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Eleitores do leste da Ucrânia decidem sobre separação do país

11 de maio de 2014

Habitantes das recém-proclamadas "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk foram convocados para votar sobre a independência das regiões em relação à Ucrânia. Kiev e Ocidente consideram a votação "ilegal".

Fila de eleitores em DonetskFoto: Reuters

Em meio a acirrados combates nos arredores do reduto rebelde Slaviansk, separatistas pró-russos realizaram neste domingo (11/05) controversa consulta popular no leste da Ucrânia. Os habitantes das recém-proclamadas "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk foram convocados para votar sobre a independência das regiões em relação ao resto do país.

Em Slaviansk houve pesados combates: durante a madrugada, ouviram-se disparos de artilharia pesada e de metralhadoras. De manhã, o fogo de artilharia começou novamente. Também foram registrados combates na entrada sul da cidade, sitiada há uma semana por tropas governistas.

Tanto Kiev como Berlim e Washington consideram a votação "ilegal" e até mesmo a definição do escrutínio como um referendo é colocada em questão no Ocidente. No entanto, na cidade portuária de Mariupol, onde nos dias anteriores ocorreram combates sangrentos, centenas de eleitores fizeram fila para votar.

"O número de comparecimentos não é apenas alto, mas enorme", afirmou Roman Lyagin, chefe da Comissão Eleitoral, em entrevista á agência de notícias Interfax. A mídia pró-Kiev, no entanto, relatou um número baixo de votantes.

Maioria das população é contra separação

Os separatistas de Donetsk e Lugansk manifestaram confiança de que os cidadãos vão votar pela independência. Porém pesquisas de opinião mostram que a maioria da população do leste é a favor da preservação da unidade nacional da Ucrânia.

Além disso, a consulta popular foi realizada em somente 14 cidades ou localidades sob controle dos rebeldes, nas quais mora menos da metade dos mais de 7 milhões de habitantes das regiões. Caso a maioria seja realmente pela independência, na melhor das hipóteses o resultado será reconhecido apenas pela Rússia.

Urna eleitoral portátil em LuganskFoto: Reuters

Kiev afirmou no domingo que "o referendo de 11 de maio, inspirado, organizado e financiado pelo Kremlin, é legalmente sem valor e sem consequências legais para a integridade territorial da Ucrânia". Os primeiros resultados das votações são esperados para as primeiras horas da segunda-feira.

Mais pressão sobre Moscou

A Alemanha e a França aumentaram neste sábado a pressão sobre Moscou e Kiev, para garantir a realização das eleições presidenciais na Ucrânia, em 25 de maio. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, sublinharam numa declaração conjunta a importância das eleições para a estabilização do país e ameaçaram a Rússia com sanções econômicas, caso a votação não ocorra. Até agora, a UE só impôs punições envolvendo bloqueio de vistos e contas em bancos europeus.

Os ministros do Exterior dos 28 membros da UE têm marcado para esta segunda-feira um encontro em Bruxelas, onde discutirão a opção por sanções mais duras sobre indivíduos, empresas e organizações da Rússia.

MD/afp/dpa

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