1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

ELN assume autoria de atentado na Colômbia

21 de janeiro de 2019

Grupo guerrilheiro afirma que ataque a escola de cadetes é legítimo como ato de guerra e não causou a morte de inocentes. Governo colombiano encerra negociações de paz e restabelece ordens de prisão.

Membros do ELN, que assumiu autoria de atentado em Bogotá que matou 21 pessoas
Membros do ELN, que assumiu autoria de atentado em Bogotá que matou 21 pessoasFoto: picture-alliance/dpa/E. Robles

O grupo guerrilheiro Exército de Libertação Nacional (ELN) reivindicou nesta segunda-feira (21/01) a autoria do atentado a uma escola de cadetes da Polícia Nacional da Colômbia na quinta-feira passada, que deixou 21 mortos e 68 feridos.

Em nota publicada em seu portal na internet, o ELN afirmou que o local do atentado era uma "instalação militar" onde se formam oficiais que atuam na "inteligência de combate, conduzem operações militares e participam ativamente na guerra contra a insurgência".

O grupo afirma que a "operação realizada contra a instalação é legítima dentro do direito da guerra" e afirma que todas as vítimas da explosão do carro-bomba na Escola de Cadetes eram combatentes.

A procuradoria-geral da Colômbia e o Ministério da Defesa já haviam identificado o motorista do veículo, José Aldemar Rojas Rodríguez, de 56 anos, como membro do ELN.

O incidente levou ao fim do já complicado processo de paz entre o grupo guerrilheiro e o governo. O presidente colombiano, Iván Duque, restabeleceu as ordens de prisão contra os dez integrantes do ELN que participavam das negociações de paz em Cuba e revogou a resolução que permitia a permanência dos representantes da guerrilha no país caribenho.

"Ficou claro para toda a Colômbia que o ELN não quer verdadeiramente a paz", disse Duque. O presidente citou uma longa lista de sequestros e ataques atribuídos à guerrilha desde o início das negociações de paz, em 2017, levadas adiante por seu antecessor, o ex-presidente Juan Manuel Santos, que assinou em 2016 um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). 

O ELN afirma que Duque não deu a "dimensão necessária" ao gesto de paz feito pelo grupo, que declarou uma trégua unilateral entre 23 de dezembro e 3 de janeiro. "A paz não avança e o processo retrocede se os adversários em uma guerra não se respeitam. Isso começa por respeitar a dor de todos", afirma a nota divulgada pela guerrilha.

Os guerrilheiros afirmam que as Forças Armadas colombianas "aproveitaram o cessar-fogo para avançar as posições das suas tropas. É, portanto, muito desproporcional que, enquanto o governo nos ataca, declare que nós não possamos responder em legítima defesa".

Neste domingo, dezenas de milhares de pessoas, entre elas o presidente Duque, saíram às ruas em diversas cidades do país para condenar o atentado, que foi alvo de repúdio da comunidade internacional, e expressar apoio à Polícia Nacional.

Duque sustenta que, para retomar o diálogo com a guerrilha, o ELN deve libertar todas as pessoas que o mantém sequestradas e renunciar a todas as atividades criminosas. O ELN, por sua vez, pede ao presidente que envie a Cuba uma delegação para dar continuidade ao processo de paz e à elaboração de acordos que estavam sendo realizados com o governo anterior.

RC/lusa/efe

______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube 

WhatsApp | App | Instagram | Newsletter

Pular a seção Mais sobre este assunto