Esposa do republicano faz sua primeira aparição solo durante a campanha. Como primeira-dama, promete combater bullying virtual e defender mulheres e crianças. Discurso é visto como tentativa de conquistar voto feminino.
Anúncio
Melania Trump, esposa do candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, pediu votos para o marido nesta quinta-feira (03/11) em sua primeira aparição solo durante a campanha eleitoral. Ela descreveu o magnata como um "lutador" que não deve nada a ninguém e "nunca irá desistir".
Em discurso raro, na tentativa de conquistar o voto feminino, a ex-modelo eslovena subiu sozinha ao palanque na Filadélfia e prometeu, caso se torne primeira-dama dos Estados Unidos, focar suas ações no combate ao bullying na internet, além de defender os direitos de mulheres e crianças.
"As pessoas me perguntam frequentemente: que tipo de primeira-dama você seria? Serei uma defensora das mulheres e das crianças", afirmou a esposa de Trump, que justificou sua ausência na campanha afirmando que a prioridade é cuidar de seu filho com o magnata, Barron, de 10 anos.
"Eu vou trabalhar duro pelas mulheres. As mulheres nos Estados Unidos são incríveis, fortes, inteligentes, generosas, comprometidas e determinadas", elogiou a eslovena.
Melania insistiu na necessidade de se combater o assédio virtual, principalmente contra crianças e adolescentes. "Nossa cultura se tornou muito má. Precisamos encontrar uma forma melhor de falar uns com os outros, de discordar uns dos outros e respeitar uns aos outros", afirmou ela.
"Precisamos ensinar aos nossos jovens os valores americanos. Bondade, honestidade, respeito, compaixão, caridade, compreensão, cooperação", acrescentou a mulher do empresário que, ele próprio, é famoso por usar as redes sociais para insultar e repreender seus opositores.
A ex-modelo recordou ainda sua infância na Eslovênia e disse que, em seu país de origem, "EUA era a palavra para definir liberdade e oportunidade". "Sou uma imigrante, e ninguém avalia as liberdades e oportunidades dos Estados Unidos melhor do que eu", ressaltou Melania, de 46 anos.
O discurso desta quinta-feira, a cinco dias da eleição americana, foi visto como uma tentativa de humanizar a figura de Trump para o eleitorado feminino, que tem demonstrado maior apoio à rival do republicano na disputa, a democrata Hillary Clinton, nas últimas pesquisas de intenção de voto.
Hillary e seus aliados têm, inclusive, investido nas críticas ao comportamento do magnata diante das mulheres, principalmente depois da divulgação, em outubro, de um vídeo gravado em 2005 no qual Trump se manifesta de maneira sexista e depreciativa em relação ao sexo feminino. Além disso, nas últimas semanas, várias acusações de assédio sexual contra o candidato eclodiram na imprensa.
Esse foi o primeiro discurso de Melania desde julho, quando subiu ao palco da convenção do Partido Republicano, em Cleveland, antes do anúncio oficial da candidatura de Trump. O pronunciamento gerou polêmica por conter trechos muito similares ao discurso da atual primeira-dama americana, Michelle Obama, proferido durante a convenção do Partido Democrata há oito anos.
EK/efe/dpa/ap/ots
As construções mais polêmicas de Donald Trump
As megapropriedades não só trouxeram riqueza para Donald Trump, mas também dores de cabeça. Veja alguns empreendimentos do multimilionário pelo mundo.
Foto: Getty Images/S. Olson
Hillary na sombra de Trump
O primeiro debate entre Hillary Clinton e Bernie Sanders, então ainda pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, em outubro de 2015, aconteceu, literalmente, à sombra de Trump. Isso porque o Trump International Hotel and Tower em Las Vegas estende sua sombra sobre o Wynn Resort, onde estavam os democratas.
Foto: Getty Images/J.Raedle
Questão de gosto
A indignação em Chicago foi enorme quando se soube que Trump iria colocar seu nome em um novo prédio. O prefeito Rahm Emanuel chegou a chamar a construção de "brega e de mau gosto". Mas depois de cinco anos de processos judiciais, Trump conseguiu colocar seu nome no 16º andar em letras gigantescas.
Foto: Getty Images/S. Olson
Jogo de sorte ou de azar?
O Taj Mahal em Atlantic City, no estado de Nova Jersey, custou 1 bilhão de dólares. Só que, depois de 25 anos, em 2014 o complexo de hotel e cassino de Trump quase teve de declarar falência. Uma empresa de investimentos salvou o empreendimento, mas o nome Trump foi mantido. Já o hotel Trump Plaza em Atlantic City não teve a mesma sorte.
Foto: Getty Images/W.T.Cain
A sede em Nova York
Donald Trump se orgulha do seu centro de poder em Nova York. A Trump Tower, na Quinta Avenida, não é apenas a sede de sua campanha eleitoral: é onde o bilionário mora com a família. No prédio, também têm apartamentos o craque Cristiano Ronaldo, o ator Bruce Willis e o compositor Andrew Lloyd-Webber.
Foto: picture-alliance/AA
Símbolo controverso
Só o átrio já ocupa quase seis andares e é decorado com mármore e ornamentos de ouro. Alguns consideram a Trump Tower, no número 725 da Quinta Avenida, de mau gosto. Para outros, o projeto dos arquitetos Edward Larrabee Barnes e Der Scutt é elegante e atemporal. A torre tornou-se um ímã para os aficionados de arquitetura contemporânea e apoiadores de Trump.
Foto: picture-alliance/dpa/S.Reboredo
Riqueza em bairro pobre
O Trump Ocean Club, na Cidade do Panamá, tem um hotel de 400 quartos e 700 apartamentos, em parte ainda vazios. O edifício mais alto da América Latina até 2012 é conhecido pela sua silhueta única. A torre fica perto de um bairro pobre, o que reduziu sua atratividade.
Foto: Getty Images/AFP/R. Arangua
Resistência escocesa
Trump pretende construir na Escócia o "melhor campo de golfe do mundo". Só que o empreendimento está ameaçado porque Michael Forbes, um simples dono de terras, se nega a vender sua propriedade, que faz fronteira com o complexo. Durante uma visita ao local em junho, Trump elogiou o resultado do Brexit, embora a Escócia queira ficar na União Europeia.
Foto: Getty Images/J.-J. Mitchell
Trump no Oriente europeu
As Trump Towers em Istambul ficam no bairro Sisli, a parte europeia da Turquia, por isso são consideradas os primeiros arranha-céus de Trump na Europa. Só que de Trump tem apenas o nome, já que o proprietário é o bilionário turco Aydin Dogan. As declarações de Trump sobre o islã geraram a rejeição de muitos muçulmanos na Turquia.
Foto: Getty Images/O.Kose
Projetos no Brasil
Além do hotel que foi aberto no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos, Trump tem outro projeto ambicioso na Cidade Maravilhosa: cinco edifícios de 38 andares da Trump Towers Rio, na zona portuária. O que era para ser o maior complexo de escritórios em um país dos Brics, porém, ainda nem saiu do papel. As obras deveriam ter começado em 2015.