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Em Colônia, a primavera começa com livros

Maristel Alves dos Santos18 de março de 2005

Acontece até domingo o Lit.Cologne, o Festival Literário Internacional de Colônia. O evento está na quinta edição e seus organizadores esperam receber 50 mil visitantes.

"Pela quinta vez" diz o cartaz da Lit.Cologne

Colônia, às margens do Rio Reno, tem 2 mil anos de história. A ocupação romana e o período medieval ainda podem ser identificados pelas ruas. Mas a cidade não vive apenas de seu passado. O Lit.Cologne, Festival Literário Internacional que acontece anualmente, é mais uma das boas opções culturais contemporâneas da cidade.

O Lit.Cologne, que começou na última quarta-feira (16/03), chegou à sua quinta edição trazendo um programa bastante diversificado. Estão planejados 89 eventos e autores de 17 nações participam da festa. Os organizadores esperam receber 50 mil pessoas até o encerramento, neste domingo. E, este ano, crianças, jovens, adultos, admiradores dos audiolivros e até fanáticos pelo Pato Donald têm razões para ir a Colônia.

Patópolis em Colônia

Você sabe quando foi que a Margarida beijou o Pato Donald de língua pela primeira vez? Quem foi ao Lit.Cologne 2005 solucionou esse mistério. Patópolis e seus habitantes viraram temas de discussão no Festival. O congresso dos Donaldistas foi um dos destaques em Colônia.

A idéia de organizar o congresso partiu do fotógrafo coloniano Paul Schmitz. "Em tempos onde são feitas tanta bobagens, é bom que haja um evento que ao menos faça sentido e onde se aprenda alguma coisa", explicou Schmitz. "Sempre acontece algo de errado com o Pato Donald. Ele é cheio de defeitos e exatamente por isso encoraja as crianças a se permitirem errar também."

Mas o congresso não foi exclusividade do público infantil. Além dos filmes, desenhos animados e leituras, foram ministradas palestras abordando temas como "sexualidade em Patópolis", "Deus é um pato?" (religião e filosofia),
"Política em Patópolis" e "Patópolis, onde as mulheres não calam o bico – Patópolis e a emancipação".

Cem anos, cem livros e 24 horas de leitura

Pelo terceiro ano consecutivo, o festival oferece a maratona literária: 24 horas de leitura ininterrupta. O "Woodstock da literatura". Cem textos de cem obras do século passado serão lidos por celebridades da Alemanha.

Um dos destaques será a participação da ativista feminista Alice Schwarzer. O evento, transmitido pelo rádio e pela televisão locais, começa nesta sexta à noite.

Colônia apura os ouvidos

Até pouco tempo, audiolivros eram um segmento literário discriminado. Ouvir literatura era coisa de deficiente visual, preguisoço, analfabeto ou para esnobes com mais dinheiro do que tempo sobrando. Mas nos últimos anos o setor deixou essa imagem para trás, cresceu vertiginosamente e tornou-se uma importante fatia do mercado literário alemão.

Não perdendo o bonde da história, o Lit.Cologne incorporou este ano uma programação especial para quem gosta de ouvir literatura. Na Convenção dos Audiolivros – AudioBooksCologne (ABC) – o público pode ver e "ouvir" uma exposição de produções audiobooks, escutar e comprar os novos lançamentos de CDs e visitar um "cinema" para os ouvidos. Ao final do evento, será entregue o Prêmio Alemão do Audiolivro 2005 às melhores produções audioliterárias do
ano anterior.

Estão sendo oferecidas palestras sobre as técnicas de produção, mercado e questões de direitos autorais. Acontece ainda um concurso de talentos para narradores de histórias. O vencedor tomará parte em uma produção audioliterária.

Apesar do aumento do número dos downloads pela internet, o Festival de Colônia, assim como as editoras, apostam no crescimento do mercado para os próximos anos.

Pessoas com pouco tempo para leitura são grandes consumidores do setor. Muitos ouvem no carro, a caminho do trabalho. Mas bons narradores seduzem até os ouvidos da nova geração. Vários jovens descobriram clássicos da
literatura através dos audiobooks.

As crianças não foram esquecidas pelos organizadores. Paralelo ao Festival, acontece também o lit.kid.cologne, com uma programação especial que reúne leituras, lançamentos de livros, teatro e um musical infantil.

Devido ao sucesso, os organizadores do Lit.Cologne já decidiram aumentar sua duração. Em 2006, Colônia terá duas semanas de festa literária.

Colônia, uma cidade cosmopolita como o seu Festival LiterárioFoto: dpa
A nova geração descobre clássicos da literatura através dos audiolivrosFoto: dpa
Pato Donald, destaque no Lit.CologneFoto: AP/Ehapa Verlag
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