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Egito terá eleições parlamentares a partir de outubro

30 de agosto de 2015

Presidente Abdel Fattah al Sisi, que derrubou Morsi do poder em 2013, governa sem controle parlamentar desde as presidenciais de maio do ano passado. Votação marca tentativa do país de restabelecer sistema democrático.

Foto: picture-alliance/dpa/K. Elfiqi

A comissão eleitoral do Egito anunciou neste domingo (30/08) a realização de eleições parlamentares, dois anos depois da deposição do ex-presidente Mohammed Morsi. O pleito está marcado entre os dias 17 de outubro e 2 dezembro.

O ex-comandante do exército egípcio e atual presidente do país, Abdel Fattah al Sisi, que tomou o governo de Morsi, havia prometido eleições para o início de 2014, mas a promessa foi adiada por várias vezes.

O Egito não possui um Parlamento desde junho de 2012, quando um tribunal dissolveu a Casa, com maioria islâmica. Desde que assumiu o poder, Sisi governa sem controle parlamentar.

Os 568 deputados do Parlamento unicameral serão escolhidos por um sistema de eleições mistas em duas fases, anunciou o presidente da comissão eleitoral, Ayman Abas.

Numa primeira fase, as urnas serão abertas aos egípcios residentes no exterior, no dia 17 de outubro. Nos dois dias seguintes, irão votar cidadãos de 14 províncias. Em caso de segundo turno, a nova votação deve ocorrer entre 26 e 28 de outubro.

A segunda fase é destinada a outros residentes no exterior e moradores de outras províncias. Um segundo turno seria realizado de 30 de novembro a 2 de dezembro.

Instabilidade política

Morsi, líder da Irmandade Muçulmana, foi o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito, após a deposição de Hosni Mubarak, que comandou o país por três décadas.

Em 2013, Sisi, então chefe das Forças Armadas, derrubou Morsi do poder. Em junho deste ano, o ex-presidente foi condenado à pena de morte. Segundo a justiça, ele organizou fugas de prisões e ordenou o assassinato de policiais durante o levante que derrubou o regime de Mubarak.

A Irmandade Muçulmana foi banida e classificada como movimento terrorista. Dirigentes foram presos ou forçados a se exilar.

Eleito em maio de 2014, o atual presidente é criticado por organizações de defesa dos direitos humanos por conduzir um regime repressor e excluir a oposição do cenário político.

KG/afp/lusa

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