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Eleições afegãs marcadas pela violência

(rr)18 de setembro de 2005

As primeiras eleições parlamentares no Afeganistão em 36 anos foram marcadas por gestos de violência em várias partes do país. Em pelos menos nove das 32 províncias houve ataques ou tentativas de atentados.

Mulheres com véus aguardam sua vez de votar em CandaharFoto: AP

Pouco após a abertura das urnas no Afeganistão neste domingo (18/09), dois morteiros explodiam em um depósito das Nações Unidas, ferindo um funcionário afegão da instituição. No total, os ataques – feitos em sua maioria por radicais islâmicos e antigos integrantes e simpatizantes da milícia talibã – deixaram um saldo de no mínimo 18 mortos.

Um atentado a um posto policial por supostos guerrilheiros na província de Chost, no leste do país, se estendeu por mais de três horas, causando a morte de três dos atacantes e de dois policiais, e ferindo dois soldados estadunidenses. Segundo o porta-voz da polícia, os atacantes eram todos paquistaneses.

Policiais protegem comboio trazendo material eleitoral de CabulFoto: AP

No sábado (17/09), o vizinho Paquistão havia anunciado estado de alerta para milhares de soldados, de modo a evitar que membros das milícias talibãs cruzassem as fronteiras e atrapalhassem o pleito. Segundo a polícia, quatro atentados a bomba puderam ser evitados na véspera da abertura das urnas, entre eles um ataque a um dique que poderia ter custado a vida de milhares de pessoas.

"Histórico"

O presidente Hamid Karzai caracterizou a eleição como um passo histórico e falou em um "dia de independência para o povo afegão". "Após 30 anos de guerras, intervenções, ocupações e miséria, o Afeganistão volta a caminhar para a frente", disse Karzai ao depositar seu voto na urna.

O presidente Hamid Karzai deposita seu voto em uma urna de CabulFoto: AP

A eleição afegã é o último passo no processo de transição democrática do país, definido em dezembro de 2001 no palácio de Petersberg, em Bonn, na Alemanha. Em outubro de 2004, os afegãos elegeram Hamid Karzai nas primeiras eleições presidenciais livres do país.

No entanto, diversas seções eleitorais tiveram de abrir suas portas com atraso por motivos de segurança, informou o coordenador-geral Peter Erben. A patrulha ficou a cargo de mais de 70 mil policiais e soldados – 40 mil afegãos e 30 mil americanos e da Otan.

Já que não se trata de uma votação com partidos e legendas, mas de candidatos individuais, todos os candidatos de cada distrito eleitoral tinham de constar da cédula com nome e foto. Devido à enorme lista e da dimensão da cédula eleitoral – na capital Cabul, um bloco de sete páginas com fotos de 400 candidatos –, não foi possível evitar filas e longa espera.

Seção eleitoral na capital CabulFoto: AP

No total, havia mais de 12 milhões de eleitores registrados para as eleições, nas quais 2760 candidatos – entre eles, 328 mulheres – concorreram a uma das 249 vagas do Parlamento. Além da Câmara dos Deputados da Assembléia Nacional, Wolesi Jirga ("casa do povo"), também foram eleitos 34 conselhos de província.

Resultado só em outubro

Apesar de diversos atentados, a participação popular no pleito foi ativa, embora ainda não haja números concretos. As urnas foram lacradas às 16 horas (horário local). No entanto, os primeiros resultados parciais só devem ser anunciados em 10 de outubro e os finais, só em 22 de outubro.

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