El Salvador pede que mulheres adiem gravidez até 2018
26 de janeiro de 2016
Governo emite alerta devido ao risco de contaminação pelo vírus zika, associado a casos de microcefalia. Colômbia segue a mesma linha. Críticos destacam falta de acesso a contraceptivos nesses países.
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Não fique grávida nos próximos dois anos. Este é o conselho dado pelo governo de El Salvador às mulheres do país nesta terça-feira (26/01), enquanto o vírus zika, associado a casos de microcefalia, se espalha pela América Latina e pelo Caribe. O governo da Colômbia fez a mesma recomendação, mas por um período mais curto.
O ministro colombiano da Saúde, Alejandro Gaviria, pediu que as mulheres adiem a gravidez por um período de seis a oito meses. "Fazemos isso por que acreditamos ser uma boa maneira de comunicar os riscos, e dizer às pessoas que pode haver sérias consequências", afirmou.
Após o Brasil, a Colômbia é o segundo país mais afetado pelo surto, com 560 casos da doença em mulheres grávidas. Em El Salvador, foram registrados 96 casos de contaminação pelo vírus zika durante a gravidez até o momento.
O alerta dos dois governos gerou controvérsia, com críticos afirmando que as mulheres colombianas e salvadorenhas têm pouco acesso a métodos contraceptivos ou a cirurgias de aborto nesses países, além do elevado risco de estupro na região.
"É incrivelmente ingênuo que um governo peça às mulheres para adiar a gravidez num contexto como o da Colômbia, onde mais de 50% das gestações não são planejadas e numa região onde prevalece a violência sexual", afirmou Monica Roa, vice-presidente do grupo de defesa dos direitos da mulher Women's Link Worldwide.
Segundo a ativista, contraceptivos são fornecidos gratuitamente na Colômbia, mas as mulheres têm pouco acesso a eles, principalmente as que vivem no interior do país.
El Salvador, por sua vez, tem um dos índices mais altos de gravidez entre adolescentes na América Latina. Um terço das gestações no país ocorre em meninas entre 13 e 19 anos de idade. Segundo organizações de defesa dos direitos das mulheres, o motivo principal seriam estupros cometidos por familiares e membros de gangues.
"Em El Salvador, a recomendação para adiar a gravidez é ainda mais ridícula frente às rígidas leis contra o aborto e aos altos índices de violência sexual contra meninas e mulheres", afirmou Roa.
Equador, Jamaica e Brasil
Outros países também emitiram um alerta semelhante. O Equador aconselhou as mulheres em áreas "de risco" a adiar a gravidez indefinidamente. A Jamaica, onde ainda não foi registrado nenhum caso de contaminação, pediu que as mulheres não engravidem durante os próximos seis a 12 meses.
No Brasil, médicos também vêm desaconselhando a gravidez devido ao zika desde o fim do ano passado. Em novembro, o diretor do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, aconselhou as habitantes de Pernambuco a não engravidarem até que houvesse clareza entre a ligação do vírus à microcefalia. Trata-se do estado brasileiro com o maior número de casos suspeitos da malformação ligada ao zika, 1.306. No total, já são mais de 3,8 mil suspeitas no país, e 230 casos em que a correlação foi confirmada.
RC/lusa/rtr/afp
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
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Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
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Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
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Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.