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Elon Musk se torna o maior acionista do Twitter

4 de abril de 2022

Criador da Tesla e SpaceX adquire 9,2% das ações da rede social, e gera especulações sobre seu futuro papel na empresa. Megaempresário costuma ser acusado de usar plataforma para manipular mercado de ações.

Elon Musk, CEO da Tesla. Ele criticou diversas vezes a postura do Twitter e cogitou criar uma rede social concorrente
Musk criticou diversas vezes a postura do Twitter e cogitou criar uma rede social concorrenteFoto: Patrick Pleul/AP Photo/picture alliance

O empresário criador da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, se tornou o maior acionista individual do Twitter, o que fez com que as ações da rede social disparassem nos mercados de ações. O anúncio também deu início a especulações sobre seu futuro papel nas operações da plataforma.

Documentos regulatórios registrados junto a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês), divulgados nesta segunda-feira (04/04), revelam que Musk adquiriu 73,5 milhões de ações (9,2% do total) do Twitter, no valor de 2,9 bilhão de dólares (cerca de 13,3 bilhões de reais), segundo os valores do fechamento do mercado na última sexta-feira.

O valor das ações do Twitter aumentou em 20% na abertura do mercado nesta segunda-feira.

Os objetivos de Musk, porém, ainda não estão claros. Nas últimas semanas, o empresário questionou a liberdade de expressão na rede, e se o fracasso do Twitter em aderir aos seus próprios princípios resultariam em danos à democracia.

Ele já chegou a cogitar a criação de uma rede social para concorrer com o Twitter. Analistas do setor veem com ceticismo a hipótese de que ele fique fora do centro dos negócios da empresa por muito tempo.

O documento descreve Musk como um investidor de longo prazo, que tenta minimizar suas operações de compra e venda de ações.

"Esperamos que essa participação passiva seja o início de conversas mais amplas com o quadro administrativo do Twitter, e que, por fim, leve a uma participação ativa e a um papel dominante mais agressivo no Twitter", afirmou Dan Ives, da empresa de investimentos Wedbush Securities.

Elon Musk discursa na inauguração da fábrica da Tesla em Berlim, ao lado do chanceler alemão Olaf ScholzFoto: Jens Krick/Flashpic/picture alliance

Musk vinha afirmando aos seus mais de 80 milhões de seguidores na rede social que vinha pensando em criar sua própria rede social. 

Ele também usou o Twitter para gerar controvérsias fora do mundo dos negócios. Em março, ele desafiou o presidente russo, Vladimir Putin, para uma luta onde seria decidido o destino da Ucrânia. Em fevereiro, ele foi fortemente criticado por uma postagem onde comparou o premiê canadense Justin Trudeau ao líder nazista Adolf Hitler.

Acusação de fraude

Musk enfrenta disputas judiciais com a SEC em torno de postagens suas no Twitter. Em 2018, ele divulgou de maneira irregular informações referentes a investimentos na Tesla, que fizeram as ações da empresa dispararem. Ele disse que tinha adquirido as verbas necessárias para fazer da Tesla uma empresa de capital privado, embora o acordo estivesse longe de estar concluído.   

O SEC acusa Musk de manipular os preços das ações da Tesla através de suas postagens na rede social e o acionou por fraude. O megaempresário e a Tesla fecharam um acordo para o pagamento de multas no valor de 40 milhões de dólares, que também previa que ele teria de submeter quaisquer postagens no Twitter relacionadas à administração financeira da Tesla à aprovação de um advogado corporativo.

O acordo estabelece mudanças na administração da Tesla, com Musk tendo que deixar a presidência do conselho da empresa, além de ter seus tweets pré-aprovados. Em março, seus advogados pediram a anulação do acordo que, segundo afirmam, minam as liberdades fundamentais dos empresários, mas o SEC rejeitou a moção.

rc (AP, AFP)

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