato

19 de outubro de 2016

Deputado cassado é detido de forma preventiva pela PF em Brasília e levado para Curitiba. Residência no Rio é alvo de operação de busca e apreensão. Cunha é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Eduardo Cunha
Foto: Reuters/U. Marcelino

O deputado cassado Eduardo Cunha foi preso nesta quarta-feira (19/10) em Brasília, no âmbito da Operação Lava Jato. O pedido de prisão preventiva do ex-presidente da Câmara dos Deputados foi emitido pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato, na primeira instância.

A Polícia Federal (PF) confirmou a prisão preventiva e comunicou que Cunha está sendo levado para Curitiba, onde estão sendo conduzidas as investigações. A previsão é de que ele chegue entre 17h e 18h à capital do Paraná. Ele embarcou no hangar da PF, no Aeroporto de Brasília.

A residência do deputado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, foi alvo de uma operação de busca e apreensão.

Entre os argumentos utilizados para justificar o pedido de prisão de Cunha, a força-tarefa de procuradores da Lava Jato afirmou que a liberdade do ex-deputado representava risco às investigações por haver evidências de que existem contas dele no exterior que ainda não foram identificadas. Além disso, os procuradores ressaltaram que Cunha tem dupla nacionalidade (brasileira e italiana) e pode fugir do país.

Em comunicado, Cunha afirmou que a detenção é absurda e disse que Moro não tem competência para determinar a sua prisão. Ele acrescentou que a decisão não tem "nenhuma motivação" e é baseada em argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo Tribunal Federal.

"A referida ação cautelar do Supremo, que pedia a minha prisão preventiva, foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes a outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz competente para deliberar", afirma o deputado cassado.

Cunha perdeu direito ao foro privilegiado depois que foi cassado, em setembro. Desde então, seu caso é de responsabilidade de Moro, apesar de o processo ter sido aberto pelo Supremo Tribunal Federal.

O ex-presidente da Câmara é investigado na Operação Lava Jato e acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Entre outros crimes, ele é acusado de usar contas bancárias na Suíça para lavar dinheiro de propina oriunda de contratos de exploração de petróleo pela Petrobras em Benin, na África, no valor de R$ 5 milhões.

AS/abr/lusa/efe

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