Em apoio à Ucrânia, Sean Penn entrega Oscar a Zelenski
9 de novembro de 2022
Ator e diretor se encontrou com o presidente ucraniano na cidade de Lviv. A estatueta vai permanecer no país até o fim da guerra. Depois o também ator Zelenski deve devolvê-la a Penn em Malibu, Califórnia.
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O ator e diretor americano Sean Penn se encontrou nesta terça-feira (08/11) com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, para reforçar apoio ao país na guerra contra a Rússia. Na cidade de Lviv, no oeste ucraniano, ele presenteou o político e também ator ucraniano com uma das duas estatuetas do Oscar que ganhou como Melhor Ator.
Penn foi premiado em 2004 por sua atuação no filme Sobre meninos e lobos, e em 2009 em Milk – A voz da igualdade, no qual interpreta o primeiro homem abertamente gay a ser eleito para um cargo político nos Estados Unidos, nos anos 70.
"Desta vez, nossa reunião foi especial. Sean trouxe sua estatueta do Oscar como um símbolo de fé na vitória do nosso país. Ela permanecerá na Ucrânia até o fim da guerra", publicou Zelenski em sua conta no Facebook. Antes de ingressar na política, o presidente ucraniano tinha uma bem-sucedida carreira de ator.
Quando a guerra terminar, Zelenski deve voar até Malibu, na Califórnia, para devolver a estatueta ao colega de profissão. "É só uma coisa boba, simbólica. Quando você ganhar [a guerra], leve-a de volta a Malibu", disse Penn, sentado ao lado do líder ucraniano numa mesa cerimonial, enquanto apertava o braço de Zelenski, em sinal de apoio.
Durante o encontro, o presidente ucraniano agraciou Penn com a Ordem do Mérito e agradeceu por "seu sincero apoio e sua significativa contribuição para a popularização da Ucrânia no mundo".
Em seguida, ambos se dirigiram para Kiev, onde há uma placa em homenagem a Penn no "Beco da Coragem", inaugurado em agosto em memória aos parceiros e apoiadores da Ucrânia no conflito.
O local, afirmou Zelenski, não é apenas um sinal de gratidão a figuras proeminentes que defendem a liberdade dos ucranianos, mas também "um lembrete a todas as gerações futuras de que diferentes povos, forças e setores se uniram por nossa vitória".
Outros homenageados no Beco da Coragem são a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e líderes de países vizinhos, como Letônia, Polônia, República Tcheca e Eslovênia, além do ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
Em seu tradicional vídeo noturno, no qual se dirige diariamente à população ucraniana, Zelenski destacou que Penn tem "feito de tudo para nos ajudar a obter apoio internacional".
Essa é a terceira vez que o ator americano visita a Ucrânia desde o início da invasão russa, que começou em 24 de fevereiro deste ano. Logo no início da guerra, esteve no país para iniciar as gravações de um documentário que ele segue produzindo sobre o conflito.
gb/lf/av (Reuters, EFE)
Ataques da Rússia a alvos civis na Ucrânia
Vladimir Putin nega que o exército russo esteja atacando alvos civis na guerra na Ucrânia. Mas os fatos o contradizem, como mostra esta galeria de fotos, que nem de longe abrange todos os ataques russos.
Foto: Maksim Levin/REUTERS
Mais de 5.500 civis mortos
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou no fim de junho: "O exército russo não está atacando alvos civis". Observadores independentes discordam: de acordo com dados da ONU, mais de 5.500 civis morreram na Ucrânia desde o início da guerra e mais de 7.800 ficaram feridos como resultado de ataques russos. Na foto, um centro comercial destruído em Kremenchuk, 27/06/2022.
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Chaplyne: 25 mortos em bombardeio
Uma enorme cratera em Chaplyne. A pequena cidade no leste da Ucrânia, com cerca de 3.800 habitantes, foi alvo de um ataque russo em 24 de agosto, como admitiu mais tarde o Ministério da Defesa em Moscou. O alvo foi um trem de transporte de armas, mas o ataque também atingiu civis. Segundo a companhia ferroviária ucraniana, 25 foram mortos, incluindo duas crianças.
