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Em Davos, Merkel defende reformas e diz que elas elevam competitividade

24 de janeiro de 2013

No Fórum Econômico Mundial, a chanceler federal alemã defende o curso de reformas adotadas pela União Europeia para salvar a moeda comum. Discurso soa como resposta a Cameron.

Foto: picture-alliance/dpa

Em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, a chanceler federal alemã, Angela Merkel, destacou três números: "A União Europeia tem 7% da população mundial e é responsável por 25% da produção econômica, mas responde por 50% das despesas sociais". Segundo a premiê, "precisamos de inovações para mantermos nosso bem-estar também no futuro". Para a chefe alemã de governo, a palavra-chave é competitividade.

Por isso, de acordo com Merkel, há necessidade de reformas na Europa. "Precisamos adotar medidas estruturais hoje para poder viver melhor amanhã", afirmou. Embora o deficit público dos países da União Europeia tenha caído pela metade desde 2009, é preciso tempo até que os efeitos das reformas se tornem visíveis, acentuou a chanceler federal.

Redução do desemprego entre os jovens

Até que esses efeitos sejam de fato palpáveis, é importante reduzir o desemprego entre os jovens em países em crise como Grécia, Portugal e Espanha, se necessário por meio de medidas temporárias, ressaltou Merkel. Segundo ela, é preciso tomar cuidado para que a situação política não se agrave e não haja novamente instabilidade.

Para assegurar o bem-estar no continente, é preciso também regular os mercados financeiros, na visão da chefe de governo alemã. Entre outros, é preciso controlar os bancos. "Depois da crise de 2008, já tínhamos chegado a um ponto no qual todos concordávamos com a necessidade de regulação. E estamos longe disso." Merkel alertou ainda para o fato de que o estouro de uma outra "bolha financeira" pode ser perigoso para a manutenção da democracia.

Cameron: Competitividade europeia está defasada

O depoimento de Merkel em prol de uma Europa unida foi uma espécie de resposta ao discurso do primeiro-ministro britânico, David Cameron, no dia anterior. Ele havia anunciado que, caso seja reeleito em 2015, irá renegociar a permanência do Reino Unido na União Europeia, colocando a decisão nas mãos da população através de um referendo.

David Cameron, em DavosFoto: Reuters

Nesta quinta-feira, em Davos, Cameron acrescentou ainda que seu país "jamais entrarará para a zona do euro". Segundo ele, Londres não está, com isso, dando as costas para a Europa. "É exatamente o contrário", acentuou o premiê, afirmando defender "argumentos em prol de uma Europa competitiva, aberta e flexível", na qual o Reino Unido tenha "seu lugar assegurado". Segundo ele, toda a Europa encontra-se hoje ultrapassada em termos de inovação e competitividade.

Merkel abordou exatamente o mesmo assunto que Cameron, embora suas conclusões não pudessem ser mais distintas. Enquanto o britânico quer diminuir as responsabilidades de Bruxelas, a chanceler federal alemã defendeu uma Europa mais coesa, com mais integração e menos barreiras. Apenas uma vez a líder alemã citou o britânico em seu discurso, ao afirmar que, assim como ele, também quer elevar a competitividade da União Europeia.

O Fórum Econômico Mundial no balneário suíço de Davos reúne anualmente chefes de governo, políticos de alto escalão, grandes empresários e cientistas de todo o mundo. A meta oficial do encontro é "melhorar a situação do mundo".

SV/dpa/rtr
Revisão: Francis França

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