Organização do pleito, que vai ocorrer no final de setembro, vai custar 92 milhões de euros. Governo aponta custos crescentes com correio e pagamento dos mesários
Anúncio
Os alemães vão às urnas no dia 24 de setembro para escolher a nova formação do Parlamento nacional – e consequentemente se Angela Merkel deve permanecer mais um mandato como chanceler federal.
Mas tudo isso tem um preço: 92 milhões de euros (345 milhões de reais).
Leia a cobertura completa sobre aeleição na Alemanha em 2017
Segundo o jornal Saarbrücker Zeitung, esta deve ser a eleição mais cara da história da Alemanha. Em 2013, os custos somaram 77 milhões de euros. Um porta-voz do Ministério do Interior disse ao diário que o aumento se deve em parte aos custos crescentes com o envio de cédulas eleitorais e notificações pelo correio.
Na eleição de 2013, 24,3% dos eleitores votaram por carta – os custos do envio são assumidos pelo Estado.
Já nas seções, os mesários receberam um aumento na ajuda de custo em relação ao pleito anterior. Hoje, um chefe de seção recebe 35 euros pelo trabalho no dia do pleito. O restante dos mesários recebe 25 euros. Nas eleição de 2013, essa ajuda foi de 21 euros.
Segundo o governo, 650 mil pessoas, entre mesários e assistentes voluntários, devem ser convocados para atuar no pleito. O país conta com 90 mil locais de votação.
Já no Brasil, as eleições municipais de 2016 custaram 650 milhões de reais (172 milhões de euros), segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Cartazes eleitorais na Alemanha
Personalizados, coloridos ou controversos: os rostos dos candidatos à eleição para chefe do governo já estão nas ruas. Veja aqui como os principais partidos do país apresentam seus protagonistas.
Foto: picture alliance/dpa/B.Pedersen
Patriotismo puro
Duas séries de motivos, 22 mil cartazes e orçamento de 20 milhões de euros: é assim a campanha publicitária da CDU, partido de Merkel. "Por uma Alemanha em que vivamos bem e com gosto" - a legenda se mostra patriótica com as cores nacionais da Alemanha em sua propaganda de rua. Os temas eleitorais da União Democrata Cristã são segurança, família e emprego.
Foto: picture alliance/dpa/B.Pedersen
Cidadãos em foco
"O futuro precisa de novas ideias. E de alguém que as implemente" - em seus cartazes, o Partido Social-Democrata (SPD) enfoca temas como educação, aposentadoria, investimento e igualdade salarial. Somente num segundo momento, o foco deverá recair sobre o candidato Martin Schulz, grande rival de Merkel. O SPD promete surpresas no final de sua campanha, que deverá custar 24 milhões de euros.
A campanha é ele
"Impaciência também é uma virtude" – o Partido Liberal Democrático (FDP) vai gastar mais de 5 milhões de euros em publicidade com foco sobretudo numa só pessoa: Christian Lindner. O líder partidário é retratado sorrindo, com look casual ou barba de três dias. "Denken wir neu", "vamos repensar", é o slogan com que pretendem concorrer às eleições. Longos textos acompanham Lindner nos cartazes.
Por isso, verde
"O meio ambiente não é tudo. Mas sem meio ambiente tudo é nada". Desta vez, os verdes apostam em texto em letras garrafais diante de um motivo simbólico. O partido continua fiel a seus temas. O foco recai sobre tópicos clássicos como meio ambiente ou integração. "Darum grün" ("Por isso, verde") é o lema de campanha. Em todos os cartazes, pode-se ver o girassol amarelo como motivo principal.
Populismo
"Burcas? Nós gostamos de biquínis" - os cartazes do partido populista de direita Alternativa para Alemanha (AfD) provocaram discussões. Seu lema: "Trau Dich, Deutschland!" (Confie em você, Alemanha!"). E, confiantes, eles provocam, pois os textos nos cartazes visam ao isolamento, sobretudo em relação ao islã.
Sem rosto
"Imposto sobre milionários, mais dinheiro para creches e escolas". Letras brancas junto ao vermelho simbólico do partido: o partido A Esquerda continua fiel a seu estilo, dispensando, desta vez, mostrar rostos em seus cartazes. Sob o lema "Sem vontade para mesmice", a legenda enfoca três temas principais: aluguéis acessíveis, aposentadorias mais justas e fim da exportação de armas.
Nem tão sério
Ajustar os salários de executivos ao tamanho do sutiã e conter a elevação do preço da cerveja. Tais reivindicações estão no programa do "Die Partei" ("O Partido"). Os seus cartazes são acima de tudo irônicos (na foto, "Não faça merda com sua cruz"), bem ao estilo de seus fundadores, redatores da revista satírica "Titanic". Seu candidato à Chancelaria Federal é o comediante Serdar Somuncu.