1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
PolíticaBelarus

Em apoio a Belarus, Rússia impede voos vindos da Europa

28 de maio de 2021

Após pouso forçado que levou à prisão de blogueiro de oposição, países europeus passaram a evitar espaço aéreo belarusso. Moscou, maior aliado de Minsk, passou a não autorizar aviões que fariam desvios de rota.

Air France teve cancelado voos da rota Paris-Moscou que deviariam de Belarus. Aeronaves estacionadas no aeroporto de Paris.
Air France teve cancelado voos da rota Paris-Moscou que deviariam de BelarusFoto: AFP/B. Guay

A aterrissagem forçada de um avião civil em Minsk, há poucos dias, elevou as tensões entre os países europeus e o governo de Belarus, juntamente com seu maior aliado, a Rússia.

O pouso forçado que resultou na prisão de um blogueiro belarusso de oposição, levou a União Europeia (UE)  a impor novas sanções a Belarus e a alertar as empresas aéreas do bloco a evitar o espaço aéreo do país. Algumas delas até suspenderam rotas com destino a Minsk e outras cidades.

Em uma aparente represália às reações do Ocidente, as autoridades russas começaram a recusar as permissões que as aeronaves europeias precisam para entrar no país, levando à suspensão de alguns voos cujas rotas seriam desviadas para evitar o espaço aéreo belarusso.

Nesta quinta-feira (27/05), as empresas aéreas Air France e Austrian Airlines informaram que não receberam permissão da Rússia para voos de rotina que partiriam rumo ao país. 

A Austrian Airlines cancelou um voo de transporte de cargas entre Viena e Moscou, que estava listado como cancelado no aeroporto de Domodedovo. Uma porta-voz da empresa afirmou à agência de notícias russa Interfax que as autoridades negaram a permissão.

No mesmo dia, a Air France informou que mais um de seus voos Paris-Moscou foi cancelado, após as autoridades russas não aprovarem o plano de voo que evitaria o espaço aéreo belarusso.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou envolvimento do governo na decisão de não conceder permissão aos voos. "A administração presidencial não está encarregada do controle de tráfego aéreo”. Recomendamos que levem essa questão às nossas autoridades de aviação”, afirmou.

Também nesta quinta-feira, a companhia aérea belarussa Belavia cancelou voos para 8 países europeus devido a "proibições de voo em diversos países”. O anúncio surgiu após a Polônia, que faz fronteira com Belarus, se juntar a um grupo de países que proibiram o sobrevoo de aviões da empresa. 

"Lamentamos informar que nossos passageiros devem passar por essa situação por motivos que vão além do controle da empresa”, disse a Belavia, em nota. A companhia suspendeu até o final de outubro os voos para Amsterdã, Barcelona, Berlim, Bruxelas, Frankfurt, Hanôver, Kaliningrado, Milão, Munique, Roma, Viena e Varsóvia.

Pouso forçado

Ativistas e governos ocidentais acreditam que o avião foi forçado a pousar em Minsk para que as autoridades pudessem retirar da aeronave o blogueiro e crítico do regime Roman Protasevich  e sua parceira . Ambos foram presos.

Com a ajuda de um caça, Belarus forçou o avião da Ryanair a fazer a escala. O voo, que no momento atravessava o espaço aéreo belarusso, fazia a rota de Atenas a Vilnius, na Lituânia, onde Protasevich vive como exilado.

Em pronunciamento no Parlamento belarusso, o presidente Alexander Lukashenko disse que agiu dentro da lei e acusou o Ocidente de lançar uma "guerra híbrida moderna" contra Minsk. "Agi em conformidade com a lei na defesa das pessoas, de acordo com todas as normas internacionais", garantiu Lukashenko, que alegou que havia uma ameaça de bomba no voo da Ryanair.

A declaração contrasta com outra feita anteriormente pelo Ministério dos Transportes do país, que afirmava que uma ameaça havia sido feita por membros do grupo islamista Hamas, que negou envolvimento.

"Eles estão à procura de novas vulnerabilidades e isto não se dirige apenas contra nós. Para eles, somos um campo de teste antes de se lançarem ao Oriente", afirmou o presidente, insinuando que o próximo alvo será a Rússia.

Lukashenko também sugeriu que os críticos do seu regime deveriam ter ficado gratos por ele não ter ordenado que o avião fosse derrubado enquanto voava perto de uma usina nuclear.

Lukashenko assegurou que as alegações de que o avião foi obrigado a aterrissar por um caça são "mentira total". Segundo ele, a missão do caça era garantir as comunicações e acompanhar o avião no caso de uma situação crítica até a aterrissagem.

rc (Reuters, AP)

Pular a seção Mais sobre este assunto
Pular a seção Manchete

Manchete

Pular a seção Outros temas em destaque