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Efeitos nacionais

8 de junho de 2009

Resultados das eleições para o Parlamento Europeu dão ideia da divisão de forças políticas dentro da Alemanha. Coligação entre as conservadoras CDU e CSU com o neoliberal FDP parece cada vez mais viável.

Partidos conservadores apostam em vitória nas eleições nacionaisFoto: picture alliance / dpa

As eleições europeias, realizadas na Alemanha no domingo (08/06), deram um impulso significativo aos partidos alemães situados tendencialmente à direita do cenário político. A União Democrata Cristã (CDU), a União Social Cristã (CSU) e o Partido Liberal Democrata (FDP) esperam que nas eleições para o Parlamento alemão, marcadas para setembro próximo, a atual grande coalizão de governo (CDU-SPD) entre definitivamente para a história depois de quatro anos.

E como os partidos CDU e CSU, que juntos receberam na eleição para o Parlamento Europeu 37,9% dos votos, não conseguem sozinhos atingir uma maioria para governar dentro da Alemanha, eles precisam se unir a uma terceira facção, que seria, no caso, a dos liberais (FDP), que obtiveram nas eleições europeias 11% dos votos.

Guido Westerwelle e Silvana Koch-Mehrin: liberais comemoramFoto: dpa

"Se, numa eleição europeia, ultrapassamos os 10%, então conseguiremos também nas eleições para o Bundestag um resultado além dos 10%, para constituirmos uma sólida maioria", afirma Guido Westerwelle, presidente do FDP.

Para Ronald Pofalla, secretário-geral da CDU, os liberais não terão problemas para garantir maioria parlamentar à aliança. "Há uma maioria clara. Hoje estamos 17 pontos percentuais à frente do SPD. A CDU e a CSU sozinhas já são mais fortes que o SPD e o Partido Verde juntos", festeja Pofalla.

Fraca mobilização

Os social-democratas, por outro lado, não querem dar o braço a torcer. A presidência do partido credita o resultado miserável nas eleições europeias (20,8%) à já tradicional fraca participação dos eleitores no pleito e não à fragilidade de conteúdo ou à apresentação da plataforma política.

A social-democrata Andrea Nahles: mobilizar eleitores é o problemaFoto: AP

"A palavra-chave é mobilização, porque – como já havia ficado claro na última eleição europeia – temos problemas crônicos de mobilização dos nossos eleitores para o pleito europeu. Isso foi algo que pudemos corrigir, nos últimos anos, nas eleições nacionais. E acreditamos que vá ser possível este ano de novo", diz Andrea Nahles, vice-presidente do SPD.

Os social-democratas já estão a postos para impulsionar seu candidato Frank-Walter Steinmeier, atual ministro das Relações Exteriores. Embora nas últimas semanas ele tenha participado bastante de discussões sobre a política econômica do país, seu empenho em salvar postos de trabalho na montadora Opel, por exemplo, parece não estar convencendo realmente os eleitores.

Cedo demais para festejar

Um parceiro em potencial para uma coalizão de governo com os social-democratas é o Partido Verde, que obteve bons resultados nas eleições europeias (12,1%), embora não tenha boas chances ao lado de um SPD enfraquecido.

Membros do Partido Verde comemoram resultadosFoto: dpa

Jürgen Trittin, candidato verde, alerta para o risco de um pessimismo prematuro, principalmente considerando as perdas sofridas pela CDU nas eleições europeias, quando se compara o resultado atual com o das eleições anteriores.

"A eleição não está definida. Quem fica rindo por aí, acreditando que o pleito nacional já está definido, deve se lembrar que as eleições parlamentares ainda não aconteceram. O crescimento dos liberais nas urnas não bastou nem para compensar as perdas sofridas por CDU e CSU", afirma Trittin.

Posição isolada

Para o partido A Esquerda, a situação não mudou substancialmente depois das eleições europeias. A facção participará do pleito nacional numa posição adversária a todos os outros.

Na escolha do Parlamento Europeu, os esquerdistas conseguiram bons resultados (7,5%), apesar de não terem crescido como o esperado. O partido também conta com um percentual acima de 10% nas eleições parlamentares em setembro próximo, mas não aposta em nenhuma aliança com outras facções.

Autora: Nina Werkhäuser

Revisão: Rodrigo Abdelmalack

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