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Em Bonn, museu se dedica à obra do pintor August Macke

5 de dezembro de 2017

Cidade alemã abriga antiga residência e ateliê do pintor expressionista, convertidos em museu. Vibrante, belo e alegre: assim é o mundo expresso pelas pinceladas desse artista.

Visitante observa quadro de Macke com duas crianças com jarro
Reabertura da Casa August Macke apresenta 150 obras do artistas e companheiros do movimento O cavaleiro azulFoto: picture-alliance/dpa/H. Kaiser

A antiga residência e ateliê do pintor August Macke em Bonn, no oeste da Alemanha, foi transformada num museu e, após dois anos de reforma, ele foi reaberto ao público nesta segunda-feira (04/12) com a mostra August Macke e amigos – encontro em mundos imagéticos (August Macke und Freunde - Begegnung in Bildwelten), composta de 150 obras e que pode ser visitada até 4 de março de 2018.

Macke (1887-1914) é considerado um dos artistas mais representativos do expressionismo alemão, uma corrente artística das primeiras décadas do século 20 e cujos artistas buscavam ilustrar a expressão imediata de seus sentimentos. Como primeiro plano da mostra estão as conexões artísticas, as redes de contatos e os círculos de amizade de Macke. Um exemplo disso são as telas de Paul Klee, Heinrich Campendonk e Wassily Kandinsky, artistas que, assim como Macke, integravam o movimento O cavaleiro azul, no original, Der Blaue Reiter.

O mundo de Macke é colorido, belo e alegre. Em suas imagens parece não haver lugar para nada mau ou ameaçador. Suas cenas urbanas, de jardins ou naturezas mortas, estão repletas de luz e cores vibrantes. "Ele colocou diante de nós todos a sonoridade mais clara e pura das cores, tão claras e luminosas como seu próprio ser", escreveu o também pintor expressionista Frank Marc, contemporâneo de Macke, numa homenagem póstuma ao amigo. Macke morreu na França como soldado na Primeira Guerra Mundial, aos 27 anos.

Casa August Macke em Bonn foi reaberta após dois anos de reformaFoto: picture-alliance/dpa/H. Kaiser

Produção artística em Bonn

A cidade de Bonn, conforme ilustram imagens na mostra, sempre foi o lar de Macke, nascido em 1887 na região do Sauerland. E foi durante seus anos na escola em Bonn que ele conheceu Elisabeth Gerhardt, então com 15 anos. Esse encontro marcou profundamente tanto a vida do artista como seu trabalho: Elisabeth se tornou sua esposa, assim como um dos seus modelos favoritos para retrato. A cômoda situação financeira da família da mulher permitiu ao casal uma vida livre de preocupações financeiras.

Na clássica construção burguesa que hoje abriga seu museu, Macke viveu com sua mulher e dois filhos, Walter e Wolfgang, a partir de 1911. Sua casa era um habitual ponto de encontro de jovens artistas da região e o epicentro das atividades artísticas do artista. Aqui surgiram alguns de suas obras mais importantes. Cerca de 11 mil desenhos, telas e aquarelas compõem o legado de Macke – um saldo impressionante para um curto, mas intenso, período de produção que se estendeu por dez anos.

O próprio Macke caracterizou sua arte como um "cântico da beleza das coisas". Em nenhum outro tema de sua pintura isso é tão nítido como nas imagens de jardim que transbordam em tonalidades saturadas de verde, violeta e amarelo. São imagens do mesmo jardim que, hoje, cercado por uma enorme parede de vidro, liga a antiga casa à parte ampliada para o museu.

O ponto central do museu é a antiga casa e ateliê do artista. Uma mostra permanente multimídia aborda os temas e a vida de Macke. A ampliação foi projetada pelo arquiteto Karl-Heinz Schommer. Na reabertura do museu, a ministra alemã da Cultura, Monika Grütters, elogiou a reforma, que custou 7,5 milhões de euros. "Aqui podem ser apresentadas de forma adequada a obra e a criação desse grande mestre do expressionismo alemão", afirmou.

RFM/kna/dpa

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