Foto: Dmytro Smolienko/Ukrinform/IMAGO
Vinnytsia: 28 vítimas em ataque com foguete
Em 14 de julho, o exército russo atingiu com um míssil a Casa dos Oficiais de Vinnytsia, onde teria ocorrido "uma reunião da liderança militar das Forças Armadas ucranianas e fornecedores estrangeiros de armas". Entre os 28 mortos, estavam três crianças e três oficiais, além de mais de 100 feridos. Vinnytsia se localiza a sudoeste de Kiev.
Foto: State Emergency Service of Ukraine/REUTERS
Chasiv Yar: 48 mortos em bombardeio
Na noite de 9 de julho, a pequena cidade de Chasiv Yar, no leste da Ucrânia, foi bombardeada. Segundo a mídia, os lançadores de foguetes múltiplos Uragan foram disparados em áreas residenciais. Um edifício residencial de cinco andares foi duramente atingido, e 48 corpos foram resgatados de seus escombros.
Foto: Nariman El-Mofty/AP/dpa/picture alliance
Serhiyivka: 21 mortos em ataque com mísseis de cruzeiro
Um ataque a Serhiyivka em 1º de julho custou pelo menos 21 vidas. O porto perto de Odessa aparentemente foi atingido por mísseis de cruzeiro durante a noite, como a Anistia Internacional informou após investigações no local. Pelo menos 35 ficaram feridos nos ataques. Por ser um resort de saúde, Serhiyivka é particularmente popular entre os turistas russos.
Foto: Maxim Penko/AP/picture alliance
Kramatorsk: 61 mortos na estação de trem
Imagens terríveis de Kramatorsk deram a volta ao mundo em 8 de abril: vários mísseis submarinos russos 9K79-1 Tochka atingiram a estação ferroviária da cidade no leste da Ucrânia, enquanto passageiros esperavam pelo trem. 61 foram mortos, incluindo sete crianças. Cientistas de balística determinaram que os mísseis haviam sido disparados da área da Ucrânia controlada pelos russos.
Foto: Ukrainian President Volodymyr Zelenskyy's Telegram channel/dpa/picture alliance
Bucha: encontrados 1.316 corpos
Bucha tornou-se sinônimo das ações brutais do Exército russo: depois que as tropas inimigas partiram, em 30 de março, vários corpos jaziam na rua Jablunska. No total, foram encontrados 1.316 corpos em Bucha e arredores. Embora a Rússia tenha negado quaisquer massacres, verificadores de fatos internacionais e equipes de investigação confirmaram execuções de civis por soldados russos.
Foto: Zohra Bensemra/Reuters
Mykolaiv: 36 mortos em ataque à administração regional
Em 29 de março, um ataque aéreo atingiu o prédio da administração regional de Mykolaiv. A parte central do edifício foi completamente destruída, do primeiro ao nono andar, restando apenas um esqueleto do prédio. A explosão também danificou vários edifícios residenciais e administrativos próximos, causando a morte de 36 cidadãos.
Em 16 de março, uma bomba destruiu o teatro no centro de Mariupol. De acordo com a Human Rights Watch, mais de 500 civis estavam se abrigando dos ataques no prédio na época. A palavra "Crianças" escrita em enormes letras brancas na frente e atrás do prédio não serviu como escudo. Segundo a prefeitura, 300 morreram.
Foto: Pavel Klimov/REUTERS
Mariupol: quatro mortos em ataque a clínica
Um ataque aéreo russo em 9 de março destruiu o hospital infantil e a maternidade de Mariupol. Houve menos quatro mortes, incluindo uma grávida e seu bebê, 17 ficaram feridos. Enquanto o Ministério da Defesa russo falou de uma "provocação encenada", o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, chamou o atentado de "crime de guerra".
Foto: Evgeniy Maloletka/AP/picture alliance
Charkiv: foguete mata 24 pessoas
Um vídeo de vigilância divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia mostrou um foguete atingindo o prédio da Administração Estatal Regional de Kharkiv em 1º de março, causando 24 mortes, inclusive de transeuntes.
Foto: Pavel Dorogoy/AP/picture alliance
Inquérito do Tribunal Penal Internacional
As autoridades ucranianas relatam mais de 29 mil crimes de guerra, do início do conflito, em 24 de fevereiro de 2022, até 26 de agosto. Investigações independentes prosseguem. O Tribunal Penal Internacional enviou equipes para coletar informações. De acordo com as Convenções de Genebra, ataques deliberados a civis são crimes de guerra. No entanto, a Rússia não reconhece a corte sediada em Haia.