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Em Haia, palestinos acusam Israel de crime de guerra

26 de junho de 2015

Autoridade palestina apresenta a Tribunal Penal Internacional evidências de que israelenses teriam violado direitos humanos durante último conflito na Faixa de Gaza, no ano passado. Ataques mataram 2,2 mil palestinos.

Nahostkonflikt Israel Palaestina Gazastreifen 09.08.2014
Foto: imago/Eibner Europa

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) apresentou nesta quinta-feira (25/06) ao Tribunal Penal Internacional (TPI) as primeiras evidências de que Israel teria cometido crimes de guerra durante o último conflito na Faixa de Gaza, entre julho e agosto do ano passado.

Bombardeios e ataques por terra mataram 2,2 mil palestinos, a maioria civis. Do lado israelense, apenas 67 soldados e seis civis morreram.

"O Estado da Palestina havia prometido cooperar com o tribunal, inclusive repassando informação relevante, e está cumprindo esta promessa hoje", declarou o ministro palestino do Exterior, Riad al-Maliki, a jornalistas. "Alcançar a justiça é algo essencial para as vítimas palestinas, mortas ou vivas. Queremos justiça, e não vingança. Por isso estamos aqui hoje."

A corte recebeu dois arquivos de documentos: um alegando crimes de guerra em Gaza durante o conflito de 50 dias no ano passado e outro que trata da ocupação de Israel na Cisjordânia e no leste de Jerusalém. Este último, segundo a delegação que viajou a Haia, inclui informações sobre "a questão dos prisioneiros palestinos".

A iniciativa da ANP coloca pressão sobre os israelenses para que decidam se irão cooperar com uma investigação ou se o país optará por ser um dos poucos que de recusam a trabalhar em conjunto com procuradores da corte internacional.

"Alto padrão internacional"

A entrega da documentação por parte da ANP ocorre três dias após a divulgação de um relatório no qual as Nações Unidas apontam que tanto soldados israelenses cometeram sérias violações de direitos humanos na Faixa de Gaza no ano passado. O governo israelense contestou a informação, alegando que suas forças de segurança seguiram "altos padrões internacionais" na ocasião.

O grupo islâmico Hamas, principal facção política em Gaza, também rechaçou as acusações e pediu a condenação de líderes israelenses por episódios registrados durante o conflito. Entre eles, ataques aéreos israelenses a escolas da ONU que abrigavam famílias desalojadas em bombardeios anteriores.

O governo de Israel afirma que os ataques eram necessários, acusando o Hamas de usar as instalações para guardar armas e foguetes. Sindicâncias internas livraram as forças israelenses de culpa em vários ataques, incluindo um bombardeio a uma praia onde havia crianças brincando.

Ainda em maio, a procuradora-chefe do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, alertara que os dois lados do conflito poderiam ser acusados de crimes de guerra no caso. Israel não é signatário do estatuto que estabeleceu a corte em Haia. Já os palestinos aderiram ao TPI em janeiro passado.

MSB/rtr/afp/ap

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