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Egito ordena novo julgamento para jornalistas da Al Jazeera

1 de janeiro de 2015

Três funcionários da emissora, presos há um ano, foram condenados por supostamente ajudar a Irmandade Muçulmana. Observadores consideram sentença uma farsa de fundo político.

Foto: AFP/Getty Images

A mais alta corte do Egito aceitou nesta quinta-feira (01/01) o recurso apresentado por três jornalistas da emissora de televisão Al Jazera, condenados a entre sete e dez anos de prisão, e ordenou a repetição do julgamento. Entretanto, os jornalistas, presos há um ano, foram mantidos sob custódia até uma nova audiência.

O australiano Peter Greste, o egípcio com passaporte canadense Mohamed Fahmy e o egípcio Baher Mohamed foram condenados por espalhar mentiras para ajudar uma "organização terrorista", em referência à Irmandade Muçulmana, entre outras acusações.

Os três jornalistas não estavam presentes na audiência desta quinta-feira, que durou apenas 30 minutos. Tanto a defesa quanto a promotoria haviam pedido uma repetição do julgamento.

A esposa de Mohamed disse que o novo julgamento é "um pequeno, mas positivo passo" em direção à liberdade do marido.

A Al Jazeera exige a libertação de seus funcionários, e o diretor-geral da emissora, Mostafa Souaga, afirma que os jornalistas foram "presos injustamente". "Suas prisões foram políticas, a sentença foi política e o fato de eles serem mantidos presos é, para nós, político", diz.

O julgamento dos três jornalistas foi condenado por grupos de direitos humanos e governos ocidentais e incitou a ONU a questionar a independência jurídica do Egito. Muitos observadores também consideram o julgamento que resultou na condenação dos três jornalistas uma farsa de fundo político, devido à falta de evidências que pudessem incriminá-los.

As prisões ocorreram durante a repressão, por parte do governo egípcio, aos islamistas país, após a deposição do presidente Mohammed Morsi. As autoridades acusavam a Al Jazeera de agir como a voz da Irmandade Muçulmana no Egito e de ameaçar a segurança nacional.

A emissora negou tais acusações e afirmou que seus jornalistas estavam apenas cobrindo os protestos dos apoiadores de Morsi. Os réus dizem terem sido vítimas da disputa política entre o Egito e o Catar – onde a emissora está sediada – em razão do apoio do Catar à Irmandade Muçulmana, e afirmam que estavam somente exercendo a sua profissão.

LPF/afp/rtr/lusa/ap

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