EI pode ter usado gás contra curdos, apontam Alemanha e EUA
14 de agosto de 2015
Segundo jornais 'Bild' e 'Wall Street Journal', autoridades dos dois países indicam possível uso de gás cloro ou mostarda pelo "Estado Islâmico" contra combatentes peshmerga no Iraque. Casa branca investiga ataque.
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O grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) pode ter lançado granadas de gás venenoso contra combatentes curdos peshmerga no norte do Iraque, segundo um relatório secreto da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) citado pelo tabloide Bild nesta quinta-feira (13/08). De acordo com o Wall Street Journal, os EUA também apontam indício de um ataque químico nesta semana.
De acordo com o Bild, o relatório da Bundeswehr indica que gás cloro foi possivelmente usado num ataque na cidade de Makhmur, nesta quarta-feira. Há 88 soldados alemães estacionados em Erbil, a 60 quilômetros de Makhmur, mas o relatório teria como base apenas fontes iraquianas. Desde o ano passado, os homens da Bundeswehr vêm treinando combatentes peshmerga para a luta contra o EI.
De acordo com um porta–voz do Ministério da Defesa alemão, aparentemente combatentes peshmerga sofreram irritações nas vias respiratórias após combates com EI. Uma segunda fonte do ministério disse não poder confirmar o ataque químico e ressaltou que o relatório da Bundeswehr não se baseia em informações próprias.
Segundo noticiou o Wall Street Journal nesta quinta-feira, os EUA apontam para o uso de gás mostarda. "Temos informações críveis de que o agente usado no ataque foi gás mostarda", disse uma autoridade americana ao jornal.
O EI poderia ter obtido o gás mostarda na Síria, cujo governo admitiu ter grandes quantidades do agente em 2013, quando concordou em abrir mão de seu arsenal químico, escreveu o jornal. "Isso faz todo sentido", teria dito a autoridade.
O Wall Street Journal não especificou onde o ataque ocorreu e se deixou vítimas. O Conselho de Segurança Nacional da Casa branca disse estar ciente dos relatos e buscando mais informações.
Agências de inteligência dos EUA disseram anteriormente acreditar que o EI usou gás cloro em ataques no Iraque, segundo o jornal.
LPF/rtr/afp/dpa
As combatentes peshmerga
Há quase duas décadas que mulheres lutam ao lado dos homens nas forças curdas, conhecidas como peshmerga, que lutam no norte do Iraque contra o "Estado Islâmico".
Foto: Getty Images/S. Hamed
O início
A primeira unidade feminina das forças peshmerga, como o Exército curdo é conhecido, remonta a 1996. Segundo o próprio Exército, cada vez mais mulheres se unem à luta dos curdos contra o "Estado Islâmico", mas não há verificação independente dessa informação.
Foto: Getty Images/S. Hamed
No front
Uma das maiores unidades femininas fica centenas de quilômetros ao sul de Dahuk, na província de Suleimânia. Cerca de 600 mulheres servem no local. Elas são responsáveis pela vigilância de prédios públicos e também de instalações militares. Cerca de cem já participaram de combates.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Número desconhecido
A quantidade exata de mulheres que servem no Exército curdo é segredo militar. Mas a noção de que a participação feminina nas forças peshmerga é necessária é muito forte. "Quero aprender a manusear armas para defender meu país", declarou uma das combatentes. Os curdos possuem autonomia no norte do Iraque e lutam pelo próprio Estado.
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Solteiras e casadas
Algumas das mulheres que se alistam como voluntárias são casadas e têm filhos. Em alguns casos, os maridos também são combatentes. Outras são filhas de antigos soldados, ou lutam ao lado dos irmãos. Mas a maioria delas é solteira, e muitas se alistaram ainda adolescentes.
Foto: Reuters/Ahmed Jadallah
Aceitação
Algumas combatentes têm o apoio familiar. Mas nem sempre é o caso. De acordo com uma oficial, a unidade feminina ainda é vista com ceticismo por alguns homens. Mas muitos deles as apoiam e incentivam.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Engajamento
Para a comandante de um regimento, os batalhões femininos são um acréscimo importante para o Exército peshmerga. E o comprometimento das mulheres é exemplar, afirma. "Aqui estão mulheres armadas e dispostas a lutar por seu país."
Foto: Getty Images/S. Hamed
Beleza e coragem
Peshmerga significa "aquele que encara a morte". O olhar determinado e a beleza de muitas das combatentes chamam a atenção.
Foto: Getty Images/S. Hamed
Contra o "Estado Islâmico"
Unidades femininas já participaram de combate contra milícias do "Estado Islâmico". Com o avanço dos radicais, a participação das mulheres ganha em importância.
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Medo das mulheres
Uma guerrilheira disse achar engraçada a ideia de encarar um dos jihadistas do Estado Islâmico, grupo radical que reprime as mulheres nas áreas que ocupa. "Acho que eles teriam mais medo de nós do que dos homens, pois acreditam que vão para o inferno se forem mortos por uma mulher."
Foto: AFP/Getty Images/S. Hamed
Luta contra a repressão
Outra guerrilheira disse que se alistou justamente para combater um grupo radical que reprime as mulheres, proibindo-as de circular nas ruas e obrigando-as a vestir a burca.