Após 50 anos de carreira, músico britânico afirma que se dedicará à família ao fim de última turnê, que começa em setembro. Aposentadoria será somente dos palcos, pois ele pretende continuar compondo.
Anúncio
Após 50 anos de carreira e mais de 300 milhões de discos vendidos, o cantor e compositor britânico Elton John anunciou nesta quarta-feira (24/01) a sua despedida dos palcos. O artista disse que a sua turnê mundial, que começará em setembro e durará três anos, será a última que fará.
"Minha vida mudou e minhas prioridades mudaram. As minhas prioridades são meus filhos, meu marido e minha família", disse o compositor, de 70 anos, durante uma transmissão ao vivo de Nova York.
"Não vou fazer mais shows além desses que começam em setembro", anunciou o cantor, que disse que continuará compondo músicas. Em sua última turnê, o artista fará cerda de 300 apresentações.
O cantor negou também boatos de que estaria doente e destacou que tomou a decisão para priorizar sua vida pessoal. "Em 2015, eu e David nos sentamos com um calendário escolar dos nossos filhos e pensei: 'Não quero perder nada disso'", recordou, após um breve show em Nova York.
Elton John se casou com o cineasta canadense David Furnish, em 2014, depois de nove anos juntos. O casal tem dois filhos, um de sete anos e outro de cinco.
O músico iniciou a carreira em 1969, quando lançou o disco "Empty Sky", e, nos quase 50 anos que se passaram, fez mais de 4 mil concertos, em cerca de 80 países.
"Estou fazendo turnês desde os 17 anos com várias bandas e desde 1969 como Elton John, e acho que é a hora certa de agradecer a todos os meus fãs ao redor do mundo e dizer adeus. Não vou mais viajar", acrescentou.
Ele é autor de canções de sucesso como "Candle in the Wind" – um dos singles mais vendido da história –, "Your Song", "Can You Feel the Love Tonight" e "Rocketman".
"Goodbye Yellow Brick Road" (1973), "Ice on Fire" (1985), "Sleeping with the Past" (1989), "The Big Picture" (1997), "Songs from the West Coast" (2001) e "The Captain & the Kid" (2006) são alguns dos discos mais premiados do músico britânico.
Elton John se apresentou no Brasil em 1978, 1995, 2009, 2011, 2014, 2015 e 2017. Sua última turnê mundial começará em 8 de setembro em Allentown, no estado americano da Pensilvânia.
CN/efe/lusa/rtr
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
As revoluções e suas músicas
Quer americana, francesa, russa ou árabe, por convicção ou obrigação, há séculos os compositores criam obras destinadas a apoiar ou comentar as revoluções. Mas também há espaço para vozes críticas.
Foto: picture-alliance/akg-images
Melodias e ritmos revolucionários
Compositores de diversos países e épocas têm feito música inspirada por ideias e eventos revolucionários. A Revolução Francesa de 1789, em especial, deixou forte marca em numerosas peças musicais. Porém outros levantes também tiveram sua trilha sonora.
Foto: picture-alliance/Luisa Ricciarini/Leemage
Canto da independência americana
Até hoje, "Yankee Doodle" é uma das melodias populares mais conhecidas dos Estados Unidos. Ela era a canção dos revolucionários que almejavam se libertar da dominação britânica – coisa que alcançariam em 1776. Thomas Jefferson elaborou a Declaração de Independência, enfatizando a liberdade e igualdade de todos os seres humanos. E a Revolução Francesa abraçou essas ideias.
Músico de Napoleão
Etienne-Nicolas Méhul foi o compositor revolucionário por excelência. A ele Napoleão Bonaparte encomendou um hino famoso na virada do século 18 para o 19, "Le chant du départ" (O canto da partida). Porém o líder esnobou a "Missa solene" de Méhul para sua coroação como imperador. Ao compositor francês fica o mérito de ter inspirado Beethoven na "Quinta sinfonia", apelidada "Do Destino".
Foto: picture-alliance/Gep/Citypress24
Ópera de salvação
Também o italiano Luigi Cherubini foi contagiado pelo espírito da revolução. Em 1800 sua "ópera de salvação" "Os dois dias, ou O aguadeiro" fez sucesso estrondoso. Esse gênero operístico trata do resgate de uma personagem injustamente perseguida. Aqui, o vendedor de água salva um conde de pagar com a vida por suas ideias progressistas. O obra foi fonte de inspiração para "Fidelio" de Beethoven.
Foto: picture-alliance/Fine Art Images
Fascínio da "Eroica"
Em 1803 a "Sinfonia nº 3" de Beethoven, apelidada por ele "Eroica", rompia com todas as convenções do gênero. Mais longa e dramática do que qualquer obra até então, ela nasceu como verdadeira "música da revolução", em honra a Napoleão. No entanto Beethoven retirou a dedicatória quando o líder francês se fez coroar imperador – traindo, assim, os ideais de liberdade, igualdade, fraternidade.
Foto: picture-alliance/Leemage
Homenagem à Revolução Russa
Sergei Prokofiev compôs em 1937 sua "Cantata pelo 20º aniversário da Revolução de Outubro". Além de um total de 500 instrumentistas e coristas, ela inclui tiros de canhão, metralhadora e sino de alarme. A bombástica obra sobre textos de Marx, Engels e Lenin caiu, no entanto, em desagrado com o ditador Stalin, só sendo estreada em 1966, em versão reduzida.
Foto: picture-alliance/akg
Déspota humilhado
O poeta e libertário Lord Byron escreveu em 1814 uma "Ode" à abdicação de Napoleão, em que zombava do imperador. Em 1942, sob a impressão do domínio nazista, Arnold Schoenberg musicou o poema para recitante, piano e quarteto de cordas. Um crítico musical contemporâneo apontou paralelos entre Bonaparte e Hitler – que o compositor politicamente engajado não contradisse.
Foto: picture-alliance/dpa/APA Publications Arnold Schönberg Center
Beatles, 1968 e "Revolution"
A primeira canção que os Beatles gravaram para o "álbum branco" foi "Revolution". John Lennon a compôs em 1968, durante uma estada na Índia, inspirado nos protestos estudantis de Paris, na Guerra do Vietnã e no atentado contra Martin Luther King. A "Revolução" dos Beatles, porém, é pacífica, sem tiros nem extremistas violentos.