Egito descobre sarcófagos milenares em perfeitas condições
3 de outubro de 2020
Múmias praticamente intactas pertencem a sacerdotes e oficiais e estavam enterradas em tumbas verticais que chegam a ter 12 metros de profundidade.
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Depois de meses de pausa devido à pandemia de covid-19, o Egito apresentou neste sábado (03/10) a primeira grande descoberta arqueológica dos últimos meses: 59 sarcófagos de madeira em perfeitas condições com múmias que datam de 2,6 mil anos atrás. De acordo com os pesquisadores, os caixões, encontrados na necrópole de Saqqara, pertencem a sacerdotes e oficiais.
Os sarcófagos foram descobertos em agosto na necrópole, localizada ao sul do Cairo, e estavam enterrados em três tumbas verticais de 10 a 12 metros de profundidade juntamente com 28 estátuas do antigo deus egípcio Ptah Sokar, uma das divindades funerárias mais importantes.
''Considero esse o começo de uma grande descoberta'', afirmou o ministro do Turismo egípcio, Khalid el-Anany.
Segundo o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mustafa Waziri, os sarcófagos pertencem à dinastia 26 do Período Tardio (664 a.C. a 525 a.C.), a última antes da conquista persa. As peças preservam ainda a cor original e teriam sido protegidas de reações químicas devido a um selo protetor.
As múmias, apresentadas ao público presente no evento, estavam cobertas de tecidos e ornamentos de ouro em perfeito estado. De acordo com Waziri, elas pertencem a sacerdotes e oficiais do alto escalão do Antigo Egito que viviam na antiga capital Memphis.
Descoberta incomum
A descoberta é incomum na região onde costumam ser encontrados animais mumificados. Waziri afirmou ainda que a tumba possui outros sarcófagos que não foram retirados do local
Ativa desde 2018, a missão arqueológica por trás da descoberta já encontrou uma tumba bem preservada da quinta dinastia real, chamada Wahtye, e também vários animais mumificados, sendo os mais raros besouros e filhotes de leão. Devido à pandemia, as escavações foram suspensas e retornaram há apenas dois meses.
Nos próximos meses, autoridades egípcias esperam encontrar dezenas de outros sarcófagos, além de relíquias, nesses cemitérios verticais, que possuem diferentes níveis e podem chegar a 12 metros de profundidade.
As múmias serão expostas no Grande Museu Egípcio, que será inaugurado em 2021, próximo as pirâmides de Gizé.
CN/efe/rtr/ap
As incríveis semelhanças entre Egito e China na Antiguidade
Exposição no Novo Museu de Berlim revela como, apesar de não terem contato, antigos chineses e egípcios tinham mais em comum do que se imagina – de ritos funerários ao consumo de bebidas, cosméticos e o amor pelos cães.
Foto: Ägyptisches Museum und Papyrussammlung, Staatliche
Museen zu Berlin, Margarete Büsing
Uma roupa de jade para a eternidade
Assim como os egípcios, os chineses desenvolveram complexos ritos funerários para proteger seus mortos no além. Esta vestimenta com que um membro da família real foi enterrado consiste de 2.216 placas de jade. Só os fios de prata que os unem já pesam um quilo. A peça faz parte da exposição ''China e Egito: Berços da humanidade", no Novo Museu de Berlim.
Foto: Xuzhou Museum
Máscaras de múmias e seus símbolos
No antigo Egito, as múmias muitas vezes portavam máscaras com traços faciais individualizados. Esta máscara parcialmente dourada de Ta-Sherit-en-Hor ostenta um escaravelho alado sagrado no alto da cabeça .Na testa foi também pintado um olho de Hórus, símbolo da proteção do deus da luz.
Foto: Ägyptisches Museum und Papyrussammlung, Staatliche
Museen zu Berlin, Margarete Büsing
Bebidas e religião
O álcool tinha papel importante para ambas as civilizações na antiguidade. Na China, as bebidas eram produzidas a partir de cereais e consumidas nas cerimônias religiosas. Elas eram armazenadas em preciosas jarras como esta, em formato de coruja, da Dinastia Han Ocidental (206 a.C-8º d.C.).
Foto: Shanghai Museum
Vinho para os ancestrais
Achados arqueológicos e documentos antigos mostram que na China o vinho também era usado como oferenda aos deuses. Ele era aquecido sobre carvão, para que os antepassados apreciassem seu vapor, e despejado sobre pedras e fontes, a fim de aplacar as divindades e espíritos. Este recipiente em forma de boi data do fim do período Shang (século 13-11 a.C.).
Foto: Shanghai Museum
Literatura para os mortos
O Egito e a China constam entre as civilizações mais antigas que desenvolveram um sistema de escrita. Por volta de 3000 a.C., os egípcios já escreviam, em geral sobre papiro. Este Livro dos Mortos pertenceu a Ta-remetch-en-Bastet, no início do Período Ptolomaico. Entre os mais antigos artefatos de escrita chineses, estão tiras de bambu e os assim chamados "ossos oraculares".
Foto: Ägyptisches Museum und Papyrussammlung, Staatliche Museen zu Berlin, Andreas Paasch
Assim se vestiam os servos chineses
As condições climáticas favoráveis ajudaram a preservar por muitos séculos os trajes de linho do antigo Egito. Já na China, roupas produzidas com algas e, mais tarde, algodão não se conservaram. Esta estátua, no entanto, dá uma boa ideia do que trajavam os servos na Dinastia Han Ocidental.