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Eleições locais sugerem eurocéticos britânicos mais fortes na UE

23 de maio de 2014

Parciais indicam fortalecimento da ultradireita em pleitos municipais no Reino Unido, realizados junto à votação para o Parlamento Europeu. Tendência pode levar Cameron a acirrar política anti-Europa de Londres.

Nigel Farage: líder do Ukip ganhou votos pregando saída da União EuropeiaFoto: Reuters

Os resultados das eleições europeias só poderão ser divulgados no domingo (23/05), quando todos os 28 países-membros tiverem ido às urnas. Mas se no Reino Unido for tomada como base a apuração do pleito municipal, realizado simultaneamente ao europeu na quinta-feira, os eurocéticos devem registrar um avanço significativo.

Nas eleições regionais britânicas, o UK Independence Party (Ukip), liderado pelo carismático Nigel Farage, teve o maior crescimento de votos da história da legenda, tirando vários assentos tanto do governo quanto da oposição.

Em 161 localidades britânicas, mais de 4 mil assentos de câmaras locais foram colocados em votação. Parciais publicadas após contagem de quase metade dos municípios indicam que o Ukip registrou um ganho de quase cem lugares, enquanto o Partido Trabalhista, principal força da oposição, conquistou mais de 130 lugares.

Os conservadores, do primeiro-ministro David Cameron, perderam mais de 100 mandatos, enquanto os liberais, membros da coalizão governamental, sofreram perdas semelhantes. Durante a campanha, o líder do Ukip, Nigel Farage, defendeu a saída do Reino Unido da UE e um limite à imigração.

Premiê britânico Cameron (com mulher, Samantha): sob pressão da ultradireitaFoto: picture-alliance/AP

A eleição municipal britânica é considerada uma referência importante para o comportamento do eleitorado do Reino Unido na escolha para o Parlamento Europeu. Caso a tendência das votações regionais seja confirmada nas europeias, o resultado pode aumentar a pressão para que Cameron adote uma política ainda mais dura visando reduzir os poderes da UE.

Os britânicos foram na quinta-feira, ao lado dos holandeses, os primeiros a votarem nas eleições europeias. Na sexta-feira, tchecos e irlandeses foram às urnas. Na Alemanha, como na maioria dos outros países, o pleito será no domingo.

Wilders perde força na Holanda

Já na Holanda, o anti-islâmico e nacionalista Partido para a Libertade (PVV), de Geert Wilders, deve amargar perdas de eleitores no pleito europeu. A legenda só deverá obter cerca de 12% dos votos, ficando em quarto lugar, segundo sondagem do instituto Ipsos. A legenda da Wilders ficaria, então, atrás dos centristas Democratas 66, dos cristão-democratas e dos liberais do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.

Wilders diz que participação baixa mostra "repugnância" dos eleitores em relação à UEFoto: Reuters

Entretanto, Wilders interpretou o desempenho fraco de sua agremiação como uma confirmação de sua política. Ele argumentou que a baixa participação dos eleitores, de cerca de 35%, mostra a "repugnância" e o desinteresse que os holandeses nutrem em relação à UE. "A Holanda não se tornou mais pró-europeia", afirmou.

Pesquisas de opinião apontam que partidos eurocéticos de extrema direita e de
extrema esquerda, que acusam Bruxelas de incentivar austeridade, recessão e
desemprego, podem ganhar cerca de 25% dos lugares do Parlamento Europeu, quase dobrando sua bancada atual.

Entretanto, o Parlamento permanecerá dominado por grupos pró-europeus de
centro-direita, centro-esquerda, partidos liberais e verdes, que geralmente votam em conjunto, em prol da legislação da UE.

MD/rtr/dpa

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