Jihadistas em fuga de cidade tomada pelas Forças Democráticas da Síria usaram reféns como escudo humano. Manjib foi liberta após dois meses de ofensiva com apoio da coalizão internacional liderada pelos EUA.
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O grupo Estado Islâmico (EI) capturou e usou como escudo humano cerca de dois mil civis nesta sexta-feira (12/08) na cidade de Manbij, na província de Aleppo, no norte da Síria.
As Forças Democráticas da Síria (SDF), que inclui combatentes árabes e curdos, assumiram o controle da cidade na semana passada, mas um grupo de jihadistas ainda resistia em deixar uma localidade.
"Quando se retiravam de Manjib, os jihadistas sequestraram cerca de dois mil civis o bairro de al-Sirb", informou o porta-voz do Conselho Militar de Manjib, Sherfan Darwish. "Eles usaram os civis como escudos humanos, o que nos impediu de atirar."
Os extremistas do EI fugiram com os reféns para a cidade de Jarablus, perto da fronteira turca, controlada pelo grupo. O sequestro também foi confirmado pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos, com base em Londres.
Darwish acrescentou, no entanto, que cerca de 2.500 civis que eram mantidos em cativeiro em Manjib foram libertados pela SDF.
Com o apoio dos ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, as Forças Democráticas da Síria lançaram uma ofensiva para retomar a cidade no fim de maio. Segundo o Observatório, 400 civis foram mortos na região, incluindo 100 crianças.
KG/afp/dpa
A guerra particular das mulheres contra o "Estado Islâmico"
Em meados de 2014, a organização jihadista EI invadiu os territórios dos yazidis no norte do Iraque. Centenas de mulheres foram sequestradas, violentadas, escravizadas. Agora elas lutam contra os terroristas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Localizando o inimigo
Perto da cidade de Mossul, no Iraque, a combatente curda Haseba Nauzad examina de binóculo a linha de front que separa o território curdo daquele controlado pela organização terrorista "Estado Islâmico" (EI). Em cooperação com o Exército iraquiano, os curdos ganham cada vez mais terreno contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Vanguarda da resistência
Inimigo localizado, é hora de atirar. Juntamente com a camarada yazidi Asema Dahir (3ª da dir.) e outras combatentes, Haseba mira os terroristas do EI. Como as ofensivas aéreas não bastam para derrotar os jihadistas, as yazidis e curdas formam a linha de frente no combate de solo.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Visão desimpedida
Haseba Nauzad prende os cabelos num rabo de cavalo: para mirar com exatidão, nada pode atrapalhar a visão. Para os ocidentais pouco mais do que um capricho da moda, o "military look" reflete uma sofrida realidade tanto aqui no Iraque como na Síria.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Companheiro fiel e símbolo de outros tempos
Asema Dahir faz uma pausa no combate. O ursinho de pelúcia vermelho que leva no braço é um símbolo de uma passado pacífico, encerrado abruptamente em meados 2014 com o ataque do EI. Para muitas mulheres yazidis começou aí uma época de sofrimento e de ruptura com tudo o que lhes era mais caro.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Imagem eloquente
O "Estado Islâmico" não teve piedade nem com os mais fracos. Implacavelmente perseguidos pelos fundamentalistas, em meados de 2014 centenas de milhares tiveram que procurar abrigo. Na época, esta foto de um ancião e suas acompanhantes deu a volta ao mundo como símbolo do sofrimento dos yazidis.
Foto: Reuters
Trauma de uma adolescente
Esta jovem yazidi não quis mostrar o rosto. Logo após a chegada do EI, ela foi forçada a se casar, aos 15 anos, com um militante do grupo. Dois meses mais tarde conseguiu escapar e agora vive novamente com a família. E relata horrores quase indizíveis.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Bennett
Depois da batalha
Meses a fio, os jihadistas do EI também sitiaram a cidade de Kobane, no norte da Síria, bem na fronteira com a Turquia. Lá os curdos ofereceram resistência desesperada, até conseguir vencer os terroristas com a ajuda da Força Aérea americana. Para trás ficou um mar de ruínas.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Akgul
União que faz a força
O EI ataca a todos que não compartilhem sua ideologia. Ele aposta numa tática divisiva, tentando instigar as diferentes confissões religiosas e etnias umas contra as outras. Nem sempre funciona: há muito, curdas e yazidis tornaram-se aliadas – o que já representa uma vitória simbólica contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Não à escravidão
Do ponto de vista militar, o "Estado Islâmico" ainda não está vencido, continuando a deter o controle sobre vastas regiões na Síria e no Iraque. As curdas e yazidis seguirão combatendo-o, e de quebra dão uma lição aos fundamentalistas: as mulheres não nasceram para ser escravas.